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Por que o fracasso é tão importante para o Google

Homem e mulher discutindo projeto

Exemplo clássico de sucesso no mundo da internet, o Google é case de praticamente todo curso de negócios e tema de várias anedotas sobre gestão. Uma delas envolve o CEO Larry Page e Sheryl Sandberg, na época vice-presidente da empresa e hoje COO do Facebook. Na história, Sandberg conta para Page que cometeu um erro que custou milhões ao Google. Ele, para a surpresa da executiva, não fica decepcionado: se esse tipo de erro não ocorresse era sinal de que a companhia não estava se arriscando o tanto que deveria.

“No Google cai bem dizer: me equivoquei e vou me corrigir”, explica Adriana Noreña, diretora geral da companhia para os países hispano-americanos, segundo relata a agência EFE. Ela esteve essa semana em Belo Horizonte, onde fica o único centro de engenharia do Google na América Latina, um espaço que atrai jovens talentosos de todo o continente.

Não é novidade que a liberdade de errar e a vontade de arriscar são ingredientes vitais para a inovação, mas poucos colocam isso em prática e incorporam esse ideal na cultura da empresa tão bem quanto o Google – que, não por coincidência, reúne alta concentração de líderes inovadores.

Para Noreña, perder o medo do fracasso é uma atitude que precisa ser estimulada abertamente, e não só em empresas de tecnologia. “É algo que precisa ser incentivado, ser dito e ser vivido. Há gente que não aceita isso. Em quantas empresas, quando se comete um erro, você vai para a rua? É preciso ter essa transparência e dizer que está ok. No Google, isso se faz muito”, ela diz.

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Enquanto algumas das apostas da empresa não deram certo, outras cresceram e se tornaram parte dos negócios que mais trazem lucro para a gigante da Internet. O segredo está em tornar os erros produtivos, tanto em aprendizado como em resiliência – termo emprestado da física para designar a habilidade de superar dificuldades. De acordo com Noreña, essa característica é mais comum entre os latino-americanos.

“Uma postura que é básica e que se vê muito no Brasil e na Argentina é a capacidade criativa. Isso no mundo publicitário é essencial. A segunda é que as economias da América Latina passaram por hiperinflações, desvalorizações. Então, a capacidade de adaptação dos modelos de negócios para sobreviver, digamos, foi colocada mais em teste na América Latina”, ela analisa. Essa é uma das razões que faz a executiva acreditar que o novo Google pode surgir nessa parte do globo. “Aqui há capacidade criativa, resiliência, o que provavelmente é algo mais difícil de ser visto em uma economia mais estável”, conclui.

 

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Noreña também falou da importância de desenvolver talentos: “Há concorrência pelos talentos, porque são poucos, mas também há necessidade de gerá-lo. Nós fizemos várias coisas para ajudar a educar esses talentos, temos ferramentas online e o Google Academy. Há uma plataforma para a formação de agências, profissionais de marketing digital e consultores online que se chama Google Partners, onde os capacitamos e lhes damos ferramentas para que primeiro treinem e depois também façam disso um negócio”.

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