Faz muito tempo que Paulo da Cruz Freire dos Santos pensou nos mecanismos do empreendedorismo pela primeira vez: foi em idos de 1969, quando trabalhava em um programa de capacitação e motivação para agricultores brasileiros.
Quase quatro décadas depois, em 2008, sua tese de doutorado foi a criação de uma escala brasileira para identificar potencial empreendedor, um questionário extensivamente pesquisado e disponível para download aqui!
No processo de validação da escala, mais de 600 pessoas, entre jovens e professores de empreendedorismo, responderam na primeira leva. Em seguida, foi a vez de 100 empresários, metade deles com negócios que existiam há no mínimo cinco anos.
O teste – que já suscitou interesse em Cuba, Indonésia e Portugal – tem 49 perguntas e inclui um passo a passo para somar os resultados.
O objetivo é que qualquer um possa identificar seu potencial individualmente e, com os insumos em mãos, saber o que como desenvolver pontos fortes e fracos e montar um plano de desenvolvimento individual.
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Empreendedorismo no Brasil
Em 1998, já como professor de Administração na Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e grande estudioso do tema, Paulo convenceu a universidade a incluir o ensino de ferramentas e conceitos de empreendedorismo em uma reformulação do curso.
Antes da palavra entrar em voga pelo país, ele já estava convencido da importância de motivar jovens a criar novos negócios, principalmente em tempos de crise.
“Eu estava preocupado com o futuro dos jovens que saíam da universidade, já que Alagoas estava passando por uma crise muito grande e a situação estava difícil”, lembra ele, que também os ajudou a criar uma empresa júnior.
Quanto mais tempo passava, mais Paulo se interessava pelos traços de personalidade compartilhados por diferentes tipos de empreendedores.
Além da literatura acadêmica – ele destaca que a primeira pessoa a definir um empreendedor foi um irlandês, no século 18, que dizia que eram pessoas “que assumiam riscos moderados” –, Paulo se baseou em pessoas reais para criar um perfil de empreendedor-modelo.
[Delmiro Gouveia, industrial brasileiro que inspirou a escala de identificação de potencial empreendedor]
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Ao lado de grandes figuras históricas como Henry Ford e Visconde de Mauá está Delmiro Gouveia, um industrial brasileiro que construiu a segunda usina hidroelétrica do Brasil, em 1913, no interior de Alagoas.
“Ele começou do nada e construir um império em Recife, até se meter em confusões políticas e amorosas que o fizeram correr”, diverte-se Paulo. “Chegou numa cidade que nem existia ainda, que hoje leva seu nome, e conseguiu fazer uma pequena hidrelétrica no Rio São Francisco. Podemos dizer que cresci num ambiente de empreendedorismo, porque sou de lá.”
Pensando na atual crise brasileira e nas mudanças que o futuro do trabalho reserva, ele conclui que considerar empreender como carreira nunca foi tão importante.
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“O mundo mudou completamente e as coisas não funcionam mais como antes, quando um emprego estável resolvia sua vida”, afirma. “Acredito que, no futuro, empreendedorismo vai ser uma necessidade. É por isso que passei tanto tempo me dedicando a isso: é uma alternativa.”