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O Portal Draft continua a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber, seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é… inovação social:

O que acham que é: Uma versão acadêmica de caridade ou assistencialismo.

O que realmente é: Segundo a Stanford Social Innovation Review, respeitada publicação sobre o tema, Inovação Social é uma nova solução para um problema social; uma solução mais efetiva, eficiente, sustentável ou justa do que as soluções já existentes e cujo valor gerado beneficia, prioritariamente, a sociedade como um todo e não apenas alguns indivíduos. O texto em que essa definição foi publicada, em 2008, chama-se Rediscovering Social Innovation. Isso porque, logo que foi lançada, em 2003, publicação definia Inovação Social como “processo de inventar, garantir apoio e implementar de soluções inovadoras para necessidades e problemas sociais”. A mudança, chamada de “redescobrimento”, deve-se ao fato de que nos últimos 20 anos houve uma explosão de negócios, iniciativas e ideias no âmbito da Inovação Social (embora nem todos sejam chamados assim e existam vários termos, que se justapõem) e, por isso, eles sentiam necessidade de maior precisão na definição de seu termo predileto, Social Innovation.

Leia também: O que faz um intraempreendedor social?

Quem inventou: Peter Drucker, teórico e consultor da área de administração e Michael Young, empreendedor social e fundador da Open University são considerados os responsáveis pela disseminação do termo que surgiu nos anos 1960, embora só tenha decolado na última década. Diversas fontes relatam isso, entre elas o texto Is social innovation the future of the economy?, publicado em 2011, na ParisTech Review.

Quando foi inventado: Henrique Bussacos, co-fundador do Impact Hub São Paulo e Floripa e responsável pela expansão da rede na América Latina, diz que o termo Inovação Social foi amplamente difundido pela Stanford Social Innovation Review, em 2008, embora as inovações sociais em si datem de muito antes. “Elas acontecem desde sempre, pessoas criando soluções para melhorar a vida da sociedade e do planeta. No entanto, a definição acadêmica ajudou o campo a se formalizar, reconheceu a ação de vários inovadores sociais e potencializou a replicação de inovações reconhecidas”, afirma.

Para que serve: “As inovações sociais buscam trazer soluções mais justas e eficientes para desafios socioambientais. E os benefícios são diversos dependendo do problema que é solucionado por cada inovação social. O microcrédito, por exemplo, passou a dar acesso a crédito para milhares de pessoas antes desatendidas”, diz Bussacos. Diretor do SENAI/SC e professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense, Silvio Bitencourt da Silva acrescenta que a Inovação Social contempla o desenvolvimento de soluções para desafios sociais complexos e crescentes. “São problemas como desemprego, pobreza extrema, exclusão social, maus tratos a crianças e jovens, o isolamento dos idosos e vulnerabilidade de territórios. Mas a inovação social também atua em esferas como segurança nacional, as alterações climáticas ou a gestão das cidades”, afirma Silva.

Quem usa: A inovação social pode estar associada a ações da iniciativa privada, organizações não governamentais e sem fins lucrativos, governo, e sociedade civil organizada. “No Brasil, entretanto, é no campo do empreendedorismo social que há esforços voltados para a redução das desigualdades de renda e inclusão dos menos favorecidos ou marginalizados. Há também, no Brasil, alguns Living Labs que emergem como um meio para a inovação social”, diz Silva. No exterior, alguns exemplos de universidades de destaque são o Centre de recherche sur les innovations sociales – CRISES, rede formada por universidades de Quebec, no Canadá, e o Center for Social Innovation at the Stanford Graduate School of Business, nos Estados Unidos. Henrique Bussacos cita, além do microcrédito de Muhammed Yunus, a metodologia de educação inovadora da Kahn Academy e os geradores de energia renovável acessíveis de Fábio Rosa, no Sul do Brasil, entre outros.

Efeitos colaterais: Bussacos afirma que os efeitos gerados pelas inovações sociais são majoritariamente positivos. “Quando negativos, são menores do que os efeitos negativos da solução anterior para que essa nova solução seja caracterizada como uma inovação social”, diz.

Quem é contra: “Alguns estudos e discussões recentes consideram a inovação social como um modismo, algo vago e que não pode ser aplicado com proveito para acadêmicos e práticos. Entretanto, quando seu conteúdo é compreendido e explorado em profundidade, é capaz de mobilizar organizações e cidadãos para projetar soluções conjuntas e resolver problemas sociais e ambientais em que modelos tradicionais já se mostraram ineficazes”, diz Silva.

Para saber mais: Assista ao TEDx The Power of Social Innovation, de Jeff Snell, fundador da Midwest Social Innovation LLC e CEO da International Folk Art Alliance; navegue no site do Social Innovation Summit 2015 e veja quem vai participar da edição deste ano que acontece nos dias 17 e 18 de novembro, no Vale do Silício, na Califórnia (ainda dá tempo de se inscrever e ir); assista ao professor Muhammad Yunus no vídeo Social Innovation and Business Desing, da TiE Silicon Valley (cerca de duas horas) e no TEDx A History of Microfinance (cerca de 25 minutos); conheça (e faça parte) da Horyou, rede social beta para ações sociais “onde você pode promover ações positivas, compartilhar conteúdo de qualidade e participar de interações significativas”; participe do Social Good Brasil, um programa dissemina o conceito do uso de tecnologias para o bem social, identifica e apoia experiências inovadoras e oferece ferramentas e capacitações para os interessados.

 

 

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT

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