Fundação Estudar - Na prática - Desenvolvimento pessoal e profissional de jovens

  • Home
  • >
  • Empreendedorismo
  • >
  • ‘Há um número enorme de grandes empresas querendo se unir a jovens criativos’

‘Há um número enorme de grandes empresas querendo se unir a jovens criativos’

auditorio cheio de gente

Que o negócio publicitário está se transformando rapidamente, não há quem duvide. Com isso, as agências de publicidade estão se reorganizando, testando novos jeitos de trabalhar, quebrando barreiras e reinventando processos, alguns mais colaborativos e menos hierárquicos. Você pensou em startups se aproximando de agências de publicidade? Não pensou errado. Um expoente desse caminho em busca de inovação, a carioca Agência3 está hackeando seu próprio negócio e acaba de lançar o Hackerspace3, uma unidade de inovação, com funcionamento e metodologia independente, que busca aproximar empreendedores e grandes empresas para que eles compartilhem benefícios.

“Queremos usar a expertise da agência de pensar em ideias para o cliente para desenvolver projetos além da propaganda. Vamos ajudar a criar produtos inovadores que resolvam problemas reais de grandes empresas. Estamos preparando nosso mindset para ampliar a nossa atuação”, diz Eduardo Barbato, 42, vice-presidente de estratégia da Agência3.

O Hackerspace3 tem o objetivo de detectar oportunidades já existentes no mercado de startups ou incubar novos projetos, sejam eles de profissionais da própria Agência3 ou de fora. A participação nesses negócios poderá se dar com uma parceria comercial, gerenciamento operacional ou com o fornecimento de serviços da Agência3.

“Percebemos que muitas startups têm bons produtos mas mostram carências em comunicação, que é a nossa especialidade, e também na área comercial, quando eles precisam dar aquele salto e ir ao mercado. São dois pontos que podemos colaborar naturalmente, criando campanhas, desenvolvendo o posicionamento de marca e auxiliando na estratégia comercial e approach a grandes empresas e investidores”, conta Eduardo. Ele diz que essa relação pode ter diversas formas de remuneração: custo por projeto, revenue share e equity. “Isso vai variar muito de acordo com a empresa, as startups envolvidas.”

Unindo duas forças A mudança parte da percepção de que, com a democratização que a tecnologia traz para a sociedade, o mundo corporativo fica em desvantagem porque, cada vez mais, a inteligência e a inovação acontecem fora dele, de forma individual, dispersa e desestruturada. Aí, em vez de problema ele viu oportunidade: “Há um número enorme de grandes empresas querendo se unir a jovens criativos de forma consistente, prática e organizada. Somos os facilitadores dessa união. Ajudamos as marcas a crescerem conectando-as a um grupo de startups para gerar valor e bons negócios para ambas”.

Lá fora, a união entre o mundo corporativo e o ecossistema empreendedor está cada vez mais evidente. Surgem a todo ano dezenas de parcerias com formatos diversos. Algumas empresas optam pelo modelo deVenture Funds (investimentos) como a PepsiCo10, a Mondelez Mobile Ventures ou a Unilever Foundry. Outras, pelo crowdsourcing, onde grandes empresas estão desenvolvendo/ajudando o empreendedorismo através de concursos (Innovation Challenges). É o caso da Heineken Ideas Brewery e da P&G Connect + Develop. Há, ainda, aquelas que escolhem o modelo de outpost, como verdadeiras aceleradoras corporativas. São os casos do Walmart Labs e do Nestle Innovation Outpost.

O Hackerspace3 é mais uma iniciativa nessa direção, apostando que o conhecimento compartilhado e a ação colaborativa oferecem maior qualidade e maior alcance para as novas ideias. O desafio óbvio ali é o ambiente estruturado e sistemático das grandes corporações, que muitas vezes não combina com o caráter empírico e fluido das comunidades digitais. É aí que a Agência3 pretende trabalhar para que essa barreira não exista: “Quando uma boa ideia surge entre quatro paredes, dentro de um escritório, ela pode morrer por causa da burocracia. Nesse cenário, o mais inteligente para empresas que querem ser parte ou agente dessa mudança é atrair e criar dentro de si uma cadeia de inovação”.

Leia também: Por que os jovens talentos preferem as startups?

A metodologia desenvolvida por ele e os sócios vai misturar conceitos do “Disciplined Entrepeneurship – 24 Steps to a Sucessful Startup”, do MIT, e do Human-Centered Design, da Ideo. O programa Hackerspace3 terá uma equipe fixa de profissionais sêniores da agência e das startups participantes do projeto. A ideia é que, para cada trabalho, seja formado um time de até oito pessoas, que podem ser também profissionais de outras áreas da agência e representantes do cliente. Os projetos podem nascer de uma ideia do cliente, da startup ou da própria agência. A ideia passa por uma aprovação da equipe fixa, chamada de “mindhackers” e, se aprovada, segue para desenvolvimento.

Apesar de recente, a unidade de inovação da Agencia3 já tem como principal parceiro a Innvent – Innovation & Venture, grupo de 15 startups, com 200 pessoas, com gestão do Elo Group. Além da Innvent, já participam do projeto outras startups, como a Singu, de Tallis Gomes, fundador do Easy Taxi e a Aceleradora Orgânica de Roni Cunha Bueno.

Eduardo conta que o conceito da unidade de inovação e novos negócios da agência não nasceu de repente. “Eu queria montar algo diferente, algo onde nossas mentes criativas pudessem dar vazão a qualquer tipo de ideia com apoio da tecnologia. Na minha chegada na Agência3, conversando com os outros sócios, planejamos a nossa entrada neste mundo de startups e surgiu o Hackerspace3”, diz. Para se preparar, ele conta que nos últimos três anos ele passou por cursos em diversas universidades americanas, como a Kellogg School of Management, a Singularity University, o MIT e a NYU.

Uma mente empreendedora Tecnologia e inovação são assuntos que o carioca Eduardo Barbato conhece e gosta. Ele se diz apaixonado por tecnologia e durante a vida profissional alternou trabalhos para grandes agências de publicidade, como Giovanni, Speroni, McCann e NBS, com empreitadas próprias: “Conheço bem as dificuldades de uma empresa pequena no Brasil. Já empreendi algumas vezes e tive que fazer de tudo um pouco”.

Ele conta que é também inventor. “Sou meio professor pardal, adoro criar novos produtos e negócios, inclusive já registrei várias patentes. Neste momento da minha vida, consegui unir o útil ao agradável, adoro ter ideias e sou fascinado por tecnologia. Estou podendo trazer toda essa inovação pra dentro da minha agência.”

Eduardo é filho de Mário Luiz Barbato, tido por muitos como o maior diretor de rádio de do Brasil. Mário Luiz foi, por décadas, diretor geral do Sistema Globo de Rádio e revolucionou a forma de se fazer rádio, criando o estilo de comunicação seguido até os dias atuais.

“Meu pai inovou demais, liderou uma revolução de linguagem no rádio, transformando a forma de se comunicar e anunciar. Eu o via sempre esse dizendo: ‘Esse negócio tá ficando velho, a gente tem que olhar lá na frente’. Não sei se é obra do DNA ou um mantra que eu inconscientemente ia escutando e me inspirando, mas temos que estar atentos às mudanças e estar sempre um passo a frente”, diz ele.

Durante os seus muitos anos na publicidade, ele viu grandes ideias suas e de colegas esbarrarem na falta de apoio e desinteresse dos sócios das agências. Ele garante que o Hackerspace3 veio acabar com esse problema de uma vez por todas e surge como uma maneira de reter os talentos da casa, gente que, além de fazer o trabalho do dia a dia, também quer empreender e inovar.

O Hackerspace3 vem sendo desenvolvido há um ano e meio, por coincidência, a mesma idade de um outro grande projeto na vida do Eduardo, seu filho Duduzinho. Ele conta que administrar tempo e energia nessas duas frentes não é mole, exige um equilíbrio difícil, mas necessário. Depois do nascimento do filho, ele viu um propósito ainda maior nessa jornada.

“O que me deixa feliz é ver que a tecnologia acessível está mudando o mundo, as indústrias, as relações monetárias, a sociedade. Estamos no começo da revolução. São milhões de possibilidades e oportunidades que vão se abrir nos próximos anos e eu quero estar lá, pronto e quero que minha agência também esteja. O que me motiva é ver que o poder pode mudar de mãos com tudo isso. Mesmo que leve tempo, acredito numa sociedade mais equilibrada e num mundo melhor para o meu filho”, diz antes de completar: “Tododia acordo pensando que emburreci e preciso aprender algo novo. Por isso, na parede da minha sala de casa tem escrito: ‘Todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como os limites do mundo – Arthur Schopenhauer’”.

 

 

Cursos Gratuitos e com Certificado:

Faça como mais de 100 mil universitários e recém-formados e acelere sua carreira
com os cursos gratuitos da Fundação Estudar.

Clique para garantir seu acesso gratuito!

 

Este artigo foi orinalmente publicado em DRAFT

Os melhores conteúdos para impulsionar seu desenvolvimento pessoal e na carreira.

Junte-se a mais de 1 milhão de jovens!

O que você achou desse post? Deixe um comentário ou marque seu amigo:

MAIS DO AUTOR

EM DESTAQUE

Os melhores conteúdos para impulsionar seu desenvolvimento pessoal e na carreira.

Junte-se a mais de 1 milhão de jovens!