Autoconhecimento

Pesquisa do BCG aponta o que faz o brasileiro feliz no trabalho

As opniões de mais 11 mil brasileiros compõe um novo relatório do BCG Perspectives, um braço do Boston Consulting Group. Intitulado “Understanding Brazil’s Workforce in a Troubled Time” (“Entendendo a força de trabalho do Brasil em tempos difíceis”, em português), o documento delineia o perfil profissional do brasileiro e como ele se reflete em um quadro instável de crise econômica.

No topo dos indicadores de felicidade no trabalho, por exemplo, estão a valorização do trabalho, aprendizado e desenvolvimento da carreira e um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Um bom relacionamento com colegas e chefes também é importante – e chama a atenção o fato de salário não figurar entre as 10 coisas mais significativas.

Ainda mais interessante é constatar que o brasileiro não está sozinho. Segundo o BCG, que conduziu pesquisas em outros 189 países, “com o valor que dão aos fatores ‘soft’ de trabalho versus aqueles relacionados à compensação, os brasileiros são um ótimo exemplo de uma tendência que tem surgido globalmente”.

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Em uma entrevista com os pesquisadores, o recrutador Aquileo Silva ecoa suas experiências, especialmente com jovens profissionais. “As perguntas eram algo como ‘quantas horas se trabalha aqui?’ ou ‘é preciso trabalhar de fim de semana?’”, lembra. Ele também diz que os millennials – faixa demográfica que inclui nascidos entre 1980 e 2000 –, aprecia (e espera) feedbacks e treinamentos, além de uma atmosfera menos formal.

Faz sentido com o que dizem grandes empregadores por aqui. “O brasileiro é mais gregário”, definiu Fabio Coelho, CEO do Google no país, em entrevista ao Na Prática. “Aqui, a gente gosta de ter mais tempo no ambiente de trabalho, trabalha mais horas, gosta de parar para tomar um café e somos felizes trabalhando assim. Tem que haver uma certa adequação para o Brasil dentro de um ambiente de trabalho no Brasil.”

Networking E quando as coisas não vão bem no trabalho, o brasileiro não tem vergonha de começar a procurar algo novo – e são muitos os que andam procurando.

De acordo com o BCG, 40% dos trabalhadores autônomos e 29% daqueles em empresas estão ativamente em busca de outro emprego, especialmente quem tem entre 0 e 3 anos de casa. E a falta de motivação no trabalho é motivo para 67% daqueles que buscam uma nova posição.

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Além de buscas em sites e classificados, uma das táticas mais populares entre os brasileiros para fazer isso acontecer é ativar a rede de contatos. O relatório frisa que é uma preferência de fato nacional, compartilhada por trabalhadores manuais e gerentes sêniores, que perguntam a amigos, redes de alumni e antigos colegas se há algo disponível.

Talentos Para estancar a sangria, o BCG recomenda que áreas de recursos humanos implementem algumas mudanças. Os conselhos são úteis para todos, de grandes empresas a jovens empreendedores – afinal, encontrar mão de obra qualificada segue sendo um desafio no país. (Mais de 60% dos gerentes de recursos humanos brasileiros ainda relatam dificuldades para preencher suas vagas.)

Trabalhar para atender os indicadores de felicidade pode tomar a forma de uma rotina de trabalho mais flexível, que permita dias de home office, por exemplo, ou um ambiente com mais feedbacks, desafios e promoções alinhadas com performance.

“Lidar com empregados de maneira habilidosa e profissional não é um ponto forte de todas as gerências”, escrevem os autores. “Mas é preciso que se torne uma fortaleza em tempos de desafios econômicos.”

Sugestões úteis para reter talentos quando ventos favoráveis voltarem a soprar.

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