Professor Facilitador

Domínio de conteúdo e a capacidade de facilitar seu entendimento nem sempre andam juntos. E é muito comum que, ao focar no desenvolvimento de um, profissionais despriorizem o outro – que é tão significativo quanto para o resultado esperado. Todos que já se sentiram perdidos no meio da explicação de um dos professores mais tradicionais do colégio conseguem entender por quê: ele provavelmente não era um professor facilitador.

Isso porque, tradicionalmente, o domínio do conteúdo é uma habilidade associada aos professores. E é a partir deste conhecimento aprofundando que eles conduzem o aprendizado de seus alunos.

Já a habilidade de facilitar o aprendizado está associado a competências de facilitação. Facilitadores são especialistas no processo de aprendizado – não necessariamente no conteúdo em si. Desta forma, confiando na inteligência coletiva e com os objetivos da sessão em mente, eles geram conhecimento através das próprias respostas do grupo.

No cenário ideal, os dois perfis se complementam em um profissional que permite aos estudantes crescerem, aprenderem e criarem dentro das suas potencialidades. “O papel da facilitação é tornar o processo mais fácil e criar um ambiente propício”, resume Marcos Vianna, facilitador e cofundador da Dois Desenvolvimento, empresa especializada no assunto.

Confira cinco técnicas de facilitação que podem ser úteis a professores facilitadores na condução de suas turmas:

1. Mantenha o grupo ativo

Procure envolver os alunos desde o começo ao explicar a ideia central daquele encontro, a duração planejada e a agenda. Por exemplo, quantos encontros serão dedicados a desenvolver aquele tema e em que ordem. Assim, todos começam na mesma página e se o processo se atrasar fica mais fácil parar e criar uma nova estratégia conjunta para retomar o ritmo desejado.

Estimule a participação. É importante manter os estudantes ativos o tempo todo por um motivo básico: quem dorme não está aprendendo nenhum conteúdo.

2. Improvise sem perder o foco

Para o professor facilitador, manter-se conectado ao grupo é quase mais importante que o conteúdo. Mas isso é algo fácil de se perder de vista após tanta preparação, seja para uma reunião ou apresentação importante, ainda mais se essa preparação envolver uma estrutura pronta como um documento de Power Point. 

Marcos não é fã de slides em sessões de facilitação e considera que a estrutura engessa a narrativa de acordo com a velocidade de compreensão do facilitador e não do grupo, que é o principal interessado naquilo. 

Especialmente em turmas menores, ele prefere canetas e flipcharts para montar os “slides” na hora e de acordo com definições dadas pela própria turma. “Eu sei o que quero passar e vou perguntando, trazendo as experiências de cada um, construindo a estrutura com as palavras do grupo e complementando com as minhas”, explica.

3. Pratique a escuta ativa

Ouvir não é a mesma coisa que ouvir ativamente: a diferença está nos detalhes. Para treinar suas habilidades de escuta ativa, guarde telefones e laptops, foque no que a outra pessoa está dizendo, esclareça pontos imediatamente, faça resumos em suas próprias palavras e desencane de pensar constantemente o que dirá em seguida.

Esteja presente e atento. Olhe a outra pessoa nos olhos: o contato visual é a principal prova para o seu interlocutor de que você está prestando atenção no que ele está falando, e deixar isso claro é essencial para uma boa comunicação. Não interrompa, mesmo que já imagine ter uma solução. 

4. Aprecie o silêncio

É tentador fazer uma pergunta e responder logo em seguida caso alguém não o faça. Mas evite isso ao máximo – é uma atitude que torna o grupo mais passivo e, quando você menos perceber, ele já desistiu de acompanhar. “Eu ainda não consigo fazer isso sempre, mas já foi muito mais difícil”, confessa Marcos. “O silêncio é de ouro.”

5. Respeite o ritmo do grupo

Para um professor facilitador, aprender é verbo-chave: aprenda a ouvir, sentir a energia, observar cada um, a perder o foco e atuar no momento. “Se você não está se conectando de verdade com o grupo, vai querer prever suas ações.

Mas deve ser o contrário: vá no ritmo dele”, diz Marcos. Se você estiver dando um treinamento ou workshop, para aprimorar a experiência, cuide do espaço e do ritmo da facilitação, intercalando conteúdo com experiências práticas e momentos de trocas.

Por outro lado, se estamos falando de situações mais corriqueiras do dia a dia profissional, como uma reunião que tem hora marcada para acabar e decisões par serem tomadas nesse meio-tempo, nem sempre vai ser possível ser tão flexível em relação ao ritmo do grupo.

Ainda assim, mantenha na cabeça essa preocupação em entender o ritmo das pessoas na sala com você (que nem sempre é o mesmo que o seu) e ir ajustando esse ritmo para manter o encontro no horário – um compromisso feito com os envolvidos é que, salvo raras exceções, é dever de quem está conduzindo a reunião manter.

Saiba mais sobre o curso Facilitação Na Prática, da Fundação Estudar

 

 

Photo by NeONBRAND on Unsplash

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