David Kelley

David Kelley é um dos maiores especialistas do mundo em pensamento inovador e criativo.

Como professor da d.school, o renomado instituto de design da Stanford University, e fundador da companhia de design IDEO, ele lida com pessoas de todos os tipos e áreas.

E embora tenham habilidades e perspectivas diferentes, para Kelley todas têm algo muito importante em comum: são capazes de pensar de maneira criativa e guardam dentro de si um enorme potencial de criação.

O que acontece, explica ele em sua TED Talk, é que ao longo da vida acumulam o medo de serem julgadas por seu trabalho criativo – e acabam se escondendo em um canto, envergonhadas ou sem coragem de tentar algo novo.

Seu método é gradualmente desfazer essa ideia através de uma série de etapas (o site da d.school inclusive oferece bastante material gratuito) até empoderar novamente as pessoas com a confiança criativa que merecem.

Dividir o mundo entre “criativos” e “não criativos” é, para ele, um erro que pode ter grandes consequências tanto na vida pessoal quanto profissional.

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“Quando as pessoas ganham confiança criativa, começam a trabalhar no que é importante em suas vidas”, afirma. “Elas deveriam deixar suas ideias voarem.”

Leia abaixo os melhores momentos da TED Talk, em português.

Como construir confiança criativa

Eu gostaria falar para vocês hoje sobre a confiança criativa.

Começarei voltando à terceira série.

Lembro que um dia meu melhor amigo, Brian, trabalhava num projeto. Ele fazia um cavalo com a argila que nosso professor guardava sob a pia.

Num dado momento, uma das garotas que estavam sentadas à sua mesa, olhou para o que ele fazia e lhe disse: “Isso é horrível. Não se parece em nada com um cavalo.”

E os ombros de Brian caíram. Ele amassou o cavalo de argila e o jogou de volta na caixa.

Nunca vi Brian fazer um trabalho como aquele de novo.

E imagino que isso acontece com frequência. Parece que quando eu conto a história de Brian para meus alunos, muitos deles se aproximam depois da aula e me contam uma experiência semelhante que tiveram.

E alguns deles param de se ver como pessoas criativas naquele momento.

E vejo que essa autoexclusão que acontece na infância avança, tornando-se mais enraizada, mesmo quando se chega à idade adulta.

Estive observando esse medo que temos de sermos julgados.

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Autoeficácia

E fiz uma descoberta muito importante quando conheci o psicólogo Albert Bandura.

Ele é o quarto psicólogo mais importante da história, está com 86 anos e ainda trabalha em Stanford. E é um cara adorável.

Fui visitá-lo porque ele trabalhou com fobias por muito tempo e tinha desenvolvido essa metodologia que acabou por curar pessoas num curto espaço de tempo.

Bandura tem um processo gradual muito bem sucedido.

Ele levaria as pessoas [com medo de cobras] para um espelho de dois lados, examinando a sala onde uma cobra estava, e as deixava confortáveis com aquilo.

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E então, através de uma série de etapas, as moveria e elas permaneceriam na entrada com a porta aberta e olhariam lá para dentro.

E ele conseguiria deixá-los confortáveis com aquilo.

Muitas etapas depois, pouco a pouco, estariam na sala e, com uma luva de couro, finalmente tocariam na cobra.

Essas pessoas que tinham tido medo de cobras a vida toda estavam dizendo coisas como: “Olhe como essa cobra é bonita.” E estavam com as cobras em seus colos.

Bandura chama esse processo de “domínio guiado.”

As pessoas que passavam pelo processo e tocavam na cobra acabavam por ter menos ansiedade sobre outras coisas em suas vidas. Elas tentaram muito, perseveraram e estavam mais resistentes ao enfrentar o fracasso.

Ganharam uma nova confiança, que Bandura chama de autoeficácia – a sensação de que você pode mudar o mundo e que pode alcançar o que está determinado a fazer.

Confiança criativa na prática

Percebi que este famoso cientista tinha documentado e validado cientificamente uma coisa que temos visto acontecer nos últimos 30 anos.

Podemos pegar pessoas que temiam não serem criativas e levá-las em uma série de etapas. Elas transformam o medo em familiaridade, surpreendendo a si mesmas.

E quero mostrar como é essa jornada.

Para mim, ela se parece com a de Doug Dietz, uma pessoa técnica. Ele desenha equipamentos médicos para geração de imagens, trabalha na GE e vem tendo uma carreira fantástica.

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Ele estava no hospital e observava um de seus aparelhos de ressonância magnética sendo utilizado quando viu uma jovem uma garotinha chorando aterrorizada.

Doug ficou muito decepcionado ao saber que cerca de 80% dos pacientes pediátricos hospitalizados tinham que ser sedados para poderem lidar com seu aparelho de ressonância magnética.

Ele estava salvando vidas com a máquina, mas o machucava ver o medo que causava nas crianças.

A guinada

Nessa época, ele estava tendo aulas em Stanford e aprendendo sobre o processo de Design Thinking, empatia, abordagem iterativa.

Pegou este novo conhecimento e fez algo extraordinário: redesenhou toda a experiência de ser escaneado e a transformou numa aventura para as crianças.

Pintou as paredes e a máquina e fez com que os operadores fossem treinados novamente por pessoas que lidam com crianças.

Agora, quando a criança chega, é uma experiência.

Os resultados quantitativos foram ótimos, mas os resultados que importavam para Doug foram muito mais qualitativos.

Ele estava com uma das mães esperando sua filha sair do scanner. E quando a garotinha saiu da máquina, correu até a mãe e disse: ”Mamãe, podemos voltar amanhã?”

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Deixe suas ideias voarem

Realmente acredito que, quando as pessoas ganham essa confiança criativa – e vemos isso o tempo todo na d.school e na IDEO –, elas realmente começam a trabalhar nas coisas que são muito importantes em suas vidas.

Seria realmente ótimo se vocês não deixassem as pessoas dividirem o mundo entre os “criativos” e os “não criativos”, como se fosse um dom dado por Deus, para termos pessoas percebendo que elas são naturalmente criativas.

As pessoas deveriam deixar suas ideias voarem.

Elas devem atingir o que Bandura chama de autoeficácia: que você possa fazer o que está determinado a fazer, que possa alcançar um lugar de confiança criativa – e tocar na cobra.

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