Coordenador de Pessoas da Tractian, Julio Santos acredita que cultura do aprendizado contínuo é a chave para colocar jovens sem experiência a ingressar no mercado de trabalho

Historicamente maior em relação ao restante da população, o desemprego entre jovens de 18 a 24 anos caiu de 23% para 19% no segundo trimestre de 2022 no Brasil. Na população geral, a taxa de pessoas à procura de trabalho está em 11%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na visão do coordenador de Pessoas da Tractian, Julio Santos, um dos principais fatores que ajudam a explicar essa questão é a realidade econômica no Brasil durante os últimos anos.

“A instabilidade do mercado demanda que as empresas tenham profissionais preparados para lidar com crises e problemas inesperados”, explica Julio. “Por conta da economia atual, muitos profissionais qualificados estão disponíveis no mercado e isso faz com que eles compitam com os recém ingressantes.”

Além disso, Julio diz que o currículo das universidades brasileiras dificulta os primeiros anos da vida profissional dos jovens. Isso porque, para o ele, o que se aprende na academia não está de acordo com as expectativas do mercado de trabalho.

“Isso pode ser analisado através do processo histórico, do sucateamento da educação brasileira, do elitismo das universidades, que acabam contribuindo para essas realidades que não conversam”, analisa. “Uma empresa, por precisar sobreviver, precisa ser o mais rápida possível para se adaptar a tendências de mercado. Essa velocidade, na maioria das vezes, não é acompanhada pelos centros educacionais.”

Cultura de aprendizado contínuo é a chave para agregar jovens e experientes

Por atuar em uma empresa que é o primeiro emprego de metade da equipe, Julio é categórico ao explicar que as tecnologias novas sempre se tornam obsoletas. Assim, explica ele, novos e antigos profissionais se nivelam na medida em que precisam se atualizar constantemente.

“A saída mais estratégica que conseguimos encontrar foi dissecar um meio de aprender como se aprende”, diz. “[Por isso], o desafio não se trata de aprender uma ferramenta ou tecnologia específica, mas de encontrar meios de aprender como se aprende, para que cada nova tendência seja rapidamente absorvida pelo profissional.”

Segundo Julio, a maneira encontrada por ele e sua equipe para resolver essa questão é se “desapegar” dos aspectos técnicos ligados ao aprendizado. Habilidades comportamentais, como “adaptabilidade” e “resiliência”, são fundamentais nessa jornada.

“Utilizar de meios que ajudam a avaliar esses aspectos comportamentais, desde o processo seletivo, já garantem meio caminho andado quando o profissional se torna parte da empresa.”

Ainda assim, Julio avalia que essa nova forma de avaliar pessoas gera uma mudança no comportamento da própria equipe de gestão de pessoas. Por essa razão, é preciso tomar cuidado ao desenhar o escopo de responsabilidades de cada funcionário, ao pensar no microgerenciamento das atividades e possíveis cobranças inoportunas.

“A gestão desses profissionais vai muito mais no sentido do contexto, de dividir com eles frequentemente o que precisam manter em vista, como é a amplitude do local que pode ‘sobrevoar’, estar atento a pontos cegos desses profissionais e dividir com eles tentativas e erros passados, para que possam aprender com isso.”

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