Medo de falhar

O medo de falhar é constante quando se trata de empreender, porque é uma atividade que envolve muitos riscos. Perda de clientes, falta de demanda e concorrência acirrada são apenas alguns deles. Ainda há possibilidade de falência, um dos maiores receios. Justificado, porque, no Brasil, 60% das empresas fecham as portas em cinco anos após serem criadas, de acordo com o IBGE.

Professores de Escola de Negócios de Warwick, no Reino Unido, se debruçaram sobre a importância e o impacto dos conceitos de medo e fracasso para os empreendedores. Sua principal descoberta foi que, para estes profissionais, apesar de inibir ações, o medo também tem poder motivador. Especificamente, em relação à busca pelo sucesso.

Com uma investigação que compreendeu 65 empreendedores do Reino Unido e do Canadá, os estudiosos se depararam com quem possuía negócios estabelecidos e com os que estavam nos primeiros estágios de seu empreendimento. Para a investigação, o medo de falhar foi definido (e padronizado) por eles com significado de “uma reação cognitiva e emocional temporária à ameaça à uma potencial realização”.

Os resultados do estudo “A reconceptualization of fear of failure in entrepreneurship” foram comentados pelos autores em um artigo para a Harvard Business Review.

As raízes do medo

Sete raízes do medo foram repetidamente mencionadas pelos entrevistados. Após pesquisa aprofundada acerca delas, os professores as identificaram como as principais, nestes casos. São elas:

#1 Segurança financeira

#2 Capacidade de financiar o empreendimento

#3 Capacidade pessoal e autoestima

#4 Potencial da ideia

#5 Ameaças à estima social

#6 Capacidade do empreendimento de executar

#7 Custos de oportunidade

“Custos de oportunidade” são os benefícios que se perde em detrimento de uma escolha. Junto com a “segurança financeira” e a “capacidade de financiar o empreendimento”, figura entre os receios que foram positivamente associados à persistência na busca dos objetivos.

O contrário acontece quando os empreendedores se preocupam com o “potencial da ideia” ou com sua própria capacidade de desenvolver um negócio bem-sucedido. Nestes casos, eles tendem a ser afetados negativamente e, em consequência, se tornam menos proativos.

Como reagir ao medo de falhar

O estudo também revelou quatro estratégias utilizadas pelos entrevistados – conscientemente ou não – que diminuem o medo, ou colaboram para que ele tenha, afinal, resultados positivos.

#1 Auto-monitoramento e controle emocional

Inteligência emocional envolve consciência dos próprios sentimentos e também a habilidade de controlar a influência deles nos pensamentos e comportamento.

A autoconsciência emocional é uma habilidade que pode ser aprendida e possibilita a antecipação do impacto dos sentimentos. Percepção esta que pode ser utilizada para diminuir os efeitos emocionais sobre decisão e ação.

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#2 Problem Solving

Procurar resolver problemas (“problem solving”) é um jeito poderoso de reduzir o medo de falhar.

Do outro lado, muitas vezes o medo é fruto da preocupação e pode sinalizar que há, sim, pontos a serem trabalhados no empreendimento.

Quando tratadas como indicadores, em vez de serem reprimidas ou ignoradas, essas emoções negativas podem ajudar os empreendedores a trabalhar para diminuir as fraquezas de seu negócio.

#3 Aprender

Muitos entrevistados disseram superar o medo aprendendo e buscando informações. Pode ser estudo para desenvolver habilidades específicas, ou para entender melhor o mercado, por exemplo.

Segundo o estudo, alguns dos empreendedores afirmaram preferir educação formal. No entanto, a maioria disse buscar aprender fazendo pesquisas, refletindo e interagindo com especialistas e mentores.

O aprendizado é um “antídoto” para o medo do fracasso, afirmam os pesquisadores. Isso porque ajuda a mitigar as dúvidas (e insegurança), enquanto proporciona desenvolvimento de novas capacidades.

#4 Procurar suporte

Para empreendedores em uma batalha constante com o medo do fracasso, mentores podem ser uma fonte de segurança. O suporte vindo de terceiros é muito benéfico porque ainda pode ajudar a fortalecer as outras três estratégias: aprendizado, resolução de problemas e autoconsciência.

Com o apoio de outros que já passaram pela etapa de insegurança, os empreendedores entendem que os sentimentos de incerteza e preocupação são comuns, segundo a pesquisa. Além de perceberem quais questões merecem atenção e quais se resolverão ao longo do tempo.

No artigo à HBR, os pesquisadores afirmam que “o medo do fracasso é generalizado e tem efeitos negativos e positivos no ânimo, na tomada de decisões e no comportamento.” A motivação originária dele, por sua vez, apesar de instigar a ação, pode aumentar os níveis de estresse. Então, concluem que “embora ele seja natural para um empreendedor, a capacidade de antecipar e administrá-lo é uma habilidade vital”.

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