Servidora da Câmara dos Deputados, a especialista em tecnologia da informação Roberta Rabay foi eleita uma das cem pessoas mais influentes do mundo em governo digital, referente ao ano 2018, segundo ranking da plataforma Apolitical. O reconhecimento foi dado graças ao trabalho realizado por Roberta como coordenadora do Laboratório Hacker da Casa, espaço focado em promover o desenvolvimento colaborativo de projetos inovadores em cidadania para aprimorar a transparência legislativa e a participação popular.
Ela é a única mulher brasileira da lista, que também conta com nomes como Luis Felipe Monteiro, secretário de governo digital do Ministério da Economia, Tiago Peixoto, especialista do World Bank Group, Audrey Tang, ativista de acesso à informação que se tornou a primeira ministra transgênero de Taiwan, e Tim Berners-Lee, criador da World Wide Web (ou rede de alcance mundial). Roberta foi diretora do LABHacker de dezembro de 2017 a agosto de 2018.
“O laboratório surgiu em 2013 como uma iniciativa de abrir o parlamento e criar um espaço cidadão. Foi uma iniciativa tão inovadora que foi o primeiro laboratório de inovação dentro de um parlamento do mundo. Hoje trabalhamos sempre buscando colaboração, participação, transparência, experimentação e inspiração, com o foco no cidadão. O laboratório é responsável pelo portal e-Democracia, uma plataforma de participação que amplia a transparência da atividade legislativa e a interação entre os parlamentares e a sociedade”, explica Roberta Rabay.
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E foram os esforços empreendidos dentro do Laboratório que renderam a Roberta o título de uma das pessoas mais influentes do mundo em governo digital. “Não nos inscrevemos. Ficamos sabendo da nomeação por meio de um e-mail. O LABHacker tem muita visibilidade no exterior, acho que por isso fui escolhida, além de ser mulher e estar à frente (na época) do projeto. Eu mal pude acreditar quando fiquei sabendo. Fiquei surpresa, mas foi uma honra e é o resultado de um trabalho em rede, por isso meus colegas são tão parte disso como eu”, credita.
Para Roberta, esse reconhecimento reforça que o Brasil está alinhado com as iniciativas mundiais de buscar uma democracia mais transparente. “Temos um ritmo de trabalho diferente de Casa, com esse objetivo de trazer o parlamento para o século XXI e mudar o mindset da instituição. Precisamos atualizar o nosso modelo de trabalho e nesse sentido o laboratório desenvolve iniciativas muito importantes buscando que a inovação esteja presente em todas as áreas e provocando mudanças. Quem trabalha aqui tem esse brilho nos olhos de querer melhorar as coisas. Mas a inovação e boas ideias dependem de um trabalho conjunto entre pessoas”, garante.
Com mais de 20 anos de experiência na Câmara, a servidora já trabalhou na área de tecnologia da informação, onde atuou em desenvolvimento de portais, experiência do usuário, comunicação interna e gestão de pessoas. Ela ainda comenta que trabalhar com o ambiente digital é uma tarefa complicada. “Quando tudo está funcionando bem, quase ninguém percebe. Mas se tiver algum problema, todo mundo nota. E as pessoas esquecem que existe alguém por trás cuidando de tudo isso, então trabalhei muito também buscando a valorização desse profissional e o incentivo a um trabalho mais inovador”, aponta.
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Mesmo tendo deixado a coordenação do laboratório, Roberta segue na equipe, que está sempre buscando por novas iniciativas para melhorar a experiência do cidadão. “Aqui nunca dizemos que algo deu errado, mas sim que tinha-se um expectativa e o resultado foi outro. Tudo aqui é experimento e aprendizado e é assim que vamos melhorando cada vez mais. O espírito sempre é esse de fazer mais e melhor, respeitando as limitações que temos e os processos já existentes. O desafio é se atualizar sempre e fazer a coisa acontecer, sem medo de errar”.
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Além de estimular o desenvolvimento de aplicações digitais que permitam a visualização mais intuitiva e simplificada das informações legislativas, o LabHacker promove atividades como maratonas hackers (hackathons), hackdays sobre temas inovadores, e oficinas de criação e discussão com especialistas, parlamentares, estudantes de universidades e escolas públicas, e crianças interessadas em tecnologia.