Empreendedorismo

Como ele encontrou seu propósito e abandonou a carreira de advogado para empreender na educação

Com 27 anos e uma carreira jurídica de anos, Danilo Costa largou tudo e decidiu empreender. Mais especificamente, em educação, setor em que, com quatro avós professores, sempre se identificou. “Olhei para mim mesmo e comecei a entender o que me motivava, o que eu queria fazer do ponto de vista de propósito”, conta.

De sua reflexão e esforços, nasceu a Vereda Educação, uma escola-modelo integral que se dedica a desenvolver alunos em múltiplas inteligências – como artística, lógico-matemática, social, entre outras -, além das disciplinas tradicionais.

A coragem de abandonar uma situação estável e pela qual estava devidamente preparado partiu de sua dedicação a “olhar para si mesmo”: “eu encontrei meu propósito com autoconhecimento, aprendendo o que realmente me motivava”. Foi esse processo que também garantiu tolerância e resiliência na construção do negócio. “[Ter uma conexão intrínseca] faz com que um planejamento tolere mais erro porque, no fundo, você está disposto a fazer aquilo dar certo.”

Para esse alinhamento ocorrer – Danilo chama de “coerência” – entre ações e propósito, ele indica pensar qual é o seu lugar dentro de uma barra que pode ter nas suas extremidades “dinheiro” e “mudar o mundo”, por exemplo. “Qual é o pH 7 seu, enquanto pessoa, dentro dessa barra?”, brinca. “Não existe resposta certa. O importante é você ser coerente.”

De uma ideia a um projeto (e um empreendedor)

Quando resolveu empreender na educação, seu primeiro passo foi encontrar um problema – uma “dor” existente no mercado. No caso: falta de instituições de ensino que aliassem qualidade no padrão internacional e acessibilidade. “Fui em busca de ajuda, de conversar com pessoas experientes no setor para entender porque isso ainda não havia sido solucionado”, relembra, “entendi que havia um paradigma no nosso setor que precisava ser rompido.” Foi daí que, o futuro empreendimento passou de uma ideia a um projeto, conta.

Na mesma medida, sem experiência no setor e em empreender, Danilo precisou desenvolver uma habilidade “fundamental para a Vereda ter saído do papel”: a de atrair profissionais bons. “O empreendedor precisa entender quais são os pontos-chave que vão fazer diferença no projeto e quais são as pessoas melhores do que ele em cada um dos pontos.” Isso é tão necessário que “precisa ser uma obsessão do empreendedor”, segundo o fundador da companhia.

“Você também não pode se desanimar em ouvir não e precisa ir se reinventado ao longo do caminho. Essa autocrítica e autoconhecimento de, ao longo do percurso, ir entendendo o que está dando certo e errado (e esse ajuste de rota muito rápido) faz a taxa de ser bem-sucedido aumentar exponencialmente.”

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Para quem quer empreender na educação, especificamente, ele dá duas dicas:

#1 Ter paciência com o tempo de maturação do projeto

“A educação possui uma maturação lenta, as coisas não acontecem do dia para a noite. Você tem que respeitar o tempo das coisas que um bom projeto educacional pressupõe.”

#2 Prezar pela qualidade

“A educação não aceita desaforo”, diz. “Um bom projeto precisa ter qualidade, você não pode medir esforços nem economizar recursos.” Na prática, isso também significa tolerar uma taxa mais baixa sobre o retorno investido, ponto em que ter uma conexão com o propósito também ajuda.

Desafios – e aprendizados – de ser um líder jovem

O nascimento e evolução da organização envolveu duplo desafio para o fundador: foi a primeira vez como presidente de uma startup, estado inicial da Vereda, e também a primeira vez como presidente de uma companhia, fase atual – atuações bastante diferentes, segundo ele.

“Foi esse frio na barriga de saber que eu não estava pronto para a missão que, paradoxalmente, me permitiu me preparar para ela”, destaca. A insegurança trouxe a clareza e humildade necessárias para que buscasse se cercar de profissionais mais experientes.

Entre as principais lições que teve como líder, até então, Danilo destaca a empatia de entender como motivar as pessoas que compõem a companhia, “para despertar o que tem de melhor em cada uma delas”, além da capacidade de revisar esse entendimento com frequência. “Ao longo do caminho, esses incentivos vão mudando.”

 

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