Para criar algo novo, não é preciso esperar pelo diploma de graduação. É cada vez mais comum ouvir sobre jovens universitários brasileiros criando projetos que vão além dos muros da faculdade entre uma aula e outra, e realmente fazem a diferença.
Da formação de líderes públicos ao fornecimento de óculo gratuitos para população de baixa renda, passando pelo estímulo aos sonhos dos cientistas do futuro e a melhoria da educação básica brasileira, os projetos destacados nessa matéria (e seus jovens criadores) mostram que o leque de possibilidades de atuação e impacto não têm limites para quem decide tirar as ideias do papel – mesmo que ainda esteja na graduação.
A seguir listamos quatro dos muitos projetos que mostram na prática o que significa fazer diferença ainda na faculdade – seja ela a Harvard University nos EUA, o Insper em São Paulo, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul ou o Ibmec, no Rio de Janeiro.
Em comum, foram todos criados por bolsistas da Fundação Estudar, organização sem fins lucrativos que apoia o desenvolvimento de jovens talentos brasileiros e está com processo seletivo para seu programa de bolsas aberto até 24 de março. Podem participar candidatos a graduação no Brasil e no exterior e a pós-graduação no exterior.
Para convencer jovens interessados nos desafios da gestão pública a passar vinte sábados de folga em uma sala de aula em São Paulo, a proposta tinha que ser boa.
Felizmente, a mistura de oficinas, debates, mentoria, criação de cases e encontros com convidados especiais criada pelo ProLíder deu certo já na primeira edição do programa, que é gratuito e tem por objetivo formar jovens líderes comprometidos com a sociedade. “É um programa de discussão do cenário brasileiro através de aulas e discussões sobre as grandes áreas públicas”, explicou Wellington Andrade, um dos criadores.
Natural de Niterói, ele sempre teve uma veia empreendedora e mão na massa – já aos 13 anos, vendia picolé em um batalhão de polícia de São Gonçalo. Estava no terceiro ano de Administração de Empresas do Ibmec quando começou a idealizar o PróLíder.
Para oferecer uma visão ampla sobre os desafios do Brasil aos participantes, ele e seus colegas desenvolveram um cronograma que incluía aulas sobre sustentabilidade, educação, integridade, ética e segurança pública, entre outros temas. Muitas noites viradas depois, o projeto começou a sair do papel.
Wellington e os outros membros do grupo passaram meses ajustando os detalhes e confirmando a presença de gente de alto nível como Claudia Costin, que já foi diretora para educação do Banco Mundial e Secretária Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Frei David, presidente da ONG Educafro, e Paulo Storani, sociólogo e ex-capitão do BOPE.
Saiba mais sobre o projeto
e como participar
A ideia de aproximar jovens da ciência veio da experiência própria de Kawoana Vianna, uma jovem cientista de sucesso ainda na escola e sempre aberta a ajudar alunos com suas dúvidas em relatórios, pôsteres e planos de pesquisa.
Uma vez na faculdade – ela estuda Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) –, decidiu formalizar e ampliar seu alcance com o Cientista Beta, projeto que criou em 2015 para incentivar estudantes a seguirem suas ideias de pesquisa.
Hoje com mais de uma centena de integrantes, o Cientista Beta está com inscrições abertas para a segunda edição de seu programa de iniciação científica, o Decola Beta, em que jovens de Ensino Médio de todo o Brasil são pareados com mentores mais velhos, cientistas voluntários que estão na graduação e além. Ao longo de oitos meses, ganham apoio, inspiração e capacitação para desenvolverem seus projetos. Esse ano, serão selecionados cerca de 100 jovens e 50 projetos para receber apoio – o dobro dos número do ano passado.
“Nosso objetivo é mostrar que, independente da idade ou do contexto em que está inserido, o jovem pode desenvolver algo pelo qual tenha interesse e que pode impactar o mundo de alguma forma”, conclui Kawoana.
Saiba mais sobre o projeto
e como participar
Criado em 2013 por Renan Ferreirinha, Tábata Amaral e Lígia Stocche, todos bolsistas da Fundação Estudar e então alunos da Harvard University, o movimento Mapa Educação tem como objetivo principal garantir que todos os brasileiros tenham acesso a uma educação de qualidade.
Ao lado de outros membros dentro e fora do país, o trio quer discutir e agir para transformar a educação básica brasileira, engajando a sociedade e principalmente os jovens nesse processo.
Em 2014, por exemplo, foi lançado o manifesto Mapa do Buraco, que listava os principais problemas da educação brasileira e soluções criadas país afora com base em mais de cem entrevistas com professores, especialistas e políticos, incluindo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O Mapa do Buraco virou desafio durante as eleições de 2014, quando candidatos foram convidados a falar sobre o que fariam em relação à educação caso fossem eleitos e desafiavam seus oponentes a fazer o mesmo.
Dois anos depois, mesmo ano em que Renan trancou sua graduação nos EUA para se dedicar ao movimento em tempo integral, os jovens voltaram a introduzir a temática nas eleições municipais e organizaram sua primeira conferência nacional, em Brasília, apresentando propostas educacionais inovadoras e fortalecendo uma rede.
Uma novidade recente é o Manifesto Voz do Jovens, em que mais de doze mil jovens brasileiros falaram sobre as necessidades e críticas sobre a educação que recebem, possibilitando insights atualizados e com informações direto da fonte. “É uma plataforma de conexão com todo jovem que quer dar um retorno para a sociedade através da educação”, explicou Renan.
Saiba mais sobre o projeto
e como participar
“Se o que fazemos faz sentido e tem impacto, não tem porque não fazer”, resume Ralf Toenjes sobre a Renovatio, organização de impacto social que criou ainda como universitário.
Não é como se o jovem fluminense tivesse tempo de sobra durante a faculdade. Ele escolheu fazer simultaneamente não dois, mas três cursos de graduação: Economia e Administração no Insper, por meio do programa de dupla-titulação, e Direito na Universidade de São Paulo (USP). Em cerca de seis anos, formou-se em todos e ainda dedicou-se a atividades extracurriculares. No Insper, foi presidente da Enactus – organização estudantil que estimula o empreendedorismo social – e fundou a liga empreendedora da faculdade.
Foi durante a graduação também que criou a Renovatio, negócio social que, por meio do projeto Ver Bem, já entregou mais de 12 mil óculos em doze estados brasileiros, ajudando pessoas que tinham dificuldade de enxergar e não conseguiam pagar pelo produto. A ideia surgiu de lidar com problemas reais do Brasil e que pudessem ter soluções escaláveis.
A organização que surgiu como uma iniciativa dentro da Enactus, hoje anda pelas próprias pernas, já fez parceria com empresas gigantes e organizações internacionais, e continua sendo comandada por Ralf. Atualmente, passa pelo desafio de tornar-se um negócio financeiramente sustentável.
Saiba mais sobre o projeto
e como participar
Então participe do processo seletivo para o programa de bolsas de estudos da Fundação Estudar, que está aberto até 24/3, e fornece ao aprovados auxílio financeiro, mentoria e exposição a uma rede de alto potencial.
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