Todos os anos dezenas de milhares de candidatos tentam a aprovação no programa de trainee Ambev, um dos mais cobiçados — e, portanto, concorridos — do Brasil.
Neste ano, um dos jovens do seleto grupo de aprovados é Luiz Fernando Souza, bolsista da Fundação Estudar que estreou em janeiro no programa de trainee. Sua trajetória de esforço e dedicação fez com que sua sorte mudasse algumas vezes em apenas duas décadas de vida, boa parte delas vividas na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Como estudante da rede pública de educação, Luiz viu sua sorte mudar a primeira vez aos 13 anos com a visita de uma entidade privada à escola. Entre quase 1.500 inscritos em 2005, o jovem ficou entre os 122 alunos selecionados para ganhar uma bolsa integral em um colégio particular.
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Após uma série de avaliações, como provas de português, conhecimentos gerais, lógica e entrevistas em grupo, ele foi transferido para uma instituição de ponta.
O apoio partiu do Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos (Ismart) que trabalha para dar acesso a jovens talentos de baixa renda em programas de desenvolvimento e orientação profissional, do ensino fundamental à universidade. “Durante dois anos, para acompanhar a turma, estudei nas duas escolas ao mesmo tempo”, diz Luiz. Além da mensalidade, a bolsa também garantia a alimentação, gastos com transporte e o material escolar.
No meio do caminho, outros estudantes acabaram desistindo do processo – o programa exige que o aluno mantenha boas notas. Mas, não Luiz.
A dedicação nos estudos e o incentivo de seus professores do ensino médio, que enxergaram nele um forte potencial, o levaram a optar pelo curso de Direito, anos depois.
O objetivo estava traçado e na mira estava a Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio). Era a chance de ajudar seus pais e ter uma vida melhor, fora da Rocinha. “Todos os dias eu passava em frente ao campus e dizia aos meus pais: um dia eu ainda vou estudar lá”, descreve.
O estudo diário para o processo de seleção de bolsas da universidade rendeu frutos. Além do auxílio, Luiz também garantiu uma vaga no Programa Universidade para Todos (ProUni).
Em pouco tempo, estava estudando e trabalhando. Durante os cinco anos de faculdade, estagiou em grandes escritórios, como Mattos Filho Advogados e chegou a ser efetivado no fim de sua graduação.
Porém, a vida na Rocinha não era fácil. Além da falta de segurança na comunidade, Luiz sofria preconceito ao subir o morro de terno e gravata depois do trabalho. “O clima não era legal. As pessoas me viam e me chamavam de pastor por conta da minha roupa”, diz. Com auxílio de bolsa da Fundação Estudar, que tem como objetivo potencializar jovens talentos por meio de orientação, preparação e financiamento de carreira, ele conseguiu alugar um apartamento em outra região.
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No ano passado: mais uma mudança. Agora advogado, Luiz foi um dos 70 mil inscritos no programa de trainee Ambev e um dos 24 aprovados.
A decisão de largar o escritório para ser trainee Ambev veio com a vontade de enfrentar novos desafios. “Acomodar-me não era uma opção. Quis fugir da minha zona de conforto”, relata.
A preparação para as etapas foi feita com muito estudo sobre a empresa e seus valores – ele não chegou a se inscrever em outros programas. De acordo com a professora de Gestão de Carreiras do Ibmec/RJ, Lucia Oliveira, a maioria dos jovens brasileiros participa de oito ou mais processos seletivos de trainee, mas estima-se que mais de 40% não são aprovados.
Segundo Luiz, que hoje mora em São Paulo e segue em uma das etapas do programa, a principal dica para alcançar um cargo em uma grande companhia é ter vontade e saber realmente qual o motivo de querer trabalhar naquele lugar. “As empresas apostam em pessoas que querem trabalhar em longo prazo e que tenham brilho nos olhos. É preciso saber aonde se quer chegar e não pensar só no dinheiro”. Seu próximo sonho: tornar-se sócio da companhia.
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