Gestor, Gestão de Risco

Para profissionais que se interessam em trabalhar no mercado financeiro, gestão de risco é uma possibilidade interessante, com diversas oportunidades de atuação. Uma delas é em family offices, empresas que oferecem assessoria financeira completa a famílias de alto patrimônio.

Para entender melhor a função, o Na Prática conversou com Barbara Harboe, analista de risco na Turim, pioneira no Brasil no ramo de multi-family office. De acordo com ela, o trabalho do gestor de risco pode ser sintetizado em três etapas:

  1. Identificação do perfil do cliente – Conhecer e entender quais são seus objetivos em relação ao patrimônio, seu apetite a risco, sua necessidade de liquidez, se há alguma restrição, etc. Para esse fim, pode ser feita uma entrevista ou aplicado um questionário.
  2. Definição do mandato de risco e política de investimento – As informações extraídas são analisadas e é elaborada, em conjunto com o cliente, uma política de investimento, que irá formalizar o mandato de risco e limites a serem seguidos para a carteira. Nesta etapa, é feita uma análise mais quantitativa das métricas de risco.
  3. Monitoramento dos riscos – Monitorar se o mandato está sendo cumprido e acompanhar os riscos de mercado, crédito, liquidez e regulatórios das carteiras.

O trabalho de risco descrito acima é referente a um family office e se difere muito do risco de uma asset management – empresa de gestão de ativos. “No family office, como cada cliente é único e toda a decisão de investimento é feita de forma individual para cada um, as etapas de identificação do perfil do investidor e elaboração da política de investimentos são extremamente importantes. Toda a alocação da carteira será feita em função do mandato e, como consequência, a avaliação e satisfação do cliente também será”, esclarece Harboe.

No fim das contas, a preocupação em alinhar o nível de risco com o que busca o cliente objetiva evitar que ele fique desconfortável por tomar riscos demais ou insatisfeito por tomar menos riscos do que o que espera (e ao que está disposto).

“Em uma asset, o mandato de risco é estabelecido por fundo, é único, independente dos cotistas”, diz ela. Na prática, isso significa que não existe a etapa de identificação de perfil do cliente e a fase de definir o mandato e política de investimentos é feita uma única vez – tirando eventuais revisões. O foco de uma asset, na realidade, é na etapa de monitoramento dos riscos.

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“Para dimensionar a relevância do tema em um family office, a Turim patrocinou um dos projetos de laboratório da MIT (Massachusetts Institute of Technology) Sloan School of Management, desenvolvendo conjuntamente um modelo para uso interno focado na identificação do perfil do investidor”, conta a analista de risco.

O projeto incluiu um estudo extenso sobre identificação de perfil, atributos e métricas de risco e ciências cognitivas. Como resultado, chegaram ao desenho de todo o processo de extração de informações relevantes do cliente, definição de perfil e elaboração da política de investimento.

Rotinas

Segundo a analista, a área de risco é responsável pelo monitoramento diário dos diversos riscos das carteiras dos clientes – de mercado, de liquidez, enquadramento regulatório e crédito.

No dia a dia na Turim, os profissionais que trabalham com gestão de risco têm bastante contato com a área comercial, com quem se juntam em reuniões com clientes para definir o perfil de risco e apresentar as métricas da carteira de investimentos.

Além disso, também participam de reuniões semanais junto à área de gestão, onde apresentam todas as métricas de risco dos clientes e da organização como um todo, informações que pautam decisões de alocação.

Perfil para trabalhar com gestão de risco

“O trabalho com risco exige uma habilidade técnica forte na parte quantitativa. É importante gostar de matemática e de trabalhar com dados. Além disso, conhecer e gostar de programação, em qualquer linguagem, é fundamental e um diferencial para trabalhar na área”, destaca Harboe.

Pela atuação em um family office ser marcada pelo contato com o cliente – no caso, as famílias atendidas -, habilidades interpessoais e de comunicação também acabem sendo diferenciais. “Um dos grandes desafios do profissional da área é conseguir explicar e apresentar o risco de forma didática e fácil de entender para quem não é do ramo”, explica.

O que os interessados pela área precisam conhecer

Metodologias

Para a analista de risco da Turim, é preciso saber calcular métricas de risco tradicionais, como volatilidade e drawdown (perda máxima observada dentro de um certo intervalo de tempo). Mas, além disso, também é necessário entender sobre conceitos como precificação de ativos (renda fixa, ações, futuros e opções), cálculo de rentabilidade e atribuição de performance de uma carteira diversificada.

“Para conseguir mensurar o risco de mercado de uma carteira, primeiro é preciso entender como os ativos que a compõem são precificados, que variáveis afetam os seus preços, e como possíveis choques nessas variáveis afetariam o preço de cada um deles, além da rentabilidade da carteira como um todo” esclarece a profissional. “É dessa forma que pensamos e aplicamos risco na Turim.”

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Certificações

Harboe recomenda dois certificados que podem ser muito relevantes para o desenvolvimento profissional de quem quer ser um gestor de risco de destaque.

  • Certificado internacional focado em risco Financial Risk Manager (FRM), credenciado pelo GARP: “é bastante útil e prático para quem quer se especializar no ramo.”
  • Certificado internacional Chartered Financial Analyst (CFA), do CFA Institute: “cobre bem a parte de precificação de ativos e carteiras e aborda métricas de risco. Embora não seja focado na área de risco, o programa prepara bons profissionais para atuar no ramo e é uma opção para pessoas que buscam um programa um pouco mais amplo e ainda não têm certeza se querem focar em risco.”

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