Jovem Giuliana Reis

Você já se imaginou sendo o CEO de uma startup com apenas 24 anos? Parece história de filme sobre o Vale do Silício, mas foi realidade para Giuliana Reis, que lançou em maio deste ano a Tripda, plataforma online de compartilhamento de caronas.

O começo de tudo

A ideia surgiu de uma necessidade de Giuliana. Natural de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Giuliana estudava na capital e viajava até sua cidade natal todos os finais de semana, gastando cerca de 200 reais por viagem em gasolina e pedágio. Muitas vezes, ficava parada no trânsito em meio a outros motoristas igualmente sozinhos em seus veículos. Ela percebeu, então, uma oportunidade de inovar e resolver vários problemas de uma só vez: bastava trazer ao Brasil uma ideia que já é executada em outros países.

Giuliana entrou em contato com Rodrigo Sampaio, Co-CEO da Rocket Internet, incubadora alemã responsável por empresas como Easy Taxi e Kanui, e a ideia de fazer uma plataforma online de caronas ganhou incentivo. Só que com uma exigência desafiadora: lançar o site da Tripda em apenas três meses. “Eu pensava que era impossível. O negócio de startup tem muito timing, fez toda diferença viabilizar um negócio rápido. Meu maior orgulho mesmo foi ter feito a Tripda ser lançada em 3 meses”, diz Giuliana.

Suor e sucesso

O negócio deu certo e, hoje, o Tripda tem 6.000 usuários e 1.000 caronas realizadas. Tudo com muito suor, é claro. Na época do lançamento, Giuliana chegava a trabalhar 20 horas por dia! E a verdade é que nunca trabalhou menos de 14 horas diárias. “A palavra que melhor resume a rotina de trabalhar em uma startup é ‘caótica’. Você acorda e nunca sabe o que vai fazer, é muito difícil se planejar, tudo acontece em plano real, não tem rotina, cada dia você tem pepino para resolver e cada semana você tem um foco. Há pouco espaço para planejamento e muito espaço para execução pesada”, conta.

Mas o trabalho pesado nunca foi um problema para Giuliana, que antes da Tripda teve uma experiência sólida em bancos de investimentos. Ela trabalhou durante dois anos no Banco Fator, como estagiária e analista júnior, e um ano e meio no BR Partners, onde obteve uma promoção após os quatro meses iniciais, passando pde analista júnior para plena. Giuliana já estava acostumada a trabalhar mais de 12 horas por dia, e ainda viu no empreendedorismo de startup uma oportunidade enorme de liderança e a chance de ter e implementar uma ideia.

“Se eu tivesse continuado em banco ou ido para outras áreas, seria quase impossível, aos 24 anos, ter a oportunidade de liderar 15 pessoas, dando todo direcionamento e suporte e segurando toda a responsabilidade. É que, no ambiente do empreendedorismo, todo mundo é muito jovem”, afirma.

CEO de startup: flexibilidade com muitos desafios

Giuliana vê uma grande diferença entre trabalhar em banco de investimento, onde há uma hierarquia fixa e os colegas de trabalho em geral têm a mesma formação, e em uma startup, com autonomia, flexibilidade de ideias e horários e a convivência com um time de pessoas com diferentes formações. Além de testar, ao mesmo tempo, imaginação, criatividade e capacidade de fazer acontecer. “Ninguém quer saber quais horários você fez, você precisa bater suas metas. E o ambiente de trabalho é incrível, existe uma competição saudável das pessoas, que querem implementar tudo mais rápido, mas com muita ajuda mútua, todo mundo se sente dono e parte do grupo”, diz.

No entanto, sempre existe o lado difícil, e, no caso de uma startup, é a incerteza. “A execução é 90% do negócio, mas os 10% são imponderáveis. Poucas coisas não têm solução, mas às vezes você não consegue chegar à solução em pouco tempo. O empreendedorismo não tem uma regra de bolso e o estágio da empresa faz com que cada uma seja diferente”, diz. E, no caso, da Tripda, há o desafio da monetização de uma plataforma de caronas. Giuliana cita algumas ideias, como fazer propaganda de hoteis ou vender créditos de carbono a empresas. “Quanto maior o site, mais fácil é monetizar. Ainda estamos na fase da liquidez e não na monetização, mas sabemos que a monetização tem que agregar valor ao cliente”, diz.

Agora, Giuliana está deixando a Tripda caminhar sozinha enquanto cursa um MBA de finanças e estratégia na Universidade de Chicago. É a realização de um sonho antigo de estudar no exterior. “É um momento de vida bom, tive experiência em banco de investimento e em empreendedorismo, o momento econômico do Brasil não é dos mais confiantes, é um ano de incerteza política. Quando eu voltar, quero pegar uma onda melhor”, diz. Enquanto isso, Giuliana pega carona em uma formação de excelência nos Estados Unidos.

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