A primeira turma de formandos da ProLíder

No início de 2016, um grupo de brasileiros que queria fazer a diferença no país estava cuidando dos detalhes da primeira turma do ProLíder, um programa gratuito de desenvolvimento para futuros líderes através de oficinas, paineis, mentoria, desafios de cases e debates.

Com o sucesso da empreitada, organizou-se uma segunda edição, que está com processo seletivo aberto até 2/3. Podem se inscrever jovens de todo o país, porém é preciso ter disponibilidade para participar das vinte sessões, que acontecem aos sábados, em São Paulo, e tratam de temas como integridade e ética, educação, sustentabilidade, segurança pública, justiça e saúde.

“A intenção é desenvolver futuras lideranças para solucionar os desafios do país”, resumiu Wellington Andrade, um dos criadores e bolsista da Fundação Estudar. Embora o foco esteja nos desafios da esfera pública – que se colocam mais urgentes para o avanço do país – os participantes não precisam, necessariamente, estar interessados em trabalhar no setor público.

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Entenda o programa

A troca livre de ideias é um dos pilares do Pró-Líder, que em 2016 teve participantes das mais diversas vertentes políticas e ideológicas. “Ninguém nunca vai te execrar por ter uma opinião diferente, e essa abertura sobe muito o nível do debate. Eu aprendi a aceitar muito mais visões diferentes sobre um mesmo assunto”, explica Melissa Benito, que tinha acabado de voltar de um Mestrado em Políticas Públicas na Holanda quando se inscreveu.  

“Hoje eu sou uma pessoa completamente diferente do que eu entrei, e grande parte disso é porque ninguém estava ali para convencer os outros da sua verdade, estavam ali para debater e melhorar o seu conhecimento”, complementa o advogado César Lucca, que também participou da primeira edição do programa, no ano passado.

Grande parte da metodologia do Pró-Líder envolve a interação com convidados especiais, referências nas diversas áreas que compõem hoje o que convencionou-se chamar de esfera pública, da educação à saúde, passando por transportes, segurança, e diversos outros temas.

Conexão

Para entender mais sobre os entraves da educação no país, por exemplo, eles tiveram a oportunidade de conversar com Claudia Costin – entre vários outros convidados sobre esse mesmo tópico, que foi o mais discutido. Ex-ministra do governo FHC, ela também já foi diretora de educação no Banco Mundial, secretária municipal de educação do Rio de Janeiro e lecionou em Harvard.    

O acesso a nomes de peso é, de fato, um dos diferenciais do programa, e os encontros são sempre acompanhados de uma atividade mão na massa. A proposta é expor os participantes a dilemas e desafios práticos de diversas áreas da esfera pública. “A abordagem era sempre muito prática, de como fazer as coisas realmente acontecerem”, explica Melissa.

“Falta a prática para os nossos líderes públicos, por isso focamos em sempre fazer um debate que é aplicável, não ficar só na teoria”, completa o estudante de medicina Bruno Morato, que também é bolsista da Estudar e hoje trabalha na consultoria McKinsey.

Com Renato Mazzola, por exemplo que na época era o sócio responsável pela área de infraestrutura do banco de investimentos BTG Pactual  o grupo montou um projeto de parceria pública-privada (PPP) para transporte no Rio Tietê.

Já com Carolina Costa, diretora de graduação do Insper, eles simularam uma sala de aula de terceiro ano. Um dos integrantes teria que se colocar no lugar do professor e ensinar aos outros um das operações matemáticas básicas, enquanto os outros ganhavam diferentes papéis, do aluno bagunceiro aquele com dificuldades na matéria.

Também participaram Frei David, presidente da ONG Educafro, Denis Mizne, diretor da Fundação Lemann e articulador da campanha do desarmamento e do Instituto Sou da Paz, Claudia Contin, o sociólogo Paulo Storani, mestre em antropologia e ex-capitão do BOPE no Rio de Janeiro, entre outros. Este último, segundo César, teve uma das participações mais impactantes. “Ele falou sobre a importância da melhoria da educação para a segurança pública, e de uma atuação preventiva, para levar as pessoas a não cometerem crimes”, explica.

Além dos encontros semanais, os participantes também contam com mentoria individual e devem desenvolver um projeto ao final do curso.

“Me dava um prazer imenso estar no sábado lá e ver gente de alto nível tendo essas discussões práticas, querendo resolver algo”, completa Melissa. Em um contexto em que dias de folga são cada vez mais raros, ter jovens dispostos a abrir mão de parte do final de semana para se dedicar aos grandes desafios que o país enfrenta, pode ser, de fato, o que o Brasil realmente precisa.

 

 

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