Desenvolvimento

O que você precisa saber antes de trabalhar no jurídico de fintechs

Hoje, advogados podem atuar também na área jurídica de fintechs, startups que trabalham que se baseiam em tecnologia para inovar serviços financeiros. Essa modalidade de trabalho inclui particularidades que podem agradar alguns perfis, como flexibilidade e rotina dinâmica, características do ambiente de trabalho de startups como fintechs.

“Existem três tipos de fintechs”, destaca Eduardo Salomão, sócio do escritório Levy & Salomão Advogados. Ele explica que há as instituições financeiras, que substituem bancos e têm discricionariedade para alocar o dinheiro, as de meios de pagamento, que recebem dinheiro com destinação específica e as “não instituições”, que se conectam por contrato com as instituições financeiras e fazem interface com os usuários.

Assim como Rubens Vidigal Neto, sócio-fundador do escritório Vidigal Neto Advogados, Cristiano Leite, sócio do Freitas e Leite Advogados e Gabriel Cohen, que atua no Jurídico & Relações Governamentais da Stone, Salomão participou de um painel de conteúdo do evento online Conexão Mercado Jurídico, que conectou talentos selecionados com escritórios e empresas.

Confira os principais ensinamentos do grupo!

Conselhos para quem quer trabalhar no jurídico de fintechs…

Sobre o cenário em relação aos grandes bancos:

Rubens Vidigal Neto

“O objetivo central é de aumento de competitividade, redução de spread bancário, acesso ao crédito mais fácil, bancarização maior, consequências que vão gerar enorme benefício. Os grandes bancos, como bloco, vão perder. O banco que melhor se adaptar ao open banking e oferecer consolidação de informações, eventualmente pode ganhar da concorrência de forma significativa.

Não acho que vão perder, deixar de existir, vai ter abertura de espaço para terceiros, mas eles vão continuar e se adaptar. Alguns vão ganhar, outras vão perder espaço.”

Cristiano Leite

“O bolo de usuários de banco praticamente dobrou na pandemia, então o bolo a ser dividido será maior.”

Sobre a função exercida:

Gabriel Cohen

“O advogado está ali como ferramenta de desenvolvimento da companhia, em suas mais diversas empreitadas, assegurando segurança jurídica, apontando riscos e estabelecendo desenhos à luz da regulação vigente, em prol dos objetivos da companhia.”

Rubens Vidigal Neto

“Não enxergo grande diferença entre advocacia de fintech e outras: o princípio é o mesmo, o tema é diferente. Somos todos advogados prestadores de serviço. Nossa atuação é procurar formas de dizer sim e apontar riscos.”

Sobre o dia a dia:

Cristiano Leite

“Quem quer trabalhar com inovação tem que saber que o dia a dia é extremamente dinâmico. Normas são editadas diariamente, por isso é de extrema importância que o profissional seja extremamente curioso.

É preciso investir muito tempo em direito civil porque lida-se com negociação de contratos, normas. Tem que estar com a cabeça extremamente preparada para negociação. Quando se trata de inovação, a vida é uma eterna negociação: com regulador, cliente, banco central, não tem um marco regulatório tão definido…”

Qual área do Direito combina mais com você? Faça o teste e descubra!

Sobre habilidades importantes:

Eduardo Salomão 

“É muito importante, mais do que o que conhecimento específico, a capacidade de relacionar a informação com outras informações. Coeficiente emocional também é muito importante.”

Gabriel Cohen

“Advogado não precisa saber programar, mas precisa conseguir conversar com o time técnico e sair da zona de conforto, do ‘juridiquês’, para captar a essência do negócio.

É muito importante ter uma visão do Direito como um todo e, na Stone, o mindset de construção é mais importante do que a experiência prévia.”

Cristiano Leite

“Versatilidade. Também é preciso ser atento, propositivo e criativo porque o marco regulatório esta sendo construído.

No escritório, o ponto de vista técnico é mais exigido. Nas fintechs, criatividade. Equilíbrio no perfil é o caminho ideal.”

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