Quando era professor da Stanford Graduate School of Business, a escola de negócios da Stanford University, Jim Collins começou a se interessar pelo que estava por trás das melhores companhias do mundo: por que algumas prosperavam e outras não?
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Em 1995, começou a pesquisar as possibilidades de maneira aprofundada e criou seu próprio laboratório de gestão em Boulder, nos EUA, onde hoje dá aulas sobre o tema a CEOs e altos executivos do setor privado e do terceiro setor.
Ao longo do caminho, escreveu seis bestsellers que, juntos, venderam mais de 10 milhões de cópias e foram traduzidos para 35 idiomas. Entre eles estão títulos já considerados clássicos de negócios, como Empresas feitas para vencer, Feitas para durar e Como as gigantes caem.
Considerado um dos grandes especialistas do mundo quando se trata de gestão empresarial, Collins tem muito a ensinar – e não é só para quem ocupa a sala mais importante do prédio.
Esse é um dos aspectos mais claros de sua pesquisa: as circunstâncias são apenas o palco em que uma empresa está atuando. É o jeito que suas equipes atuam que é determinante – seus valores, suas escolhas e e a qualidade de sua execução, sua habilidade de não perder seus objetivos de vista em tempos bons ou ruins.
“Nossos estudos se baseiam em um processo muito rigoroso de combinação e analisamos companhias que estavam em circunstâncias similares mas acabaram com resultados diferentes”, disse. “O que importa é o que as pessoas fazem, não o ambiente em que estão.”
Abaixo, Jim Collins entrevista Jorge Paulo Lemann e Gisele Bündchen na Brazil Conference, em 2016:
Enquanto a criatividade é um traço humano natural, a disciplina é aprendida.
Empresas que têm sucesso nos negócios, disse ele, unem os dois para obter resultados produtivos e escaláveis. Em outras palavras, não basta apenas inovar. É preciso ter uma forma de inovar para criar coisas novas sem perder o foco.
Uma companhia que consegue atingir esse equilíbrio, segundo suas pesquisas, é aquela que testa suas ideias suficientemente, faz ajustes ao longo do processo e mantém o foco no objetivo final, que é chegar a inovação escalável, que funcione e que se torne uma vantagem competitiva.
Esse é, para Jim Collins, um dos traços de uma grande empresa. Mas o que isso significa? Cultura, sistemas e processos, explicou ele, são considerados inputs de uma companhia, algo importante que a compõe mas que não determina sua verdadeira grandeza.
Um output é o outro lado da moeda, algo maior e que impacta o mundo externo, como uma performance verdadeiramente superior na indústria e que não diminui quando uma figura-chave sai de cena, mas especialmente a capacidade de ter um impacto distinto no ambiente em que atua.
É aí que entra a frase em destaque, uma espécie de teste de impacto que tem mais a ver com presença do que com porte.
“Um restaurante pode ter uma relação tão boa com seus clientes e uma presença tão grande na comunidade que, se sumisse, as pessoas sentiriam um buraco enorme”, disse.
Para ter sucesso, explicou Jim Collins, não basta criar novos e maravilhosos produtos e serviços. É preciso seguir um princípio de criatividade empírica, que pode ser traduzido como a habilidade de validar instintos criativos empiricamente.
É possível fazer isso através de observação direta, experimentos práticos e tomada de decisões com base em provas, não apenas opiniões ou suposições. Uma ideia de negócio que pratique a criatividade empírica, validando conceitos e testando possibilidades, tem chances maiores de dar certo.
O que isso significa é que, quando uma empresa não depende exclusivamente de um grande líder para funcionar bem, tem mais chances de sucesso. “A essência é construir uma grande cultura para que a organização se torne excelente”, disse.
“Para qualquer empresa grande e duradoura, o princípio é estimular o progresso mas manter um núcleo: conservar os valores, os princípios básicos e aquilo que queremos ser.”
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Na vida, altos e baixos são inevitáveis e é importante manter-se atento e praticar a resiliência mesmo quando o céu for de brigadeiro. Assim, quando uma crise surgir, você não será pego de surpresa e tomará decisões reativas ou impensadas que coloquem seu negócio em risco.
“Se uma empresa estiver em uma fase razoavelmente boa, cabe à equipe responsável a disciplina de dizer: ‘Temos que ter valores, temos que ter as pessoas certas, temos que ter nossas finanças em ordem, temos que entender de fato de fato e profundamente o que fazemos melhor que qualquer outro e garantir que isso seja cultivado. Não esperamos até termos um problema para nos tornarmos fortes.'”
A frase pode parecer ansiosa demais, mas o exagero tem um ponto. Se você e sua equipe acharem que atingiram o ápice do sucesso ou conquistaram seu maior objetivo, podem se tornar apáticos e desatentos – e levarem um susto quanto o tapete for puxado, pondo tudo a perder.
“Nunca pense em sua empresa como ótima, não importa o nível de sucesso”, escreveu Jim Collins. “Um executivo do Wal-Mart me disse: ‘Temos quase um quarto de um trilhão de dólares em receita e ainda nos preocupamos com o futuro. Somos a maior companhia do mundo e com o maior o complexo de inferioridade do mundo.'”
Atingiu seu objetivo? Crie outro.
Está dando tudo certo? Mantenha-se disciplinado e aproveite a oportunidade para melhorar o que for possível. Trabalhe duro, sonhe grande e tenha os olhos sempre abertos.
Jim Collins criou um mantra para as grandes instituições: são pessoas disciplinadas que pensam disciplinadamente e tomam ações disciplinadas. A palavra-chave, naturalmente, é disciplina.
É ela que perpassa boa parte das sentenças em destaque nessa página e que é capaz de melhorar resultados ou manter (e elevar) performances estelares através de decisões bem embasadas, do cultivo e aderência aos valores da companhia, da prática da resiliência e do estímulo ao progresso – faça chuva ou faça sol.
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