O tédio, sem dúvida nenhuma, é um dos piores sentimentos que uma pessoa pode ter. Você já deve vivido algo assim: fim de domingo, nada de divertido na TV, e você checa as redes sociais dezenas de vezes. É terrível.
Algumas pessoas podem ficar apavoradas em uma situação dessas. É como se nos sentíssemos dependentes das tarefas e dependentes de estímulos o tempo todo. Chega a cansar nosso cérebro.
O caso é que isso não necessariamente nos torna uma geração de pessoas mais produtivas. Quem diz isso é a jornalista e podcaster Manoush Zomorodi em sua palestra no TED.
Para ela, as ideias mais brilhantes das pessoas acontecem justamente quando nós decidimos ficar completamente ociosos.
Mas como isso pode ser possível?
Com o intuito de explicar a relação entre tédio e criatividade, Zomorodi conta uma história pessoal. Segundo ela, o início da maternidade associado ao uso do seu primeiro iPhone, em 2007, a fez entender algo novo.
Isso porque, daquele momento em diante, ela percebeu que todas as suas últimas boas ideias haviam surgido em momentos de completo tédio: quando estava empurrando o carrinho, por exemplo, ou quando dobrava roupinhas do bebê.
Do contrário, quando estava imersa nas interfaces de aplicativos e redes sociais, nada surgia.
“Todas as brechas do meu dia estavam preenchidas pelo celular”, diz ela durante a palestra. “Eu checava as notícias enquanto esperava meu café com leite, atualizava meu calendário enquanto estava no sofá e teclar tomou todo o tempo livre. Eu percebi que nunca mais ficava entediada.”
Desse momento em diante, ao perceber que suas ideias só apareciam em momentos de ócio, a jornalista começou uma jornada em busca de respostas com neurocientistas e especialistas em tecnologia.
Um dos pontos principais que ajuda a entender o aumento da criatividade durante o tédio está no conceito do “modo-padrão” do cérebro.
Segundo a neurologista Sandi Mann, que participa da palestra de Zomorodi, quando estamos ociosos o nosso cérebro se desconecta do momento presente, fazendo com que as nossas ações aconteçam no piloto automático.
“Quando sonhamos acordados e permitimos que a mente vagueie, começamos a ir um pouco além do consciente”, diz a cientista. “Isso permite que diferentes conexões neurais aconteçam. É incrível”.
Durante a palestra, Zomorodi explica como chegou a conclusões ainda mais profundas analisando seu cérebro e rotina com a ajuda de cientistas e especialistas em tecnologia.
Trata-se de uma oportunidade para entender como a nossa criatividade funciona e como podemos aprender a moldá-la conforme as nossas necessidades.
Manoush Zomorodi explica em maiores detalhes sobre como o tédio, de modo geral, pode ajudar a melhorar a criatividade das pessoas.
Nesse caminho, ela também dá algumas pistas que ajudam a entender o que é preciso fazer para conquistar mais criatividade:
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