O Brasil é um dos países que mais forma advogados em todo o mundo. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil, hoje existem pelo menos 1,2 milhão de advogados no país, cerca de 1 para cada 172 pessoas, e o número só aumenta ao longo dos anos.

Nesse cenário, porém, o desempenho dos alunos recém-formados é abaixo do esperado na maior parte dos país. Nos exames da própria OAB, por exemplo, apenas 29 cursos de direito possuem uma taxa de aprovação média superior a 50% entre os alunos inscritos.

Índices como esses foram decisivos para que um grupo de advogados do Maranhão, no nordeste brasileiro, resolvesse criar uma instituição voltada exclusivamente para educar recém-formados em direito. Jefferson Sobral e Ângelo Parreão, dois dos sócios da Escola de Advogados, falaram ao Na Prática sobre a iniciativa e os principais desafios enfrentados por jovens advogados.

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Profissionais despreparados como padrão

Um dos princípios que motivaram os jovens advogados maranhenses a empreender no mundo do direito está ligado à história deles próprios. Isso porque, ao se formarem em direito, e ao obterem suas carteirinhas como advogados da OAB, eles perceberam que não se sentiam preparados para exercer a profissão.

“As universidade não preparam o acadêmico para o mercado de modo geral e não só para a advocacia”, aponta Parreão. “O jovem não sabe se posicionar, não sabe em qual área atuar e como prospectar clientes, por exemplo. Ele está perdido.”

O primeiro passo, a partir daí, foi começar a compartilhar o conteúdo baseado naquilo que eles iam aprendendo e que, de certo modo, tinham relação com as dores de outros novos advogados.

“A advocacia é uma profissão que exige um espírito empreendedor, autônomo e resolutivo dos profissionais. E às vezes as pessoas caminham pro direito sem essas habilidades já consolidadas.”

Nesse sentido, Jefferson explica que um dos problemas para a precarização dos cursos de direito no Brasil está na mercantilização que se associa às formações. Segundo ele, é relativamente simples abrir um curso no país e as formações são menos profundas do que as vistas em outros países lusófonos, como Portugal e Angola, por exemplo.

“No Brasil, o indivíduo é jogado no mercado de trabalho só com a graduação e o estágio que a pessoa faz em geral em como objetivo apenas cumprir uma carga horária exigida. Em 90% das faculdades, esse é o padrão”, descreve Jefferson.

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Direito e empreendedorismo no radar do advogado do futuro

A respeito das problemáticas a nível educacional, Parreão diz que é unanimidade entre advogados mais experientes a ideia de que, nos próximos cincos anos, será preciso que os advogados desenvolvam habilidades para além do direito em seus currículos.

“É preciso entender que as soft skills são cada vez mais importantes. Habilidades de gestão, marketing e relacionamento precisam ser conhecidas. Um advogado não é um sacerdote que emite leis e fala sobre jurisprudência, e sim um cara que entende de pessoas, sabe montar equipes e gerenciar.”

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A digitalização dos processos, na visão do advogado, também deve ser melhor assimilada pelos novos profissionais. Isso porque, para ele, a pandemia acelerou uma tendência de trabalho online e remoto que ainda levaria mais tempo para se concretizar. Com isso, audiências, processos e demais atividades mudaram completamente e passaram a demandar outras visões para os profissionais.

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