As microexpressões são expressões faciais sutis, de menores “dimensões”, e involuntárias. Na hora de interpretar pessoas, elas oferecem benefícios, já que são universais. A linguagem corporal, por sua vez, não é.

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“O que é considerado rude ou tolo em um país nórdico pode ser bem-vindo como caloroso e amigável em um país africano. O que um empresário canadense consideraria arrogante, um executivo americano pode ver como [nível de] confiança saudável. Mas o que permanece consistente em todas as culturas conhecidas são as microexpressões”, explica Kasia Wezowski em artigo na Harvard Business Review.

Além de fundadora do Center for Body Language (“Centro de Linguagem Corporal”), ela já escreveu quatro livros sobre o assunto e, junto com seu marido, dá palestras pelo mundo.

“Esses breves e involuntários flashes de expressão facial revelam nossos verdadeiros sentimentos sobre outra pessoa ou situação. As pessoas podem tentar escondê-los ou obscurecê-los de diferentes maneiras, instruídas pela cultura, mas para um leitor experiente as emoções verdadeiras são sempre visíveis.”

Para exemplificar, ela utiliza o contraste de expressividade entre filipinos e japoneses. Nas Filipinas, mostrar emoção – seja ela negativa ou positiva – é um sinal de franqueza e honestidade. Porém, no Japão, é exatamente o contrário: manifestar emoções negativas é visto como grosseria ou hostilidade e manifestar muito emoções positivas é considerado indelicado.

No entanto, segundo Wezowski, estudos mostraram diversas vezes que japoneses e filipinos experienciam emoções com a mesma frequência e intensidade. Nesse caso, a explicação é que os japoneses conscientemente tentam mascarar suas reações, enquanto filipinos as mostram sem receios.

Por isso, a habilidade de ler e interpretar microexpressões pode ser útil em qualquer lugar do mundo. Mas não é só isso: é valiosa também para quem precisa delas para sua profissão. Por exemplo, vendedores que têm essa capacidade desenvolvida têm melhores resultados.

Dicas para ler microexpressões

Wezowski dá algumas recomendações para desenvolver a capacidade de interpretação: “reconhecer e interpretar microexpressões requer prática, mas há algumas coisas que você pode começar a fazer imediatamente para melhorar suas habilidades.”

#1 Estude as microexpressões comuns

Microexpressões mais comuns / Reprodução Harvard Business Review

 

Perceba e guarde todas as nuances das microexpressões mais comuns – retratadas na imagem acima. O sentimento de nojo, por exemplo, é caracterizado pelos lábios virados para baixo, enquanto as pessoas que sentem desprezo podem mostrar isso inconscientemente puxando um lado da boca para cima. Surpresa e medo podem parecer semelhantes, mas o medo fará as pessoas juntarem as sobrancelhas.

#2 Prepare-se quando for conhecer outras culturas

Se você sabe que está prestes a visitar ou interagir com outra cultura, informe-se sobre a linguagem corporal local – incluindo técnicas de mascarar emoções. O YouTube é uma ótima ferramenta para isso: assista vídeos de 10 executivos dessa cultura e entenda como eles se comunicam, por exemplo.

#3 Redobre a atenção

Preste atenção: não dá para interpretar microexpressões se você não as notar – e elas são bem sutis. “Não faça o outro ficar desconfortável com um olhar fixo. Mas mantenha seu foco no rosto”, destaca a especialista.

#4 Dê ouvidos à sua intuição

Quando você notar um pequeno movimento facial, pergunte a si mesmo: ‘O que isso poderia significar?’ “Os seres humanos são preparados para detectar subconscientemente até mesmo o mais sutil dos flashes emocionais, assim, seu instinto pode estar correto.”

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#5 Imite a microexpressão

Quando você repete o que viu – seja uma sobrancelha levantada ou um aperto rápido dos lábios, não apenas lhe dá mais tempo para pensar, também dispara os “neurônios espelho” no cérebro. Isso facilita a associação do movimento que você viu com a emoção correta.

#6 Elimine sentimentos da lista de possibilidades

Se, durante uma tentativa de análise, você ainda estiver perplexo, comece a excluir emoções. Depois de memorizar as expressões acima, você deve ser capaz de avaliar rapidamente o que o movimento facial não significa. Por exemplo, se você viu as sobrancelhas de alguém descendo, pode excluir surpresa, medo ou tristeza – todas associadas às sobrancelhas levantadas – e trabalhar a partir daí.

“A linguagem corporal pode ser cultural, mas as emoções são universais. As microexpressões revelam os sentimentos verdadeiros de uma pessoa em um fragmento de segundo e, portanto, vale a pena notá-las e calibrar seu comportamento de acordo durante interações culturais cruzadas”, conclui Wezowski.

 

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