Objeto do Projeto Mão Amiga com mão de impressora 3D

Superar dificuldades, dar o primeiro passo e ajudar a transformar o mundo. Sonhar grande! É essa a inspiração de um grupo de jovens que decidiu empreender de uma forma diferente: ajudando a melhorar o mundo. Em pouco mais de duas semanas, nove universitários desenvolveram e imprimiram uma prótese de mão 3D. O projeto, intitulado ‘Mão Amiga’, trouxe de volta a esperança a um adolescente de Esperantina, cidade no interior do Piauí. Filipe Gabriel Costa, um dos desenvolvedores do projeto, explica que o grupo pretende ampliar e melhorar a prótese. “A ideia é fazer muito mais”, conta com satisfação.

O Projeto Mão Amiga surgiu no ano passado durante a edição em Teresina do LABx, programa de desenvolvimento de lideranças promovido pela Fundação Estudar e voltado especificadamente para jovens que querem ser a mudança que o país precisa. A proposta é aprender, por meio da troca de experiências, a alinhar sonhos e objetivos profissionais para ter uma carreira de sucesso.

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Multiplicar talentos “Eles acreditam que desenvolvendo as pessoas elas desenvolvem o país”, comenta Júlia Evangelista, uma das organizadoras do programa, sobre os fundadores da Fundação Estudar: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

Durante o LABx os jovens são potencializados para transformar o Brasil. Nos dois encontros, os selecionados devem passar pelo salto, um momento prático em que deve-se alinhar a carreira e o que faz sentido para si. “Em um mês os selecionados devem dar o salto e começar a realizar um sonho que estava guardado”, declara a organizadora Júlia.

Foi o desejo de desenvolver um projeto 3D que despertou o interesse de Filipe a criar o projeto Mão Amiga. A ideia foi apresentada aos nove participantes como proposta para o salto em grupo e foi carinhosamente abraçada por todos. “Todo mundo topou, mas a gente mal sabia por onde começar”, relata.

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Conexões na rede Alguns dias depois, Filipe foi apresentado a uma pessoa proprietária de uma impressora 3D. Ao saber da ideia, Leonardo Ibanez apoiou o projeto e decidiu contribuir. “Ele não cobrou nada, só o material”. A prótese, que custou ao grupo cerca de R$ 170, foi desenvolvida a partir de um código aberto de uma professora da Europa que o criou para o filho que nasceu sem a mão. O valor da mão mecânica teria saído ainda mais barato se a primeira impressão não tivesse sido descartada. “A primeira prótese ficou com o plástico mole, então ia ficar muito frágil. Descartamos a primeira, mudamos a configuração e conseguimos fazer a segunda”, conta Filipe.

A prótese exige que o usuário tenha pelo menos o pulso, para poder realizar os movimentos de abrir e fechar a mão. Para encontrar a pessoa ideal, os universitários entraram em contato com o Centro Integrado de Reabilitação (Ceir) que também decidiu colaborar com o projeto e apontou um possível candidato. “Quando nós contamos para ele [o candidato] sobre a nossa proposta, nós vimos o brilho no olhar dele. Ele ia ter a esperança de poder pegar alguma coisa novamente”, relata Filipe, que acrescenta que o sentimento do jovem surgiu num momento em que nem era possível saber se o projeto ia mesmo dar certo.

O candidato a usar a prótese perdeu os dedos da mão aos 22 anos, após ser acometido por meningite. A doença o fez perder também uma perna e um pé. “Mesmo que seja limitado, ele tem novamente uma possibilidade”, afirma Filipe. A mudança no mundo estava acontecendo e o grupo foi alertado disso. “Você vão lhe dar com uma coisa muito importante, isso vai mexer com ele, vai mexer com a mente dele. Vocês têm que se se esforçar ao máximo para que isso dê certo, porque vocês estão lidando com uma pessoa que tem a chance de ter movimentos novamente”, alertou um dos funcionários do Ceir.

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Próximos passos Ao fim da primeira fase, o projeto sem fins lucrativos ganha agora novos ares. Filipe Gabriel Costa, juntamente com os amigos que o LABx lhe apresentou, está desenvolvendo uma maneira de tornar a prótese mais leve sem comprometer a resistência do material. Ao fim desse passo, o grupo vai cobrir a mão mecânica com uma luva de silicone e finalmente entregar para o candidato.

“Às vezes a gente se limita demais. Às vezes a gente quer fazer alguma coisa e pensa logo que não vai conseguir. Lá no LABx o que me despertou mais foi isso. Eles despertaram em mim que eu tenho possibilidade de fazer o que eu quiser fazer”, responde Filipe, ao ser questionado sobre a grande lição que o programa lhe ensinou.

Este artigo foi originalmente publicado em Capital Teresina 

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