Empreendedorismo

Como ter insistido em uma ideia tornou o Starbucks o que é hoje

Em idos de 1983, Howard Schultz, então diretor de marketing de uma pequena rede de grãos de café chamada Starbucks, abriu a porta de uma cafeteria em Milão. A experiência transformou sua vida.

A atmosfera dos cafés da cidade, em que baristas serviam bebidas aos locais e os chamavam pelo nome num ambiente agradável, era algo que ele queria levar para os Estados Unidos, até então a terra do café instantâneo.

“Eu queria trazer o ritual diário e essa sensação de comunidade, a ideia de que você pode construir um terceiro lugar entre sua casa e o trabalho”, explicou. “Vi a sinfonia de atividade e o romance do café, em que ele era o centro da conversa, e isso mexeu comigo.”

Com a ideia na cabeça, voltou entusiasmado a Seattle, onde ficava a companhia que tinha então quatro lojas, e fez a proposta: e se, além dos grãos, eles também vendessem cafés?

A resposta de sua empresa foi negativa. O espírito do negócio, segundo seus fundadores, era vender produtos de alta qualidade para que os clientes fizessem em casa e pronto.

Starbucks e a persistência

Persistente, Schultz não desistiu e conseguiu convencê-los a abrir um bar de café em uma nova loja no ano seguinte, uma maneira de testar sua ideia no mercado.

Os clientes vieram às centenas e ele descobriu que havia, sim, espaço para negócios daquele tipo nos EUA. Mesmo diante do resultado, os donos reforçaram que não queriam seguir naquela direção: preferiam manter-se pequenos e como estavam.

Decepcionado, Schultz deixou o emprego e abriu sua própria rede na cidade, Il Giornale, em 1985. “Era uma paixão e um entusiasmo sem limites, eu precisava fazer aquilo”, justificou.

Inscreva-se no curso por e-mail: Conselhos de CEO

Os baristas milaneses eram a inspiração direta do serviço. Schultz tinha gravado e fotografado seu modo de trabalho e o material era utilizado no treinamento da equipe americana. Quando o Il Giornale abriu, as pessoas apareceram mais uma vez – 300 delas só no primeiro dia.

Em 1987, já com a ideia validada, Schultz recebeu um convite surpresa. “Os fundadores do Starbucks me disseram que venderiam a companhia [para mim] por US$ 3,8 milhões. Essa era a parte boa. A parte ruim é que eu não tinha um centavo.”

Com a ajuda de investidores locais e empréstimos de bancos, ele efetuou a compra das lojas em que antes trabalhara, da fábrica de torrefação e da marca em si, incluindo o famoso logotipo da sereia. (O nome Starbucks, aliás, vem de um personagem do clássico Moby Dick, de Herman Melville.)


[Howard Schultz, CEO do Starbucks / Mike Pont]

O executivo, que contou sua história no bestseller Em Frente!, criou uma estratégia agressiva de crescimento: abrir 125 lojas nos primeiros cinco anos. Inspirado pelo modelo de franquias do McDonald’s, conseguiu superar a meta rapidamente.

Hoje, o Starbucks tem 25 mil lojas e 280 mil funcionários em 75 países. Em dezembro de 2016, Schultz – que bebe entre quatro e cinco xícaras de café por dia – anunciou que deixaria o posto de CEO.

“Grandes oportunidades podem e foram criadas durante tempos difíceis economicamente”, disse ele durante a crise americana, em 2008, quando a companhia estava passando por um momento ruim. “Pode parecer um pouco ingênuo, mas cheguei aqui acreditando em sonhos grandes. E acho que, se você é um empreendedor, precisa sonhar grande e então sonhar mais alto ainda.”

Leia também: 12 lições que Elon Musk pode te ensinar sobre investimentos

Deixe um comentário
Compartilhar

Posts recentes

Guia de profissões: conheça 87 carreiras, cursos e atuações

Depois que nós chegamos ao ensino médio, é comum que passemos a questionar qual será…

1 dia a

Quais são os desafios de aprender a liderar em tech, segundo fundadora da Cuidas

Quem gosta de tecnologia costuma dar sinais cedo. Deborah Alves, fundadora da Cuidas e ex-aluna…

2 dias a

Planejamento: 7 passos para se organizar e alcançar objetivos

Você já ouviu a frase: "Quem falha em planejar, planeja falhar"? Essa máxima não poderia…

2 dias a

Business Intelligence: o que é, para que serve e como aprender?

Business Intelligence (BI) é um conjunto de estratégias, tecnologias e ferramentas que capacitam as organizações…

1 semana a

Trabalho em equipe: 5 passos para desenvolver essa habilidade

O trabalho em equipe é uma necessidade que acompanha os profissionais desde a fase inicial…

2 semanas a

Técnica Pomodoro: saiba como gerenciar seu tempo e ser mais produtivo

Você sabia que a técnica pomodoro promete ajudar quem tem dificuldade em terminar as suas…

2 semanas a