profissões verdes

As chamadas profissões verdes, que estão ligadas à economia verde, questões ambientais e de sustentabilidade, têm ganhado cada vez mais destaque no mercado. Relatório da Organização Internacional do Trabalho, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, estima que o segmento possa criar até 15 milhões de empregos na América Latina e Caribe até 2030. O número seria resultado de mudanças estruturais nos padrões de produção e consumo de energia e alimentos.

Ainda segundo o documento, as oportunidades devem se concentrar nas áreas de agricultura sustentável, silvicultura, energia solar e eólica, manufatura e construção. Mas muitas profissões verdes ainda são consideradas emergentes e não tão conhecidas entre o público geral. 

Para ajudar a mudar esse cenário, conversamos com Samanta Roberto, analista de sustentabilidade da empresa global de energia EDP, reconhecida diversas vezes  por prêmios e rankings pelas suas práticas e ações voltadas para sustentabilidade. Ao Na Prática, a profissional aponta algumas possibilidades de carreira para quem quer atuar com o tema dentro de organizações.

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Possibilidades de “profissões verdes” no mercado

Samanta explica que a sustentabilidade por si só é um conceito bastante amplo e que engloba diversos temas. Como exemplo, ela cita os objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Neles, é possível encontrar áreas de atuação voltadas para preservação ambiental, mudanças climáticas, diversidade e inclusão, saúde, entre outras.

“As possibilidades de atuar nesse mercado vão estar muito relacionadas ao setor da empresa, o grau de regulação das atividades e o próprio posicionamento da organização em relação a esse tema”, explica. 

“Empresas mais maduras em relação à sustentabilidade tendem a não apenas ter uma frente específica focada no tema, mas demandar profissionais que olhem para essas questões também nas áreas operacionais.”

A analista aponta que a EDP conta com várias frentes de trabalho em sustentabilidade. Algumas delas são reports e transparência, combate à crise climática, conservação da biodiversidade, promoção de impacto social positivo, gestão sustentável de cadeia de fornecedores, entre outras. “Além disso, temos áreas específicas de meio ambiente ligadas aos negócios e uma organização voltada para a gestão de investimento social, chamada Instituto EDP. No fim das contas, todas olham e trabalham em prol da sustentabilidade”, revela.

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E diferentes tipos de profissionais estão envolvidas nesse trabalho. Samanta exemplifica gestores ambientais, engenheiros e administradores como algumas das profissões que podem atuar no setor. “Mais do que uma formação específica, ter uma visão holística e apreço por temas transversais é algo bastante importante. Acredito que o essencial para quem gostaria de trabalhar nessa área seria entender que a sustentabilidade não pode – e nem deve – atuar de maneira isolada. Esse é um tema que depende do engajamento e participação de muitos segmentos”, opina.

O perfil dos profissionais da área

Ainda que às vezes não seja necessário uma formação específica para seguir uma das profissões verdes, Samanta observa que algumas atuações podem demandar estudos e conhecimentos mais técnicos. “Esse é o caso de profissionais que trabalham com processos de licenciamento ambiental, resíduos ou saneamento, por exemplo. Na EDP, temos a sustentabilidade com uma visão mais ampla e envolvida em ações socioambientais transversais, mas também contamos com as áreas de meio ambiente ligadas diretamente ao negócio. Assim, alguns conhecimentos técnicos são bastante inerentes às atividades”, avalia.

Mas para quem não tem formação específica, se dedicar ao tema pode compensar uma possível falta de base mais especializada. “Se a pessoa acredita que trabalhar com sustentabilidade tem relação com o seu propósito, esse não é um caminho fechado para quem estudou inicialmente algo muito distante do tema. A própria natureza do segmento permite que muitas áreas estejam relacionadas a ele. Existe um número grande de especializações e, em muitos casos, não necessariamente a pessoa precisa fazer algo tão específico. Contudo, se especializar em sustentabilidade pode ser bastante interessante”, ressalta.

De acordo com a analista, o perfil buscado para atuar dentro de profissões verdes é de alguém com facilidade de fazer conexões entre os temas, visão holística e interdisciplinar. “Estamos falando de um setor que é um grande guarda-chuva de diversos outros segmentos, sejam eles sociais ou ambientais. Facilidade em se conectar com outras pessoas é também bastante importante para promover o engajamento de diversas áreas e conhecimentos diferentes”, aponta.

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A economia verde e o mercado do futuro

Com a pandemia e um contexto socioambiental bastante complexo, especialmente no Brasil, Samanta observa que é possível perceber que o tema da economia e profissões verdes voltou a ganhar espaço nas discussões. “Ouvimos e falamos sobre ESG (critérios de sustentabilidade ou, em português, Ambiental, Social e de Governança) de manhã, tarde e noite. Os investidores estão cada vez mais atentos aos resultados não financeiros e 2020 tem sido bastante relevante nesse sentido. Acredito que esse seja um caminho sem retorno. Então, as áreas e profissionais de sustentabilidade tendem a ganhar cada vez mais espaço nos processos de decisão das organizações como um todo”, opina.

Sobre o segmento, ela observa que o principal diferencial da EDP é a maneira integrada com que a empresa atua. “Trabalhamos dentro do que chamamos de ‘Nova ética de vida na Terra’. Com a pandemia, muitos temas socioambientais vieram à tona de forma latente e isso fez com que reforçássemos nosso posicionamento de atuação em sustentabilidade. Estamos trabalhando para que a EDP mantenha sua atuação respeitando os limites planetários e assegurando a criação e manutenção de um espaço mais justo e seguro para todas as pessoas”, revela.

E para quem tem interesse em trabalhar com sustentabilidade, Samanta afirma que vale a pena ficar de olho nas vagas da EDP, que costumam ser divulgadas pelo LinkedIn. “Nosso programa de estágio ocorre anualmente e sempre que temos vagas em aberto fazemos um processo seletivo”, conta. “Eu sou testemunha da possibilidade de crescimento. Entrei em 2014 pelo programa de estágio e sigo na empresa. Desde então, passei também pela área de meio ambiente corporativo, que hoje foi integrada à ala de sustentabilidade, e por dois processos de promoção interna”, finaliza.

 

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