Multidão em Shibuya, em Tóquio

Em 2015, a consultora de liderança Heather McGowan criou uma nova empresa, Work to Learn, para atuar naquilo que ela vê como um nicho nas próximas décadas: a educação profissional continuada.

Para ela, conforme o mundo avança rumo ao que o Fórum Econômico Mundial chama de “quarta revolução industrial” – as grandes mudanças trazidas pela tecnologia e que terão efeitos no mercado de trabalho –, aprender continuamente será fundamental para se manter em alta no mercado.

Em um artigo para o LinkedIn, McGowan chama esse novo traço de learning uncertainty, ou aprender com incerteza.

Trata-se de um conceito simples: esteja pronto para aprender coisas novas e aceite que não há como saber o que você precisará saber no futuro – e não precisa entrar em pânico por isso.

Para quem quer se tornar um líder, opina ela, empregar uma mentalidade parecida será imprescindível num futuro dinâmico.

Abaixo, leia a tradução feita pelo NaPrática.org:

Porque aprender com incertezas

A mudança está vindo em nossa direção na maior velocidade da história humana.

No único segundo que você levou lendo essa frase, um algoritmo executou mil operações na bolsa.

Computadores na rede de cartões de crédito da Visa processaram mais de 3 milhões de transações, algumas delas sem dúvida pagando pelos 17 pacotes que robôs ajudaram a empacotar e enviar de galpões da Amazon.

Nesse momento, 56 mil buscas no Google estão trazendo dezenas de bilhões de resultados.

Neste exato momento, mais de 2,5 milhões de e-mails estão sendo enviados, nem todos por seres humanos.

A tecnologia está acelerando o ritmo dos negócios em uma velocidade impensável, tanto que o trabalho que você tem hoje está mudando rapidamente enquanto você lê essa página.

Se mal podemos imaginar um segundo de dilúvio digital, como vamos lidar com o futuro impressionantemente diferente do trabalho?

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O que vem por aí

Vamos ser claros: a equipe que você lidera e o trabalho que você tem hoje (se existirem no futuro) serão muito diferentes em 18 ou 24 meses.

Há gerações, novas tecnologias – da máquina a vapor à Internet e além – têm mudando fundamentalmente a natureza do trabalho e da economia.

Mas isso está acontecendo agora mais rápido e enquanto vivemos mais.

Enquanto nossos pais e avós podem ter experimentado uma ou mesmo nenhuma mudança significativa durante suas vidas, você provavelmente já experimentou mudanças tecnológicas dramáticas em sua carreira e seus filhos provavelmente passarão por algo grande a cada 10 ou 15 anos da carreira deles.

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E vamos ser claros: não há nada linear ou evolucionário em relação a essa mudança. Ela é exponencial.

Cada passo adiante é o dobro do passo anterior e quanto mais longe vamos com esses passos, maior é a mudança.

A internet, no começo, no deu acesso à informação quando estávamos à frente de um computador. Agora podemos ter quase qualquer informação, usar milhões de aplicativos e ativar máquinas e sensores usando os smartphones no nosso bolso, de praticamente qualquer lugar.

Em breve, todos os produtos e sistemas ao nosso redor terão alguma inteligência e alguma habilidade de se conectar à internet. Nós nos tornaremos parte de uma rede neural externa e coordenada.

Mickey McManus se refere a isso como o momento “em que as coisas acordam”.

Se cada objeto não-biológico ao nosso redor tem alguma inteligência conectada a uma rede neural externa, não é difícil ver que o pensamento algorítmico que administra processos conhecidos e rotineiros pode ser praticamente todo feito com pouca intervenção humana.

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Uma nova mentalidade

Essa realidade em potencial está liderando as provocações distópicas sobre o futuro do trabalho.

A mentalidade “humanos não serão mais necessários” imagina apenas um mundo em os paradigmas de hoje e o trabalho atual são dominados por algoritmos e robôs, deixando pouco trabalho significativo para as pessoas.

Nós rejeitamos essa visão distópica. No lugar dela, acreditamos que precisamos ir além das limitações de nosso pensamento atual.

Precisamos reconhecer que, conforme deixamos a terceira e entramos na quarta revolução industrial, nossos sistemas de aprendizado – quer dizer, codificar conhecimento num currículo e então transferir esse conhecimento pré-determinado para alunos disponíveis para que eles se tornem trabalhadores produtivos – não consegue funcionar em um mundo que muda rapidamente, conhecimento é continuamente criado e novas habilidades são necessárias para conquistar oportunidades.

Heather McGowan apresenta uma nova mentalidade para lidar com incertezas[Heather McGowan / Foto: Reprodução]

John Hagel, da Deloitte, argumenta – e nós concordamos – que trabalhadores e organizações precisam buscar o “aprendizado escalável”, a habilidade de rapidamente se adaptar a novas informações e utilizar novas habilidades para agir.

Ao invés de aprender tendo certeza, acreditamos que a maior oportunidade está com aqueles que abraçam “aprender com incertezas”.

Aprender com incertezas significa ter uma mentalidade ágil e protagonista que empodera a atual e as futuras gerações a prosperarem em uma economia dinâmica que muda de um conjunto de experiências conhecidas para outra em uma velocidade muito alta.

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As oportunidades do futuro

E porque aprender com incerteza é tão importante?

Mantenha isso em mente: de acordo com o McKinsey Global Instituto, apenas uma fração de nossas economias se tornaram digitais – 18% nos EUA, 17% no Reino Unido, 12% na França e 10% na Alemanha.

Isso significa que mais de 80% da economia atual tem a oportunidade de construir um novo modelo antes que a economia digital cause uma disrupção.

A primeira fração da economia foi digitalizada em algumas décadas. A curva exponencial de mudança que vemos hoje sugere que os 80% que faltam se transformarão mais rapidamente.

Não há dúvida que a velocidade das mudanças será difícil para muitos.

Ao mesmo tempo, há uma tremenda oportunidade para aqueles que estão preparados para liderar a mudança e aprender a administrar a incerteza.

Essa nova mentalidade permite que você não só sobreviva ao ataque das mudanças, mas prospere com ele.

Artigo originalmente publicado no LinkedIn.

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