A resiliência tem se destacado principalmente no campo da psicologia como premissa importante para manter a saúde mental. Esforçar-se em ser resiliente passa pela disposição para se manter em equilíbrio a fim de levar uma situação adiante, por mais complexa que seja. 

A seguir, falaremos mais sobre o significado da palavra e dicas práticas sobre o assunto!

Conceito de resiliência: como surgiu e em quais áreas é aplicado

O termo “resiliência” vem do latim resiliens, que significa recuar, ricochetear e voltar. A palavra inicialmente foi adotada pela Física para explicar sobre a capacidade de um corpo em recuperar sua forma original após sofrer um choque. Isso acontece porque o material absorve a energia de stress sem se quebrar. Mais tarde, o conceito ganhou espaço na Biologia, com o ecologista C. S. Holling para caracterizar ambientes que recuperaram seu equilíbrio após serem submetidos ao estresse. Dependendo do grau de destruição causado por queimadas, desflorestamento e ações que geram a extinção de vegetais ou animais em um território, a volta ao equilíbrio, nesse contexto, ganha um aspecto multifatorial, podendo ser uma retomada total ou parcial. 

Entretanto, uma vez que o ser humano consegue ser tão complexo quanto um ecossistema externo, a capacidade de absorver, processar e transformar determinado aspecto depende de fatores sistêmicos e biológicos a que estamos expostos durante a vida. Quando a transformação necessária não é promovida, é comum que se reflita em dificuldades físicas ou mentais, mais ou menos severas.

Diante disso, a partir da década de 1970, inicialmente a partir das teorias clássicas da Psicanálise de Sigmund Freud e da Psicologia do Desenvolvimento, muitos pesquisadores se dedicaram ao acompanhamento psicoterapêutico de pessoas que tinham passado por situações traumáticas e, ainda assim, conseguiam levar uma vida harmônica. A partir daí, a resiliência passou a ser associada a uma habilidade emocional necessária para lidar com frustrações, desafios cotidianos e superação de traumas. A característica costuma estar presente no dia a dia de atletas, artistas e diversas outras profissões em que a superação precisa ser constante.

3 passos para ser mais resiliente

A psicóloga Suzanne C. Kobasa é considerada uma das principais estudiosas do assunto, já que, em suas pesquisas, conseguiu estabelecer três características comuns a pessoas resilientes: ver dificuldades como desafios, comprometer-se (inclusive consigo, para além de uma situação ou objetivo profissional) e manter o autocontrole. Já para outro especialista da área, Martin Seligman – o “pai” da Psicologia Positiva –, o desenvolvimento da resiliência está associado a uma série de comportamentos, como ser criativo, ter entusiasmo, ser grato e manter o bom-humor. Com base nos trabalhos de Kobasa, Seligman e outros estudiosos do tema, veja cinco dicas de como colocar a resiliência em prática:

#1. Erre sem medo

O medo de errar paralisa muitas tomadas de atitude que poderiam ser cruciais para nosso desenvolvimento intelectual, profissional e, sobretudo, pessoal. A dica para começar a perder este medo (que está muito ligado à autocobrança) é permitir-se errar inicialmente em áreas que não terão tanto impacto na vida e, aos poucos, se arriscar mais em outros aspectos mais fundamentais. 

#2. Solte o controle

A autocobrança que impede de se permitir a situações inesperadas e tomar riscos normalmente vem de um comportamento controlador sobre si e sobre situações externas. Por isso, é preciso lembrar, cotidianamente, que não podemos controlar tudo, especialmente no que diz respeito ao outro ou ao que está fora de nós. Trabalhar o autoconhecimento é crucial para entender seus limites e potencialidades, mas também para compreender que os limites do outro, que nem sempre poderá corresponder às expectativas que criamos.

#3. Seja colaborativo

O professor Ed Diener, PhD em Psicologia pela Universidade de Illinois, desde 1981 se dedica a estudar a felicidade, acompanhando os humores de pessoas aleatórias em todo o mundo. Um dos resultados mais relevantes é a importância das ligações sociais para cooperação, na medida em que o interesse próprio é suprimido para fazer algo com outra pessoa ou com o coletivo. Entre cooperar e competir, somos biologicamente estimulados à primeira prática, que acaba gerando inclusive a liberação de dopamina (neurotransmissor que promove sensação de bem-estar).

Dicas de filmes, documentário e livros sobre resiliência

Histórias Cruzadas 

O aclamado filme de 2012 sobre a batalha de empregadas negras dos Estados Unidos para conquistar direitos civis é um dos mais associados à resiliência, já que as protagonistas precisam superar uma série de desafios pessoais durante a jornada. Dirigido por Tate Taylor, o longa é estrelado por Viola Davis, Emma Stone e Octavia Spencer.

Happy

“Você é feliz?” é a pergunta que norteia o documentário dirigido por Roko Belic, sustentada por testemunhos de pessoas de diversas origens e por especialistas a fim de mostrar a sabedoria de diversos povos. O filme quebra com a ideia de que para ser feliz basta ter dinheiro – e mostra a felicidade como algo inerente ao poder de compra.

Professor Polvo

Nesta obra premiado com o Oscar de Melhor Documentário de 2021, o cineasta Craig Foster conta a história de como encontrou seu refúgio no mergulho e na sua amizade com um polvo após a Síndrome de Burnout. A produção explora com delicadeza a ideia de que o meio no qual estamos inseridos nos ensina a ser mais resilientes.

Os Patinhos Feios

O livro do neuropsiquiatria e psicanalista Boris Cyrulnik trabalha o conceito de resiliência no sentido de lidar com o sofrimento, mas a partir de uma investigação de um processo que começa ainda na infância, quando se estabelecem os primeiros laços afetivos, até a expressão das emoções. O autor destaca exemplos de dramas pessoais, inclusive de famosos como da soprano greco-americana Maria Callas, considerada “a voz do século XX”.

Resiliência: O Segredo da Força Psíquica

No livro que virou best-seller na Alemanha, a jornalista Christina Berndt fala sobre a resiliência como uma “força” especial para resistir a situações de conflito, encarando as perdas como possibilidades de crescimento. A autora mostra que o caráter resiliente pode ser desenvolvido ao longo da vida adulta a partir de algumas estratégias.

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