As startups estão em alta. Uma das consequências disso é uma alta atratividade para profissionais em busca de colocação. Inovação, velocidade, desenvolvimento e grandes possibilidades estão entre as características que chamam atenção. Como empresas em fases iniciais, no entanto, envolvem certa dose de risco (inclusive para quem trabalha).
“Fazer parte de uma startup pode ser uma ótima oportunidade financeira; mas escolher certo é difícil. Se não fosse, haveria muito mais investidores”, destaca Mathias Pastor, parte da plataforma The Family, focada em empreendedorismo. “Um erro que você não deve fazer é se juntar a uma startup zumbi.” Ele utiliza o termo “startup zumbi” para definir empresas que têm aparência de uma, mas que não se movem rapidamente e que provavelmente se manterão sempre pequenas, contando com o mínimo de financiamento.
Confira alguns pontos para se ter em mente na hora de avaliar uma oportunidade nessas organizações.
Claro que o dinheiro pode ser um bom indicador. No mínimo, significa que eles podem pagar seu salário por algum tempo e que alguém confiou – em algum grau – nos fundadores. Porém, segundo Pastor, quem oferece o apoio financeiro é uma informação igualmente importante. “O ecossistema está cheio de pessoas que podem não saber o que estão fazendo ou não ter motivações particularmente ambiciosas”, explica.
Se você ver que o dinheiro arrecadado é proveniente apenas de fontes públicas, investidores inexperientes sem histórico, e que nenhum produto foi lançado, por exemplo, tome como um sinal de alerta.
Construir uma startup é muito mais do que ser bom no pitch, é, de fato, construir coisas com valor e vendê-las. “Claro que o pitch é útil quando você precisa falar com investidores ou navegar por meio de parcerias, mas o tempo que os fundadores passam assistindo às competições ou falando com a imprensa é o tempo que eles não gastam para deixar seus clientes satisfeitos”, destaca o autor, “prêmios iniciais ou cobertura desproporcional da imprensa tendem a ser sinais negativos bastante fortes.”
Nas startups, a remuneração tende a ser um tópico bastante transparente, especialmente quando se trata de equidade. Segundo o Pastor, a oferta que lhe fizeram lhe dará uma ideia de quão generosos são os fundadores em termos de equidade, mas não hesite em perguntar para outros funcionários. A finalidade não é para comparar, mas sim para ter certeza de que o time está lá para ficar mesmo quando as coisas derem errado – “porque elas vão”, brinca o autor das dicas.
De acordo com Pastor, é muito frequente que, nas startups, o trabalho pelo qual o profissional é contratado não seja o que ele faz na prática. Você vai fazer o que adicionar mais valor, porque isso maximiza as chances de sobrevivência da empresa. “Mas não entre se os fundadores estão contratando por desespero. Ou melhor, não entre se eles esperam que você encontre a ‘bala de prata’.”
A melhor maneira de não cair em uma furada nesse sentido é garantir que eles sabem como executar o que você fará e estão apenas procurando delegar. “Se eles estão contratando porque estão procurando desesperadamente por uma solução, provavelmente acabarão microgerenciando você. Quando você não conseguir encontrar a ‘bala de prata’, eles ficarão chateados.”
Use seu julgamento: essa linha de raciocínio provavelmente não se aplica se você for fazer um trabalho muito específico, como jurídico ou financeiro.
Essa é, muitas vezes, a diferença mais marcante em relação à corporações maiores: os funcionários em startups tendem a estar bem cientes do estado dos negócios da empresa. No entanto, nem sempre é o caso.
“Uma cultura de ‘segredo’ pode se tornar muito custosa por uma razão óbvia: se você for enganado, pode acabar preso trabalhando para uma empresa cujo destino está selado.” Falar com alguns funcionários quando você está em fase de negociação com a startup é uma ótima maneira de avaliar o nível de transparência dos fundadores.
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