Bob Bowman e Michael Phelps

Em 13 de agosto de 2016, no Rio de Janeiro um dos maiores atletas de todos os tempos fez sua última participação nos Jogos Olímpicos. Era a quinta vez que Michael Phelps, então com 31 anos, participava do evento. Àquela altura, já acumulava 22 medalhas de ouro na carreira.

No revezamento de 100 metros, ao lado dos colegas e na frente do filho pequeno, ele conquistou mais uma e deixou a piscina visivelmente emocionado e aplaudido de pé. No fim, somou 28 medalhas e se aposentou como o maior vencedor olímpico da história.

Em uma palestra no HSM Expo, evento de gestão empresarial que aconteceu em novembro em São Paulo, ele falou sobre sua carreira ao lado do treinador Bob Bowman.

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Visualize seu objetivo

O sonho de se tornar um atleta olímpico começou para Phelps aos 11 anos, quando Bowman visitou sua família e explicou que, se o jovem quisesse, poderia estar na seleção.

“Quando eu escutei a palavra ‘olimpíadas’ e vi que tinha alguém que acreditava em mim, escolhi focar no esporte”, lembra. Quatro anos depois, ele de fato integrou a equipe americana pela primeira vez. “Vi que Bob sabia o que estava fazendo e que nossas possibilidades eram infinitas.”

Ele logo engata em uma mensagem conhecida para atletas: falando assim parece fácil, mas não foi.

“O Bob tinha cabelo marrom quando começamos a trabalhar juntos. A mudança de cor provavelmente aconteceu porque eu não fui a pessoa mais fácil do mundo”, ri.

Abaixo, Michael Phelps ganha uma prova nos Jogos Olímpicos de Pequim por um centésimo de segundo. “Tenho oito medalhas de ouro que ganhei com uma diferença de um segundo ao todo.”

O que Bowman lhe ensinou, continua, foi a estabelecer objetivos e aprender a visualizá-los.

“Eu sabia o que queria que acontecesse numa prova, o que não gostaria que acontecesse e o que poderia acontecer”, explica. “Assim, se algo acontecesse, eu não perderia meu foco.”

Para Bowman, a conquista de objetivos, especialmente aqueles mais difíceis, passa pela adoção da mentalidade de crescimento ou growth mindset.

Desenvolvido por Carol Dweck, professora da Stanford University, esse conceito afirma que, ao aprender como o cérebro humano funciona e responde a desafios, o indivíduo tem uma probabilidade maior de perseverar depois de um fracasso porque entende que aquilo não é uma falha pessoal ou permanente.

Ou seja, embora Phelps claramente tenha nascido com uma habilidade superior na piscina, com as estratégias certas e disciplina, ele poderia se aprimorar enormemente.

“Trata-se da qualidade do esforço e do estabelecimento de objetivos”, afirma Bowman.

Um forte traço competitivo, no caso de atletas olímpicos e outras pessoas de alta performance, também ajuda. “Nós não poderíamos tolerar que não atingiríamos nosso objetivo – e era isso que pensávamos no dia a dia.”

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Trace metas 

“A motivação, no fim, depende de objetivos que sejam significativos para você e te inspirem diariamente”, começa Bowman.

Ele começa dizendo que, para atingir um objetivo complexo, é preciso ter uma visão clara e compartilhada, que seja motivada pela paixão.

Em seguida, é preciso encontrar maneiras de mensurar seu progresso para criar as metas corretas – enxergar o próprio progresso é uma das melhores maneiras de se manter motivado – e utilizar feedback para melhorar.

No caso das piscinas, continua Bob, o que claramente importa é o tempo: quanto tempo leva para concluir uma prova.

“Então trabalhamos de maneira reversa para estabelecer metas específicas e planejar o treinamento que, no fim, garanta nosso objetivo.”

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Michael Phelps em sua última prova olímpica, em 2016[Michael Phelps após sua última prova olímpica, no Rio de Janeiro / Foto: James Hill para The New York Times]

Isso significa estudar jeitos diferentes, aprimorar técnicas, mudar condições sempre que for possível e necessário, continua.

“Então se Michael precisava nadar borboleta em 26 segundos, ele nadava 26 segundos com um certo número de braçadas ou movimentos por seis meses”, exemplifica Bowman.

Phelps aproveita para lembrar que o progresso nem sempre é claro ou rápido, mas que é virtualmente impossível progredir sem trabalhar.

“Todos os dias, você vem, dá duro e não vê os resultados. Mas isso é a coisa mais importante: mantenha em mente que é possível.”

Para Bowman, é importante focar no processo para manter a motivação.

“Quais são seus padrões diários? Como você estabelece seus objetivos? Qual é sua atitude em relação ao trabalho? Tire o foco do resultado e foque no processo.”

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Troque de caminho

Cuidar do bem estar também é um ponto importante para Phelps, que enfrentou escândalos e grande pressão pública ao longo de sua carreira.

Em 2014, dois anos após se aposentar das piscinas, sentia-se tão perdido que chegou a passar dias fechado num quarto, sem ver a luz do dia e contemplando o suicídio.

Foi quando decidiu pedir ajuda, trabalhar o autoconhecimento e voltar ao esporte em um comeback improvável e triunfal.

Com uma nova visão de mundo e hoje embaixador de saúde mental nos EUA, ele fala com frequência sobre o assunto.

“Ansiedade, depressão, estresse… Essas são coisa reais. Mas hoje consigo lidar e aprender com elas”, falou. “Roma não foi construída em um dia. Se você não enxergar os resultados logo, não desista. Mude de caminho.”

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