Homem e mulher lendo papel em ambiente de trabalho - Como escolher seu programa de trainee?

Índice

O programa de trainee, voltado para recém-formados ou em vias de se formar, é uma via de mão dupla.

De um lado está a empresa, que investe tempo e recursos financeiros para treinar intensamente, por cerca de dois anos, um jovem profissional e futuro líder da empresa.

Do outro está o jovem, que consegue um desenvolvimento profissional acelerado, ganha um salário acima da média (e possivelmente bônus, no caso de grandes bancos) e entra no mercado de trabalho mais bem preparado.

Para que tudo dê certo para ambos, é importante escolher o programa correto: em 2016, mesmo em meio à crise econômica, cerca de três mil vagas do tipo foram abertas.

Selecionar a opção que tem mais a ver com você também é um jeito de se destacar da multidão, já que o alinhamento com perfil e valores de cada empresa são muito importantes nesses concorridos processos seletivos.  

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O que é trainee?

Trainee, como o nome entrega, é aquele que treina. Nesse caso, treina para eventualmente se tornar um líder dentro da empresa e o faz através de aulas, workshops, cursos e capacitações intensivas, além da rotina de trabalho cheia de responsabilidade.

Embora também exista em organizações do terceiro setor, como na Fundação Estudar e na Fundação Lemann, um programa de trainee geralmente está atrelado a empresas de grande porte e multinacionais como Ambev, Kraft Heinz, Votorantim, Unilever, Microsoft, Whirlpool, Citi, Santander, EY, Deloitte, Arpex e Safra, entre outras.

Os processos seletivos não têm um mês fixo para acontecer, mas costumam se concentrar no começo do ano, entre março e maio, e no segundo semestre, entre julho e outubro.

O que levar em conta na hora da escolha?

No Brasil, vários programas desse tipo têm similaridades entre si, como a duração, as sessões de coaching, o acesso à liderança corporativa, a responsabilidade por projetos estratégicos e a rotação entre áreas, ou job rotation, que permitem que se tenha uma visão mais global do negócio para, no fim, escolher a melhor área para seu perfil.

Como o comprometimento de tempo é substancial – no caso da Unilever, chega inclusive a três anos –, é muito importante que seu perfil combine não só com a vaga e a estrutura de desenvolvimento proposta, mas com a empresa que a oferece.

Qualquer empresa tem características, estilo de trabalho, valores e objetivos que compõem sua cultura organizacional. Esse é o chamado fit cultural, quando há alinhamento entre o candidato e a empresa.

É algo que faz muito sentido. Já que está se propondo a passar anos dentro desse ambiente, é crucial que você esteja em harmonia com ele.

Como avaliar se há fit cultural?

Quando você começa a pesquisar as oportunidades no mercado e quer saber se há fit cultural entre você e uma companhia, há algumas coisas que pode analisar facilmente.

Na página ou outros materiais oficiais da empresa, procure por missão, visão e propósito; valores organizacionais; e atuação.

Em seguida, pode se aprofundar no assunto através de portais como LinkedIn, LoveMondays e o próprio Na Prática para entender como funciona o ambiente de acordo com quem está lá dentro.

O dress code é formal ou informal? A jornada de trabalho é intensa? Permite flexibilidade de horário ou home office? Tem uma estrutura mais rígida ou mais horizontal na tomada de decisões?

Os sites oficiais dos processos seletivos de trainee, atentos à importância desses insumos, costumam oferecer, entre descrições e pré-requisitos, insights do que é esperado do candidato.

O que o programa pede? Alguém que pense grande, que esteja confortável em trabalhar sob pressão, flexível, especializado em tal área, que tenha disponibilidade para viajar com frequência? Preste atenção nessas informações!

Para usar essas informações ao máximo, é preciso entender melhor seu próprio perfil.

O Na Prática recomenda que você faça os testes de autoconhecimento da Fundação Estudar – testes de valores, estilo de trabalho e personalidade –, que estão disponíveis gratuitamente aqui.

Vagas de trainee

Para encontrar as oportunidades, consulte a listagem organizada pelo Na Prática e também sites como Wall Jobs, 99 Jobs, Vagas.com.br, MyTrainee, Trampos.co e Cia de Talentos. Nesses sites, é possível se cadastrar e receber emails sempre que novos programas ou vagas de estágio surgem.

No nosso canal do Youtube, também postamos vídeos recorrentes com as melhores oportunidades abertas. Ao se inscrever, você também recebe notificações sobre novos vídeos e diversas dicas de carreira.

Também não se esqueça das redes de contato e das feiras de recrutamento nas faculdades: as empresas tendem a visitá-las quando os processos seletivos estão abertos.

As inscrições se concentram entre março e maio e, depois, entre julho e outubro – redobre a atenção nesses períodos!

O que as empresas esperam de um trainee?

Como a concorrência por uma vaga num programa de trainee é acirrada, as empresas que oferecem programas de trainee são extremamente criteriosas.

Para saber exatamente o que elas procuram, é bom ouvir diretamente de que coordena essas seleções o que esperam de um candidato.

Abaixo, veja os principais requisitos de 9 programas de trainee:

1. Fundação Estudar

Qual é o nível de inglês exigido? Avançado.

Experiência internacional é requisito? Não.

É preciso ter disponibilidade para mudanças? Sim, caso venha de fora de São Paulo, onde fica a sede da organização.

Qual é o perfil comportamental procurado pela empresa? “Procuramos jovens com brilho no olho, protagonismo e que coloquem a mão na massa”, resume Marina Zafra, responsável pela seleção. Também é preciso gostar de desafios e ter autonomia para tocar projetos estratégicos.

2. Ambev

Qual é o nível de inglês exigido? Fluente.

Experiência internacional é requisito? Não.

É preciso ter disponibilidade para mudanças? Sim. O candidato deve estar livre para se deslocar e residir em outras cidades, estados e países.

Qual é o perfil comportamental procurado pela empresa? Para ser escolhido, é preciso ter um perfil criativo, visionário e empreendedor, diz Daniel Ribeiro, diretor de talentos e atração da Ambev. Além do apetite por inovação, também é importante se sentir dono do negócio e valorizar a troca de experiências com outras áreas. “Queremos pessoas que tenham vontade de crescer, porque buscamos os futuros líderes da companhia”, afirma o executivo. “Nossa intenção não é ter um número x ou y de trainees: se encontrarmos 10 jovens talentos ou 50 jovens talentos, vamos recrutá-los”.

3. Votorantim

Qual é o nível de inglês exigido? Avançado ou fluente.

Experiência internacional é requisito? Não é um fator de eliminação, mas é visto como diferencial.

É preciso ter disponibilidade para mudanças? Sim. O trainee pode viajar pelo Brasil para participar de projetos e até ser fixado em outro estado ao fim do programa. A necessidade de mobilidade internacional é menos comum, mas não impossível.

Qual é o perfil comportamental procurado pela empresa? Segundo Manuela Landi e Dimitriu Bezerra, coordenadores do programa de trainees da Votorantim, o jovem deve compartilhar valores e crenças com a empresa. “Autenticidade durante a seleção também é essencial”, diz Manuela. “Não queremos respostas prontas”. Outro requisito é ter disposição e energia para trabalhar em uma grande variedade de projetos, inclusive fora da sua área de formação original.

4. Citi

Qual é o nível de inglês exigido? Avançado ou fluente.

Experiência internacional é requisito? Não.

É preciso ter disponibilidade para mudanças? Se você mora fora de São Paulo (SP), sim. Todas as vagas são na capital paulista.

Qual é o perfil comportamental procurado pela empresa? Segundo Andrea Aikawa, superintendente adjunta de RH do Citi, é esperado que o candidato saiba propor mudanças e ajude a desenvolver outras pessoas. “O trainee precisa ser capaz de trabalhar colaborativamente e encorajar os demais a atingirem os melhores resultados”, afirma.

5. Nestlé

Qual é o nível de inglês exigido? Avançado.

Experiência internacional é requisito? Não.

É preciso ter disponibilidade para mudanças? Sim. É preciso estar livre para viagens e mudanças tanto dentro quanto fora do Brasil.

Qual é o perfil comportamental procurado pela empresa? Iniciativa, autonomia, foco no resultado e responsabilidade pelo próprio desenvolvimento são as competências fundamentais de um trainee, segundo a Nestlé.

6. VLI

Qual é o nível de inglês exigido? Avançado ou fluente.

Experiência internacional é requisito? É desejável e considerada um diferencial para a empresa.

É preciso ter disponibilidade para mudanças? Sim. Desde o processo seletivo, o trainee assume o compromisso de residir em qualquer lugar do país onde haja operação da VLI.

Qual é o perfil comportamental procurado pela empresa? Para se dar bem, o jovem precisa se identificar com a cultura da empresa. “Como a atividade de logística contribui diretamente com o desenvolvimento do país, o jovem que escolhe trabalhar nesse negócio também deve buscar um propósito maior para sua carreira”, diz Rute Galhardo, gerente de RH da VLI. “Queremos pessoas que consigam buscar soluções em campo e que sejam apaixonadas por empreender dentro da empresa”.

7. 3M

Qual é o nível de inglês exigido? Fluente.

Experiência internacional é requisito? Não, mas intercâmbio é desejável.

É preciso ter disponibilidade para mudanças? Sim. Após um ano de programa, o trainee poderá se mudar para regiões onde há fábricas da 3M: Sumaré, Itapetininga e Ribeirão Preto, todas no estado de São Paulo, e Manaus, no Amazonas.

Qual é o perfil comportamental procurado pela empresa? Patrícia Alves, supervisora da área de aquisição e planejamento de talentos da 3M do Brasil, diz que a empresa mira candidatos com capacidade de liderança, inovação e trabalho em equipe. Também é exigido que o trainee aja com transparência e seja capaz de desenvolver outras pessoas além de si mesmo.

8. GE

Qual é o nível de inglês exigido? Fluente.

Experiência internacional é requisito? Não, mas é um diferencial.

É preciso ter disponibilidade para mudanças? Sim. O programa prevê rotações em diferentes unidades da GE no Brasil e no mundo, o que exige que os trainees tenham mobilidade nacional e internacional. Pelo menos uma das rotações é feita em outro país.

Qual é o perfil comportamental procurado pela empresa? A empresa diz que seu foco são jovens com perfil de liderança. Proatividade, imaginação e capacidade de ser inclusivo também são critérios fundamentais para a seleção.

9. Microsoft

Qual é o nível de inglês exigido? Avançado. 

Experiência internacional é requisito? Não.

É preciso ter disponibilidade para mudanças? Sim. O MACH (Microsoft Academy for College Hires) é um programa global, com duração de dois anos, que conta com treinamentos em vários países. O jovem deve ter disponibilidade para fazer três viagens internacionais nesse período, com duração média de uma semana cada uma. Depois disso, não há rotação e nem mudanças obrigatórias ao longo do programa.

Qual é o perfil comportamental procurado pela empresa? O programa de trainees não recruta candidatos externos; as vagas são disputadas entre os estagiários da empresa. De acordo com Daniela Sicoli, gerente de RH da Microsoft, as competências que fazem um jovem se destacar são agilidade, comprometimento, foco no cliente e capacidade de desafiar a companhia.

10. AES Brasil

Qual é o nível de inglês exigido? Avançado.

Experiência internacional é requisito? Não é obrigatório, mas é diferencial.

É preciso ter disponibilidade para mudanças? Sim. Os trainees podem fazer rotações em diferentes bases e usinas. A mobilidade exigida é dentro dos estados de São Paulo, para a AES Tietê e AES Eletropaulo, e Rio Grande do Sul, para a AES Sul.

Qual é o perfil comportamental procurado pela empresa? “Procuramos jovens dinâmicos, questionadores, que gostem de se relacionar e trabalhar em equipe”, diz Andrea Perosa, gerente de atração e gestão de Talentos da AES Brasil. Facilidade para o aprendizado e habilidade de comunicação também são requisitos.

5 dicas para quem quer ser trainee em um banco

Com remuneração acima da média do mercado – é frequente que superem R$ 5 mil – e bonificações anuais que podem superar R$ 10 mil, os programas de trainee do mercado financeiro estão entre os mais disputados.

Entre os bancos que oferecem programas de trainee estão Itaú, Safra, Citi e Santander.

Abaixo, o Na Prática compartilha algumas dicas essenciais para quem quer se destacar entre milhares de candidatos.

1. Pesquise sempre mais

Mostrar que você conhece não só a empresa mas também os concorrentes dá uma vantagem extra na hora de uma entrevista ou dinâmica e te ajuda a tomar a decisão certa. “Se durante o processo o candidato mostrar que absorveu muita informação, sabemos que ele terá menos riscos de se frustrar quando entrar na companhia”, explica Mirelle Philomeno, diretora de seleção da Hays, empresa multinacional de recrutamento.

2. Aprenda inglês 

Mesmo que o banco não seja americano, em algum momento, o trainee vai precisar ler relatórios em inglês, entender alguns termos técnicos ou conversar com algum cliente de outro país.

Se por acaso você tiver um nível básico, não minta durante a entrevista. Confesse que seu inglês é fraco, mas que entende a importância e está interessado em aprender.

3. Comprove que tem conhecimento técnico

Dependendo da área dentro de finanças que esse profissional atuará, a graduação em administração, ciências econômicas ou contábeis dá vantagem, junto com o respectivo registro no Conselho Regional de Contabilidade.

Já para quem quer trabalhar com mercado financeiro, controladoria, ou contabilidade, cursos de especialização dão destaque ao currículo. Esteja atento às oportunidades!

4. Adquira experiências em estágios

Estágios não são obrigatórios, mas contam pontos na hora da seleção. É ali, na prática, que você pode aprender coisas que parecem simples mas são essenciais, como lidar com ambientes formais, autoridades e processos simples.

E nem precisa ser algo formal. Trabalhar na empresa júnior da faculdade ou mesmo ter sido o tesoureiro da Atlética da faculdade ou membro do diretório acadêmico já são diferenciais.

5. Saiba como se apresentar

Trainees são vistos como futuras lideranças da empresa. Por isso, motivação, espírito de equipe, ética e integridade, assim como capacidade de liderar, são essenciais. O cuidado que se deve tomar é com a arrogância – venda seu peixe, mas não de maneira arrogante.

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Como preparar seu currículo

Agora que você terminou a faculdade ou está prestes a terminá-la, já tem bastante vivência profissional para fazer um bom currículo.

Lembre-se que experiências profissionais, no papel, não precisam ser apenas empregos. Qualquer vivência que resultou em aprendizados, como uma empresa júnior ou um grande projeto, pode ser incluída.

Como cada pessoa tem uma trajetória diferente, o Na Prática preparou uma matéria inteira para quem tem dúvidas sobre como redigir um currículo para início de carreira, incluindo modelos prontos para download.

Para quem quer aplicar para um programa de trainee e ainda tem dúvidas sobre suas chances, é muito útil se lembrar do papel principal do currículo: quando um recrutador está com ele em mãos, o que quer saber é se você preenche os pré-requisitos e consegue realizar as tarefas exigidas.

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Ou seja, não há um tipo específico ou uma receita de bolo a seguir. Cada pessoa é única e seu currículo também será – agora é questão de refletir sobre suas experiências da maneira mais clara e relevante possível.

Ajuste o LinkedIn

Para ter ainda mais chances, não descuide do LinkedIn. Como um currículo de papel é limitado pelo espaço da folha, é naquela plataforma profissional que você pode expandir suas vivências e histórias – e muitos recrutadores a acessam.

Pensando nisso, o Na Prática preparou um checklist capaz de deixá-lo perfeito. Baixe aqui!

Como se destacar no processo seletivo

Com a oportunidade correta identificada e a fase do currículo para trás, é hora de se preparar para o processo seletivo.

Já mencionamos que a seleção para programas de trainees são muito disputadas, certo?

A boa notícia é que os programas de trainee têm estruturas muito parecidas com os processos seletivos comuns, com a diferença de que costumam envolver altos executivos da empresa – o que traz uma nova (e natural!) dose de nervosismo.

Ou seja, a chave para se sair bem está na preparação. Nada de improvisar!

Passo 1: Pesquise tudo!

A primeira coisa a se fazer, como sempre, é pesquisar muito bem a empresa, seu setor e indústria, sua cultura, seus concorrentes e seus desafios.

É possível fazer isso de diversas maneiras. Além de acessar o material disponível nas páginas oficiais, você pode conversar com quem trabalha ou já trabalhou por lá e tirar dúvidas com funcionários do departamento de Gente ou de Recursos Humanos.

Investigue o cotidiano da empresa em sites como LinkedIn, Na Prática e Love Mondays – vá além do que está no Google!

Também não se esqueça de mergulhar no setor da empresa em que está interessado. É do mercado financeiro? Leia jornais e revistas focados em economia. É do setor de bens de consumo? Adicione publicações e seções sobre esse mercado e tendências de consumo.

Saiba o que está acontecendo e mostre-se sempre disposto a aprender mais.

Passo 2: Saiba quais são as etapas

As empresas que organizam programas de trainee costumam identificar, em suas páginas oficiais, quais são as etapas envolvidas no processo seletivo.

Costumam haver paineis com altos executivos da organização, que querem saber mais sobre você e o que sua presença traria para a empresa, assim como dinâmicas de grupo, quando recrutadores observam como você trabalha. Saiba como 11 trainees se prepararam para esses desafios aqui!

Também são frequentes os testes de lógica (saiba mais aqui) e de inglês (avalie sua proficiência aqui!), que devem ser feitos online.

Na websérie abaixo, feita pelo portal Estudar Fora, você pode aprimorar seu inglês com Catarina Pontes, Coordenadora Acadêmica da Cultura Inglesa em São Paulo:

Passo 3: Tire suas dúvidas com quem já foi trainee

Nada melhor que alguém que já passou por isso antes para lhe oferecer dicas valiosas.

Use suas redes sociais e de contato para buscar quem já foi trainee naquela organização que você quer ou em algum outro programa disputado.

Caso não encontre ninguém, vale buscar no LinkedIn e abordar as pessoas com uma mensagem educada e personalizada, explicando quem você é, o que busca e por que acha que elas podem ajudar.

Toda dica é válida!

Passo 4: Esteja preparado para as perguntas sobre você

Há algumas perguntas inevitáveis, como “qual foi sua principal conquista?”, “quais são seus pontos fracos?”, “como superou seu maior desafio?”.

Para estruturar as respostas que exigem exemplos, utilize o modelo STAR, que significa situação (o que estava em pauta e qual era o contexto?), tarefa (o que você deveria fazer?), ação (como fez?) e resultado (o que aconteceu depois?). Explicamos direitinho como utilizá-lo aqui!

Preparar-se para as perguntas de uma entrevista exige duas coisas: entender para que servem (por que o recrutador está perguntando aquilo?) e ter autoconhecimento para respondê-las da melhor maneira possível (evite o improviso!).

Pensando nisso, o Na Prática preparou uma websérie especial sobre o tema:

Passo 5: Pratique o autoconhecimento sempre

Vale lembrar que o autoconhecimento não é importante só quando um recrutador está à sua frente.

Agora que você está pronto para entrar no mercado de trabalho como alguém formado, precisará tomar uma série de decisões pessoais e profissionais e pensar no que faz sentido para você.

Um candidato que entende melhor seu perfil e onde quer chegar não só se destaca da concorrência, mas toma decisões de carreira mais acertadas e tem mais satisfação profissional no longo prazo.

Caso você queira ir mais longe nessa jornada, é uma boa ideia considerar um curso estruturado, que facilita e acompanha sua reflexão.

A própria Fundação Estudar oferece um curso de autoconhecimento em duas versões: o Autoconhecimento Na Prática presencial, que ocorre em diversas cidades do Brasil, e o Autoconhecimento Na Prática Online (com o cupom NAPRATICA_0717, você pode fazê-lo de graça!).

Como candidatos podem se destacar, segundo um especialista

Sócio-diretor da Falconi Gente e dono de décadas de experiência com processos seletivos de trainees, Josué Bressane explica como candidatos podem se destacar no mercado.

Formação acadêmica, curso e universidade são determinantes para o sucesso de um trainee?

São importantes, mas não determinantes. De forma geral, quase todas as empresas buscam jovens que se formaram nas melhores universidades e que tiveram um bom desempenho nos anos de estudo.

Porém, um bom curso, uma boa universidade e boas notas são apenas um primeiro passo para ter sucesso na seleção.

Experiência anterior ou vivência internacional são determinantes para seguir num processo de seleção?

São muito importantes, mas não determinantes.

Os jovens que passaram por estágio ou que tiveram alguma experiência prática de trabalho ou acadêmica internacional, de forma geral, costumam ter desenvolvido uma visão sistêmica de negócio e de mundo, entre outras coisas.

Jovens que estiveram somente dentro da universidade – exceto os que participaram ativamente de empresas juniores –, acabam muitas vezes tendo “desvantagem” nas etapas finais do processo, pois lhes falta essa vivência prática.

Como me preparar para dinâmicas de grupo?

Nas dinâmicas de grupo ou business games, o segredo é ser você mesmo. Muitos candidatos recebem dicas de como se comportar, como se vestir, como falar, mas muitas vezes elas podem criar “máscaras” que durante o processo caem com facilidade.

A principal dica aqui é: estude em profundidade sobre a empresa para a qual está se candidatando: qual sua cultura e valores? Seu business? Seus resultados nos últimos anos? Seus planos de crescimento? Notícias de mercado? É este o lugar em que quero trabalhar? A maior parte dos valores da empresa é compartilhada com os seus?

Nas etapas finais de um processo seletivo, a decisão é feita muito mais com base no “fit” cultural e nos valores daquela organização, do que formação e experiência.

Não existem pessoas boas ou ruins, mas sim pessoas certas para cada tipo de organização.

Qual é o perfil comportamental do trainee bem sucedido?

Por mais agressiva e ambiciosa que uma empresa possa ser, sempre vai buscar pessoas que sejam humildes na sua postura, simples no agir e complexas e profundas em suas análises.

Humildade para aprender, ambição moderada, preparação acadêmica e educacional, capacidade de inovar… Historicamente, a fórmula de sucesso para os trainees que tiveram uma carreira pós-contratação é uma combinação disso tudo.

Qual é o perfil de um trainee aprovado pela Ambev?

O programa de trainee da Ambev, que se divide nas versões global e industrial, é um dos mais competitivos do mercado e tem um salário bastante atraente, cerca de R$ 5,8 mil reais.

Segundo um levantamento oficial da empresa, cerca de 230 trainees foram contratados na última década.

E a carreira é de fato acelerada: mais da metade deles hoje ocupa cargos de gerência e 14% se tornaram diretores.

Para manter um grupo heterogêneo, a Ambev investe em candidaturas abertas, sem restrições de formação acadêmica ou universidade.

Entre os pré-requisitos estão o inglês fluente e o alinhamento com os valores e cultura da empresa, que é focada em resultados e excelência.

Falar vários outros idiomas e ter diversas vivências internacionais ou profissionais pode até ser bom, mas os recrutadores garantem que realmente pesa na hora da seleção é demonstrar que seu perfil combina com a empresa através de exemplos de sua própria trajetória.

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Seja proativo

Um exemplo prático dessa exigência é dado por Anna Paula Alves, que foi trainee da Ambev em 2016 e hoje é gerente de gente e gestão da empresa.

Pouco empolgada com seu primeiro ano de Relações Internacionais na Universidade de Brasília, ela reativou a empresa júnior da faculdade, que acabou somando 30 pessoas e onde ela ocupou cargos como diretora de Recursos Humanos e presidente muito jovem.

“Na entrevista, eles perguntavam qual era o meu legado e como isso poderia ser demonstrado na prática”, contou ela, que destacou sua atuação na empresa júnior e sua passagem prévia pela Ambev dois anos antes.

Saiba lidar com opiniões diferentes

Para João Dias Carneiro, que entrou como trainee da área industrial em 2016, seu diferencial foi demonstrar facilidade para lidar com pessoas de diferentes culturas e características.

Experiências internacionais na juventude e na universidade não só lhe garantiram fluência em outros idiomas, mas facilidade em lidar com a diversidade. “Aprendi a lidar com gente diferente, ouvir opiniões contrárias à minha e conter a ansiedade no trabalho em equipe”, disse. “Isso foi fundamental no processo seletivo, para saber falar e ouvir nos momentos certos.”

Buscar se desafiar e sair de sua zona de conforto são, portanto, jeitos úteis de demonstrar proatividade, aprender coisas novas e se tornar um profissional mais flexível e aberto – e se destacar em programas de trainee disputados.

12 livros essenciais para quem é (ou quer ser) trainee

Aprender continuamente é fundamental para quem quer ter uma carreira de sucesso e há poucas maneiras mais legais – e baratas! – do que aprender lendo.

Para aumentar seu repertório e se tornar um profissional cada vez melhor, invista em livros sobre liderança, autoconhecimento e negócios.

E para que você não se perca entre os inúmeros livros disponíveis, especialistas da Fundação Estudar e da Cia de Talentos selecionaram 12 títulos imperdíveis para quem está começando a carreira.

Confira:

  1. “Empresas feitas para vencer”, de Jim Collins

O que explica o sucesso estrondoso de certas empresas? Movido por esse questionamento, o consultor Jim Collins investigou os mecanismos de um negócio que consegue sustentar bons resultados no decorrer do tempo, e transformou suas descobertas nesta obra.

Para Tiago Mitraud, diretor executivo da Fundação Estudar, o livro não interessa apenas a líderes experientes, envolvidos na alta gestão das empresas: ele também pode ser muito útil para o recém-ingressante no mercado de trabalho. “O trainee precisa entender o que faz uma empresa dar certo”, afirma.

  1. “A arte de fazer acontecer”, de David Allen

O foco, aqui, é gestão do tempo e produtividade. Criador do método GTD (Getting Things Done), usado por inúmeras empresas em todo o mundo, o autor do livro dá conselhos práticos para priorizar tarefas, eliminar e-mails não lidos, reavaliar metas e gerenciar projetos. As lições são importantes para o trainee pelo imenso volume de trabalho que ele encontrará na empresa assim que for aprovado no processo seletivo. “O jovem precisará ser ágil e produtivo desde o dia 1”, afirma Mitraud.

  1. “O poder do hábito”, de Charles Duhigg

Neste bestseller, o repórter do The New York Times Charles Duhigg argumenta que o segredo para conquistar qualquer objetivo pessoal ou profissional é entender como os hábitos funcionam —  e como podem ser transformados. O subsídio para seus argumentos são centenas de artigos acadêmicos, entrevistas com centenas de cientistas e pesquisas realizadas em dezenas de empresas. A indicação é de Viviane Camerlingo, consultora da Cia de Talentos.

  1. “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, de Dale Carnegie

Citado pelo megainvestidor norte-americano Warren Buffett como uma grande influência para sua vida, este clássico assinado pelo orador e escritor Dale Carnegie foi lançado em 1937, mas ainda é uma referência muito atual sobre networking. “O livro mostra como conquistar as pessoas e se tornar influente no seu ambiente de trabalho, algo fundamental para qualquer trainee”, diz Mitraud, que também destaca a importância dessas lições para a etapa do processo seletivo que envolve dinâmicas de grupo.

  1. “Dobre seus lucros”, de Bob Fifer

Neste livro, o consultor Bob Filter mostra como aumentar a receita e cortar custos por meio de dicas práticas e, por vezes, surpreendentemente simples. “É importante que o trainee entenda o mecanismo básico de uma empresa, e aplique a lógica da maximização dos lucros às suas atividades cotidianas”, afirma o diretor da Fundação Estudar.

  1. “Como o Google funciona”, de Eric Schmidt e Jonathan Rosenberg

Escrito por dois executivos da companhia, este livro mostra como esta máquina de atrair candidatos — que chega a receber 2 milhões de currículos por ano em todo o mundo — funciona por dentro, da cultura corporativa ao dia a dia da equipe.

Uma das lições mais importantes para os trainees é a constatação de que a empresa não vive só de inovação e adrenalina. “Cerca de 70% da equipe trabalha com a ferramenta de busca, isto é, o produto mais básico e rentável do Google, enquanto só 30% se dedicam aos projetos alternativos e disruptivos”, explica Mitraud. “Isso mostra ao jovem que mesmo nas empresas mais descoladas o trabalho também será rotineiro e ‘pé no chão’”.

  1. “Paixão por vencer”, de Jack Welch

Escrito pelo guru de gestão Jack Welch, que esteve à frente da GE entre 1981 e 2001, este livro traz apresenta as práticas de liderança, contratação e estratégia que permitiram a perenidade de uma empresa fundada no século 19 pelo inventor Thomas Edison.

“O jovem tem muita sede de novidade, mas precisa entender que muito do passado ainda se aplica no presente”, diz Mitraud. Startups e negócios disruptivos ensinam muito, mas empresas centenárias também.

  1. “Como fazer uma empresa dar certo em um país incerto”, do Instituto Empreender Endeavor

Segundo Mitraud, o livro vale a pena por mostrar algumas das principais dificuldades vividas por empresas brasileiras e como foi possível driblá-las. “É importante que o jovem trainee conheça cases estrangeiros, mas também é essencial que tenha contato com lições sobre a realidade que vivemos aqui”, diz.

  1. “O lado difícil das situações difíceis”, de Bem Horowitz

Onde ficam as histórias sobre o que fracassou? Neste bestseller adorado por empreendedores, o empresário Ben Horowitz conta de forma direta as piores agruras que sofreu em sua trajetória.

“O livro é interessante para os trainees porque mostra como as coisas dão errado na maior parte do tempo, e simultaneamente ensina a melhor forma de reagir a essas adversidades na prática”, explica Mitraud.

  1. “Desafiando o talento: Mitos e verdades sobre o sucesso”, de Geoff Colvin

Qual é a importância do dom para a carreira? Genialidade existe? Neste livro, o autor busca determinar o que torna algumas pessoas mais bem-sucedidas do que outras. O resultado é um conjunto de lições que podem inspirar profissionais em qualquer fase da carreira, do trainee ao CEO.

  1. “O processo da pérola”, de Tonny Nelson

Este livro é um guia para planejar os próximos anos da sua carreira. O leitor é convidado a fazer um balanço de sua vida, criar um mapa de metas e fazer exercícios práticos. Segundo Viviane Camerlingo, consultora da Cia de Talentos, trata-se de um excelente aliado para o autodesenvolvimento de um jovem trainee.

  1. “Tomar a vida nas próprias mãos”, de Burkhard Gudrun

Escrita pela médica brasileira Burkhard Gudrun, esta obra propõe que o leitor se conscientize sobre sua própria história de vida e sobre como suas atitudes estão relacionadas à vida das outras pessoas. Para Camerlingo, a obra serve como introdução a um coaching de carreira, com foco no autoconhecimento e no autodesenvolvimento.

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