Homens concentrados em jogos online

De acordo com um novo – e polêmico – estudo publicado pela National Bureau of Economic Research, uma respeitada organização de pesquisa americana que já teve vencedores do Nobel de Economia entre seus membros, os jogos de videogame e outras inovações tecnológicas de entretenimento podem ser um dos fatores por trás da queda de produtividade entre jovens homens nos Estados Unidos.

O estudo foi conduzido por economistas de universidades americanas renomadas, como Princeton, Universidade de Chicago e Universidade de Rochester, e considerou homens e mulheres em duas faixas etárias – entre 21 e 30 anos (excluindo estudantes em tempo integral) e entre 31 e 55 anos –, comparando suas opções de lazer em horas vagas e também horas trabalhadas por ano. Os primeiros dados foram coletados em 2000 e, depois, aplicou-se a mesma pesquisa em 2015.

A conclusão dos economistas? Quinze anos depois, homens com idades entre 31 e 55 trabalharam 163 horas a menos por ano e, entre 21 e 30 anos, 203 horas a menos. Esse aumento teria a ver com o tempo que passam jogando, que também subiu.

“Ao invés de analisar por que empregadores não querem esses jovens, esse grupo de economistas considerou uma pergunta diferente: por que esses jovens não querem trabalhar?”, provocou o The New York Times ao analisar a pesquisa.

Em um discurso recente para a classe da Booth, tradicional escola de negócios da Universidade de Chicago, o professor Erik Hurst explicou de onde surgiu o seu estudo: “Durante as últimas décadas, a tecnologia alterou fundamentalmente a forma como trabalhamos, a forma como nos entretemos e a forma como vivemos. Grande parte da minha pesquisa atual se concentrou em como a tecnologia mudou o mercado de trabalho”.

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“Quando tomamos nossas decisões sobre trabalhar ou não, comparamos o benefício do trabalho – o salário – contra o custo do trabalho. Qual é o custo do trabalho? Abrirmos mão do lazer. Quanto mais atraente nosso tempo de lazer, menos queremos trabalhar”, ele resume, assumindo também que existem outros fatores a ser considerados.

O raciocínio também traz à tona a importância da busca por propósito na carreira e pela conexão real com o trabalho como formas de encontrar motivação e realização profissional (embora o pesquisador não tenha entrado nesta seara). Se o trabalhador está em uma carreira desalinhada com seus objetivos, passar mais e mais tempo em jogos de celulares ou videogames pode parecer uma troca vantajosa.


Cena do jogo League of Legends

Mas os games têm suas vantagens…

A reportagem do Times também destaca o enorme aumento qualitativo e social dos jogos de videogame, que hoje incluem universos gigantes, histórias que não têm fim e grupos que podem jogar online juntos. 

Na esteira dessa sofisticação crescente, surge também um número maior de pesquisas indicando que as horas gastas com esses jogos está longe de ser tempo perdido, e podem até ter um papel educativo importante. Um estudo da Universidade Columbia mostrou que o uso frequente de videogames pode melhorar habilidades intelectuais e até mesmo sociais. Funcionam, de certa forma, como um exercício para o cérebro, e podem até ensinar habilidades exigidas pelo mercado, como criatividade, pensamento estratégico, concentração, solução de problemas e trabalho em equipe. 

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Hoje, os jogadores podem também se profissionalizar. Como mostrou uma reportagem do Profissão Repórter, programa semanal da Rede Globo, um jogador profissional de League of Legends no Brasil pode integrar uma equipe com técnico e psicólogo, jogar em campeonatos com milhares de pessoas na plateia e faturar mais de R$ 10 mil por mês.

O jogo, inclusive, já é reconhecido como uma modalidade esportiva e tem os campeonatos transmitidos no tradicional canal SportTV.


Final brasileira do campeonato de League of Legends, transmitida pelo SportTV

No fim, apesar dos resultados surpreendentes, a pesquisa que busca relacionar videogames e trabalho não traz conclusões contundentes sobre comportamento. Críticos já dizem que, se uma coisa fosse consequência da outra, o Japão – outro país com jovens apaixonados por games – também mostraria quedas de produtividade.

Naturalmente, não há nada errado com videogames em si. Como costuma ser, o que vem ao caso é a necessidade de equilibrar prazer e responsabilidades para não acabar se arrependendo de perder tempo depois. E melhor ainda quando as próprias responsabilidades trazem prazer, certo? 

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