Muitas medalhes e distintivos

Com apoio da tecnologia, é cada vez mais fácil continuar a aprender durante a vida toda e receber uma certificação. Isso pode acontecer na educação básica, com atividades na escola ou durante as férias, no ensino superior, com cursos do currículo ou mesmo extracurriculares, e até de maneira informal em cursos rápidos que em nada lembram a rigidez dos currículos universitários. A ideia é que, ao invés de passar longo tempo em um curso de pós-graduação, seja possível escolher temas específicos e já aplicá-los na prática.

Nos Estados Unidos, a organização Badge Alliance trabalha pela popularização do open badge, um distintivo ou medalha digital que comprova o aprendizado em determinada atividade ou a participação em um projeto. Trata-se, grosso modo, de um arquivo de imagem que, além de permitir que a aquisição de uma nova habilidade seja compartilhada em redes sociais, leva consigo informações de identificação, tais como: instituição emissora, data e descrição de atividade, além de links para requisitos e evidências de que o aluno de fato cumpriu o exigido.

Em conversa na sede da Fundação Lemann, Nate Otto, diretor da Badge Alliance e um dos palestrantes do Transformar 2015, deu um panorama de como a tecnologia tem sido adotada nos Estados Unidos. “Na medida em que o ensino é cada vez menos linear, os badges podem contar a história das experiências de aprendizado de uma pessoa ao longo de sua vida”, disse.

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Nate Otto, da Badge Alliance [Porvir] 

Para universitários No caso do ensino superior, o representante da Badge Alliance afirma que a tecnologia dos open badges surge como alternativa para estudantes mostrarem em que se diferenciam dos demais candidatos na hora de disputar uma vaga no mercado de trabalho.

Segundo Otto, nos EUA os diplomas de graduação têm perdido valor por serem muito comuns por não darem muita informação a empregadores sobre o que o estudante fez ao longo de sua carreira acadêmica. “Eles podem até mostrar os cursos feitos e as notas obtidas, mas ainda não dizem nada sobre competências desenvolvidas. O diploma universitário é usado como um filtro para jogar fora metade das fichas de candidatos”, afirmou.

Assim, universidades começam a usar os open badges para ajudar alunos a comprovarem competências adquiridas ao longo do curso. “Quando o aluno se candidatar a um emprego, pode dizer: ‘Eu tenho as habilidades básicas e também experiência em liderar grupos de cinco pessoas para um projeto e aqui está meu badge que pode ser verificado por link do vídeo com a apresentação que fiz”, explicou.

Apesar do discurso entusiasmado, Otto admite que são poucos os casos de empresas que contratam usando badges como critério número um. Porém, isso não significa que elas fechem os olhos para as microcerticações. Elas só estão usando a tecnologia de uma outra maneira, dentro de um plano de desenvolvimento profissional. “Uma das empresas que usam badges é a IBM, que tem um programa para áreas técnicas. Outras são a varejista de calçados Zappos, de Las Vegas, e a Adobe, que fabrica o editor de imagens Photoshop”.

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Questionado sobre a credibilidade dos badges, Otto disse o sistema funciona de forma parecida com os cerificados tradicionais e que a tecnologia traz embarcada informações que facilitam a identificação do usuário. “Você pode ter um diploma de uma instituição que não é muito conhecida e dizer que passou por um programa de 200 horas. Neste caso, o empregador provavelmente vai perguntar a amigos. Com os badges, criamos um certificado de autenticidade que permitem a empresas endossar determinados emissores”, disse.

No momento, a Badge Alliance procura desenvolvedores e tradutores para criar documentação em português. Professores e demais interessados em discutir a tecnologia podem participar de debates no site www.badgealliance.org e de conferências pelo link http://bit.ly/OBCommCalls, que reúne uma comunidade mundial. Pelo Twitter, as conversas são marcadas com a hashtag #badgechatk12.

Este artigo foi originalmente publicado em Porvir

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