O portal DRAFT continua a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é…
O mesmo que Inteligência Emocional.
Agilidade Emocional é um conceito aplicado em coaching, segundo o qual a forma como uma pessoa lida com seu mundo interno — pensamentos, emoções, experiências e histórias — é o determinante principal de seu sucesso, seja pessoal ou profissional. Em outras palavras, Agilidade Emocional é a habilidade de reconhecer e aplicar as experiências pessoais (boas e ruins) de maneira mais consciente e produtiva.
A criadora do conceito, Susan David, diz que a Agilidade Emocional é o oposto de rigidez, ao propor maleabilidade e fluidez de mindset. Tanto em entrevistas pelo mundo, como em seu TED (The gift and power of emotional courage), ela costuma utilizar a metáfora do ginasta, ou seja, aquele que enfrenta obstáculos com fluidez.
Para isso, propõe a aplicação de quatro premissas:
Segundo Mário Divo, master coach, mentor e conselheiro do Instituto Holos, muitos autores e estudiosos afirmam que a Agilidade Emocional tem relação direta com a Inteligência Emocional. “No livro The Leader’s Guide to Emotional Agility, a pesquisadora Kerrie Fleming diz que a Inteligência Emocional é associada a conceitos como saúde emocional, criatividade e inovação, bem como alta performance de lideranças e equipes. Já a Agilidade Emocional, por sua vez, é associada a ambientes empresariais e de negócios, nos quais existe a busca constante por aumentar o próprio desempenho, com o alívio de estresse e a minimização de problemas decorrentes de crenças limitantes.”
O termo Agilidade Emocional foi cunhado pelas pesquisadoras Susan David e por Christina Congleton em um artigo (de mesmo nome) publicado na Harvard Business Review. Mas o conceito foi disseminado e se tornou popular alguns anos mais tarde no livro Emotional Agility: Get Unstuck, Embrace Change, and Thrive in Work and Life, de David, que é psicóloga, coach de executivos e professora da faculdade de Medicina da Harvard.
O artigo foi publicado na HBR em novembro de 2013. O livro, em setembro de 2016. A edição brasileira, Agilidade Emocional: Abra sua Mente, Aceite as Mudanças e Prospere no Trabalho e na Vida, saiu em abril deste ano.
É um conceito prático sobre como as pessoas podem ser mais eficazes diante das mudanças atuais e, ainda, sobre como lidar com um mundo mais instável. A coach Margareth Bianchini, professora convidada no curso de MBA da FIA/USP na área de Gestão de Pessoas, diz que o benefício de introduzir a Agilidade Emocional no processo de coaching gera novas possibilidades emocionais no indivíduo, capacitando-o a identificar suas emoções, pensamentos e sentimentos. “Com isso, ele melhora sua performance, pois consegue ter atitudes mais assertivas e um novo prisma sobre a vida.”
Divo fala que a Agilidade Emocional é valiosa no ambiente profissional, no qual tradicionalmente emoções pessoais não devem existir. “O conceito pressupõe que a execução de qualquer trabalho envolve o estado emocional das pessoas e o sucesso está na capacidade de não bloquear sentimentos. Deve-se reconhecê-los e considerá-los, sentir se devem ou não ser ignorados, tratados e aplicados com foco no trabalho em curso.”
Quem desejar, sejam pessoas físicas ou jurídicas. De acordo com Divo, o interesse pela Agilidade Emocional pode nascer de um programa de desenvolvimento interno de uma empresa ou corporação, promovido pela área de Recursos Humanos, por exemplo. “Ou ainda por iniciativa própria de uma pessoa que queira que sua carreira ascendente não tenha interferências por conta de emoções limitantes”, diz ele.
Há o risco de desestruturação do coachee (cliente), caso o coach não seja capacitado para aplicar o conceito. “Este é um trabalho feito com emoções, com vidas e, necessariamente, os profissionais devem ser qualificados para realizar o trabalho”, diz Bianchini.
No âmbito profissional, estruturas muito hierárquicas rígidas, em que não há incentivo para o reconhecimento de emoções e sentimentos mais íntimos.
Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT
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