Bill Gates e Warren Buffet

Quando Bill Gates e Paul Allen fundaram a Microsoft, em 1975, poucas pessoas acreditavam no projeto. Um computador pessoal em cada mesa, afinal, parecia um exagero futurista.

Dono da maior fortuna do mundo, avaliada em US$ 78,3 bilhões, ele hoje se dedica ao trabalho filantrópico da Bill & Melinda Gates Foundation, em parceria com a esposa. Tida como exemplo mundial de filantropia bem feita, a fundação busca impactar a saúde pública mundial, através de causas como a erradicação da malária, e a educação.

A dedicação do americano acabou contagiando um de seus melhores amigos, o megainvestidor Warren Buffett, do conglomerado Berkshire Hathaway. Juntos criaram a iniciativa The Giving Pledge, em que bilionários se comprometem a doar grandes parcelas de seu patrimônio.

Recentemente, para comemorar mais de duas décadas de amizade, Gates fez uma homenagem a Buffett. Confira o texto abaixo, traduzido pelo Na Prática:

Não me lembro da data exata em que conheci a maioria dos meus amigos, mas Warren Buffett, sim. Foi há exatos 25 anos, em 5 de julho de 1991.

Acho que a data tem tanto destaque para mim porque marca o começo de uma nova e inesperada amizade para Melinda [Gates, sua esposa] e eu – uma que mudou nossas vidas para melhor de todos os jeitos imagináveis.

Warren nos ajudou a fazer duas coisas que são impossíveis de exagerar: aprender mais e rir mais.

Ao longo do último quarto de século de amizade, fizemos muito dos dois. Melinda e eu frequentemente nos vemos relembrando alguma pérola de sabedoria que Warren compartilhou conosco, ou rindo ao lembrar de alguma coisa engraçada que ele fez ou disse.

Para marcar o aniversário de nossa amizade, pensei em compartilhar algumas das minhas memórias favoritas de nosso tempo juntos. Warren e eu também criamos um filme de realidade virtual juntos na Reunião Anual de Acionistas da Berkshire Hathaway, que você pode assistir no meu blog.

Bill Gates e Warren Buffett
[acervopessoal]

Um começo esquisito
À primeira vista, Warren e eu parecemos uma dupla mal feita. Sou um nerd de tecnologia. Ele é um investidor que não usa email. Na verdade, eu não esperava que fossemos ser amigos.

Em 1991, quando minha mãe me convidou para visitar nossa casa de férias em Hood Canal e encontrar um grupo de amigos incluindo Warren, eu não queria ir. Disse que estava muito ocupado no trabalho. Warren seria interessante, ela insistiu. Mas eu não estava convencido. “Olha, ele só compra e vende pedaços de papel. Isso não é gerar valor de verdade. Não acho que teríamos muito em comum”, respondi. Eventualmente, ela me persuadiu a ir. Concordei em não ficar mais que duas horas antes de voltar para a Microsoft.

E então conheci Warren. Ele começou a fazer perguntas sobre o negócio de software e por que uma empresa pequena como a Microsoft poderia esperar competir com a IBM e quais eram as habilidades e preços. Eram perguntas incrivelmente boas que ninguém tinha feito. De repente, estávamos mergulhados numa conversa e horas se passaram. Ele não parecia um grande investidor. Tinha esse jeito modesto de falar sobre o que faz. Era engraçado, mas o que me impressionou mesmo era quão claramente ele pensava sobre o mundo. Foi uma amizade profunda desde a primeira conversa.

Oreos no café da manhã
Uma coisa que me surpreendeu sobre Warren é que ele basicamente come aquilo que comia aos seis anos. Não come mais papinha, claro, mas suas refeições são basicamente hambúrgueres, sorvete e Coca Cola. (Essa é uma das razões que fazem um jantar tão divertido com ele.) Lembro-me da primeira vez que ele ficou em casa e abriu um pacote de bolachas Oreo no café da manhã. Nossos filhos imediatamente exigiram algumas. Pode dar exemplos ruins para os jovens, mas é uma dieta que de algum jeito funciona para ele.

Bill Gates e Warren Buffet
[acervopessoal]

“Amamos o que você fez com a sala de jantar, Warren!”
Quando Warren convidou Melinda e eu para ficar em sua casa, em Omaha, pela primeira vez, nos deu uma tour do lugar. Quando chegamos na sala de jantar, vimos que não havia assento nas cadeiras. Warren estava tão surpreso quanto nós. “O que está acontecendo?”, ele perguntou, examinando as cadeiras. Eventualmente, descobriu que as almofadas tinham sido retiradas há meses para uma reforma e ele não tinha notado até aquele momento. (Devia estar comendo seu sorvete com Oreos na cozinha.) Rimos daquela visita até hoje.

Investimento emocional
Warren ganhou uma reputação como “Oráculo de Omaha” por sua abordagem perspicaz do mundo dos investimentos. Mas ele é igualmente bom em investir em pessoas. Sempre me surpreendo com como ele consegue atraí-las e fazer o aprendizado ser divertido para elas. Mesmo com uma agenda cheia, Warren encontra tempo para manter as amizades como poucas outras pessoas que conheço. Ele pega o telefone e liga para dizer oi e frequentemente manda artigos que acha que Melinda e eu acharemos interessantes pelo correio.

Aprendi muitas coisas com Warren ao longo dos últimos 25 anos, mas talvez a mais importante seja o significado da amizade. É sobre ser o tipo de amigo que você mesmo gostaria de ter. Todos deveriam ter a sorte de ter um amigo tão gentil e simpático como Warren. Ele vai além para fazer com que as pessoas se sintam bem e compartilha sua alegria de viver.

Até hoje, toda vez que vou a Omaha (e vou sempre que posso), Warren ainda vai me buscar no aeroporto.

É um gesto pequeno, mas significa muito para mim. Sempre fico impaciente esperando as portas do avião se abrirem porque sei que Warren estará esperando com uma nova história ou piada e vou aprender e rir com ele, tudo de novo.

Obrigada pela amizade, Warren. Foram 25 anos incríveis. Anseio por criar muitas outras memórias com você nos próximos anos.

Artigo originalmente publicado no LinkedIn e traduzido pelo Na Prática.

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