Terceiro Setor
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Quem tem vontade de trabalhar com propósito e impacto social logo pensa em ir para o terceiro setor. É nele que se encontram as ONGs (Organizações Não Governamentais) e outras iniciativas que buscam mudar o mundo. De acordo com o mapa das organizações da sociedade civil de 2020, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foram contabilizadas 781,9 mil instituições do setor no Brasil. 

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A estrutura do terceiro setor

O termo terceiro setor vem da expressão em inglês third sector, utilizada para definir as organizações sem vínculos diretos com o primeiro setor (o governo e as esferas públicas) e o segundo setor (o mercado privado). Ele é composto por instituições sem fins lucrativos, não governamentais e que buscam trabalhar metas de caráter público ou social, como diminuir o desmatamento ou promover equidade de gênero.  

O principal ponto que diferencia as instituições do terceiro setor das demais áreas é que elas não buscam lucro, ou seja, não têm como meta acumular capital ou gerar riqueza para diretores ou sócios, mas sim reunir pessoas em prol de um ideal compartilhado. Em resumo, para ser do terceiro setor uma organização precisa:

  • Ser formalmente constituída;
  • Contar com uma estrutura básica não governamental;
  • Não possuir fins lucrativos;
  • Realizar a própria gestão;

Apesar de não estarem diretamente ligadas ao governo, essas organizações podem firmar parceiras e receber investimentos públicos. Exemplos de empresas conhecidas do setor são: Fundação SOS Mata Atlântica, Médicos Sem Fronteiras, Unicef, Abrace e Apae, além da Fundação Estudar, do qual o Na Prática faz parte. 

O setor e a sociedade

O terceiro setor desenvolve diversas atividades em favor da sociedade e atua em cadeia para produzir um impacto social positivo. Ao trabalhar em parceria com o Estado, por exemplo, as organizações da área podem facilitar a chegada de serviços públicos em comunidades com difícil acesso. Além disso, as oportunidades de voluntariado podem ajudar jovens profissionais a desenvolverem habilidades socioemocionais e se preparem para o mercado de trabalho. 

Apesar de geralmente ser representado pelas ONGs (Organizações Não Governamentais), outras estruturas também fazem parte como entidades filantrópicas, organizações da sociedade civil de interesse público, associações civis sem fins lucrativos, fundos comunitários, fundações mantidas com recursos privados, entidades beneficentes, serviço social autônomo, entre outras. 

Ou seja, o terceiro setor engloba múltiplos esforços em conjunto para atender diversos segmentos, com uma oferta de serviços melhor e que gere efeitos positivos na sociedade. O trabalho da sociedade civil organizada – como também é conhecido – ainda promove uma atuação mais ativa, engajada e participativa dos cidadãos.  

A partir de causas específicas – como proteção ambiental, acesso à educação, promoção de igualdade de gênero ou combate ao racismo, por exemplo – essas organizações geram transformação social, impactando as políticas públicas e como os grupos se organizam. E, pelo fato de não possuírem fins lucrativos, tudo que é arrecadado é investido no trabalho e na organização. 

Oportunidades na área

Por ser um segmento em crescimento, o terceiro setor oferece muitas oportunidades e existem diversas iniciativas sendo desenvolvidas. Contudo, muitas vezes, essas informações não estão consolidadas ou disponíveis tão facilmente em comparação a outros setores. Isso pode dificultar que os profissionais encontrem oportunidades. Vale ressaltar que os profissionais são remunerados, assim como em outras empresas, a menos que optem por um serviço voluntário. 

O próprio setor em si é muito grande e se divide em sub áreas como educação, mobilidade urbana, assistência social, questões de gênero, sustentabilidade, entre outras. Por conta dessa diversidade e do fato da principal diferença do terceiro setor ser não buscar lucro, é possível encontrar oportunidades em praticamente todos os temas, desde cargos de entrada até posições mais seniores. 

Para quem tem interesse em construir uma carreira nesse segmento, ou até mesmo começar um trabalho voluntário, é recomendável fazer uma densa pesquisa sobre o setor, quais são os temas com os quais o profissional mais se identifica e como ele pode relacionar isso com suas experiências prévias, tanto pessoais como profissionais. 

Focado em áreas específicas, o candidato pode então procurar organizações que atuem no segmento e definir quais são aquelas com as quais houve uma identificação maior, levando em conta os valores, o objetivo e a estrutura da organização. Para entender melhor como funciona o trabalho, ele ainda pode entrar em contato com pessoas envolvidas para conhecer mais sobre a organização, suas demandas, atuação e como é a rotina.

Depois, o processo segue a mesma dinâmica da maioria das empresas: basta se inscrever em vagas e processos seletivos em aberto ou ficar acompanhando as redes sociais e páginas da organização.  Atualmente, já existem algumas organizações que divulgam vagas do terceiro setor ou do setor de impacto social. Entre elas estão o Na Prática, o Quintessa e o Gife, além de grupos específicos em plataformas como o Linkedin. 

Desafios profissionais e características do segmento

Apesar das atividades desenvolvidas no terceiro setor serem similares a dos empregos considerados tradicionais, existem alguns desafios que impactam quem trabalha nessa área. Entre eles estão:

  • Limitação de recursos disponíveis;
  • Ambientes de trabalho desafiadores e imprevisíveis;
  • Mudanças constantes e instabilidade no setor;
  • Necessidade de conciliar diversos interesses;
  • Dificuldade para mensurar resultados em iniciativas sociais;
  • A maior parte dos projetos finais são voltados para o longo prazo.

Mas essas questões também trazem pontos positivos. Por conta desse ambiente, o setor é bastante receptivo ao risco e às inovações, possui potencial de impacto de larga escala, permite uma rápida aprendizagem, relaciona conhecimentos de diversas áreas distintas e contribui para a resiliência e adaptabilidade do profissional. 

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As organizações do terceiro setor não costumam ser tão rígidas quanto aos cursos superiores exigidos. Muitas pessoas atuam fora de sua área de formação, mas em temas que se identificam e funções que combinam com seu perfil profissional.

Outro ponto é que as instituições da área tendem a valorizar mais a diversidade e abraçar as diferenças, buscando colaboradores de diferentes origens, raças, orientação sexual, gênero, formação e experiências. Isso porque o trabalho do terceiro setor envolve constantemente buscar em conjunto soluções para um problema. Então, quanto maior for o número de perspectivas e olhares distintos sobre o assunto, maior a chance de serem propostas respostas melhores. 

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