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Inteligência emocional e redes sociais: dicas para consumir conteúdo com mais equilíbrio (e por que importa)

pessoa mexendo no celular

Por Douglas Giglioti

 

 

Você já notou um ponto em comum na evolução das redes sociais? Não necessariamente uma substituiu a outra, mas vimos os “textões” do Facebook darem espaço para um formato mais direto do Instagram e para mensagens de até 140 e agora, 280 caracteres do Twitter e testemunhamos a ascensão dos vídeos curtos do Snapchat (transformando-se nos Stories), chegando até a sensação do momento: os vídeos instantâneos do TikTok.

O padrão? A velocidade cada vez maior que consumimos conteúdo em nossos círculos sociais, os quais são majoritariamente digitais atualmente. E aí que está o perigo, pois esse padrão pode afetar uma característica fundamental para o seu desenvolvimento pessoal e profissional: sua capacidade de adiar gratificação.

Essa habilidade, detalhada neste artigo aqui, é fundamental para o desenvolvimento de diversos aspectos da sua inteligência emocional, estando relacionada com sua maturidade, determinação e gerenciamento de expectativas, impactando diretamente sua automotivação e como você projeta expectativas sobre os outros em seus relacionamentos.

O grande desafio do desenvolvimento dessa capacidade é que, de um ponto de vista biológico, adiar gratificação é contraintuitivo, uma vez que, há milhares de anos atrás, no processo de desenvolvimento de nosso cérebro, aproveitar benefícios imediatos, como comida e abrigo, significava uma maior probabilidade de sobrevivência e, portanto, a opção a ser recompensada em nossos circuitos cerebrais.

Entretanto, nossa evolução como indivíduos e como sociedade permitiu que desenvolvêssemos funções superiores capazes de superar instintos imediatistas e fazer com que fôssemos aptos a imaginar e avaliar cenários futuros e realizar planejamento a longo prazo, adiando um benefício imediato em troca de um ganho maior futuro, sendo esta, uma característica chave para o sucesso no modelo de sociedade hoje estabelecido.

E qual comportamento o consumo de nossas redes sociais mais estimula? O de ganhos imediatos. O problema não é a rede social em si, mas o quão predominante ela é na sua rotina de consumo de conteúdo e na alocação de atenção ao longo do dia (a Royal Society For Public Health inclusive publicou um compilado sobre os malefícios e benefícios das redes sociais para a saúde mental).

Com formas cada vez mais rápidas de se obter a informação (gratificação) desejada, estamos treinando diariamente nosso cérebro a criar expectativas instantâneas e a ser menos tolerante a resultados indesejados ou mais demorados que nossas expectativas supersônicas, estimulando frustração, ansiedade e procrastinação e impactando diretamente a maneira como lidamos com nossas emoções e nossos relacionamentos, base da inteligência emocional.

Por onde começar?

Para um melhor equilíbrio e sem radicalismos, as recomendações são:

#1 Tenha autopercepção da sua velocidade de consumo de conteúdo nas redes

Por quanto tempo você consegue ficar engajado em um conteúdo? Você seleciona o artigo pelo tamanho ou página? Quais os conteúdos que majoritariamente eu dedico a maior parte do meu tempo? Responder essas perguntas a você mesmo fará com que esteja mais consciente ao consumir os seus conteúdos e lhe dará uma direção do que fazer.

#2 Consuma formatos digitais de longa duração

Proponha-se a periodicamente consumir um conteúdo de longa duração. Pode ser assistir uma palestra por semana de 1h30 (sem aumentar a velocidade de reprodução) ou completar um curso online em cinco meses, por exemplo. Desde que seja consistente e constante, você estimula sua capacidade de sustentar seu foco de forma prolongada.

#3 Mescle com conteúdo offline

Quantos livros você se propôs a ler e efetivamente terminou? Com quantas pessoas você buscou informação pessoalmente nos últimos meses (mesmo que por telefone)? Combine sua atividade online com a offline, como no consumo livros, que exigem uma dedicação de tempo e energia contínua ou em uma ligação para sua avó perguntando sobre uma história inédita de sua infância.

 

Caso você tenha chegado até esse parágrafo com todo o artigo lido, parabéns, esse já é um ótimo sinal da sua capacidade de se engajar em consumo de conteúdo para além do instantâneo e estimular uma característica fundamental para o desenvolvimento da sua inteligência emocional.

 

 

Sobre o autor

 

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Douglas Giglioti é especialista em Neurociência e Psicologia Aplicada, é Global Shaper, facilitador voluntário da Fundação Estudar e cofundador da Reconectta – Educação para Sustentabilidade.

 

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