Fernanda Bastos é uma advogada brasileira especializada em fusões & aquisições bilionárias, as chamadas M&As (de Merges and Aquisitions, em inglês). Bolsista da Fundação Estudar durante o seu LLM na Columbia University, ela contou ao Na Prática, nesta outra entrevista, que os processos de aquisição são longos e, por acontecerem em diversos setores e indústrias, exigem a assistência de advogados especialistas.
“É preciso entender um pouco de cada um desses negócios para poder formatar uma operação perante os órgãos de controle”, explicou.
Depois, acontece uma auditoria da empresa a ser adquirida, quando problemas e restrições são postos na mesa e acomodações e processos começam a ser criados.
Quando a L’Oréal adquiriu a Niely Cosméticos, por exemplo, o processo de Fernanda levou três anos. “Quando chegamos na empresa, era um negócio familiar: sem contas auditadas, sem organização jurídica de documentos, sem avaliação profissional… Precisamos preparar a empresa e guiá-la.”
Em seguida, ainda há o período de transferência, que leva meses. As coisas só começam a acontecer de fato depois da aprovação de acionistas e de órgãos regulatórios do governo, às vezes múltiplos governos. Ou seja, não é uma operação apenas cara – é muito complexa.
Assim, mesmo quando não chega a ser mais que uma oferta, uma operação envolvendo tamanho montante de dinheiro demanda o esforço de diversos profissionais. Quanto mais o negócio avança, mais pessoas vão sendo envolvidas. A seguir, confira as 10 aquisições mais caras da história:
Em fevereiro de 2000, a britânica Vodafone adquiriu a alemã Mannesmann. A compra transformou a Vodafone na maior companhia de telefonia móvel do mundo.
A fusão da americana Pfizer com a rival irlandesa Allergan, em novembro de 2015, transformou-a na maior empresa farmacêutica do mundo e colocou, dentro do mesmo espaço, remédios bestsellers como Viagra e Botox.
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Em janeiro de 2000, a America Online (AOL) comprou a Time Warner. Não foi uma compra bem sucedida – a AOL nunca recuperou sua liderança na indústria de tecnologia – e a união durou apenas nove anos. Hoje, a Time Warner está no meio de um processo de aquisição pela AT&T, que lhe ofereceu US$ 108,7 bilhões. A proposta está sendo analisada pelo governo americano.
Em 2013, a Verizon, uma empresa americana de telefonia móvel, gastou uma fortuna para ganhar o controle de sua unidade sem fio, a Verizon Wireless. Foram 130 bilhões de dólares para a Vodafone, a líder mundial da indústria e que detinha 45% da operação.
Em 2015, a Anheuser-Busch InBev, liderada pelo brasileiro Carlos Brito, comprou a SAB Miller, uma aquisição que só terminou em meados de 2016. Juntas, elas agora produzem um terço das cervejas do mundo.
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