homens negociando

Foi em 2009, após a crise econômica mundial, que Gustavo Renaud ingressou no universo financeiro, em uma boutique de investimentos – multifamily office, em inglês, é uma empresa com estrutura semelhante à de um banco, mas sem agências ou talão de cheques, que oferece serviços personalizados de acordo com o perfil e objetivos do cliente. “O mercado não estava em seu melhor momento, mas foi um período de muito aprendizado”, lembra ele, que se graduou em Engenharia de Computação na PUC Campinas e fez pós-graduação em Marketing no Insper.

Antes disso, Gustavo tinha sido coordenador de inovação comercial na Natura e em seguida assumido a gerência de marketing na empresa. Porém, descobriu que não se sentia realizado na função e decidiu sair da companhia – o que não foi um processo fácil. “Sabia que seria preciso deixar para trás muito do que eu havia construído na minha carreira até então. Mesmo assim, percebi que era fundamental buscar algo que fizesse mais sentido para mim”, diz.

Gustavo Renaud [foto: Cecília Araújo]

Mudança de carreira
Com os aprendizados adquiridos durante um período em que trabalhou na boutique de investimentos, resolveu tentar ingressar nos grandes bancos de investimento. Porém, como o mercado ainda estava desaquecido, Gustavo não atingiu seu objetivo. Durante essas tentativas, aceitou uma oportunidade para trabalhar em um startup de energia renovável no grupo Suzano, um dos maiores produtores de papel e celulose do Brasil. Foi um período curto, mas em que aprendeu muito sobre as áreas de estratégia e comercial. Com as incertezas do projeto, no entanto, decidiu entrar na Cosan, uma das maiores corporações brasileiras nos setores de energia e infraestrutura.

Hoje, é gerente de fusões e aquisições no grupo, e seu trabalho é gerar negócios onde a Cosan tenha posição de liderança em ambos os setores. “Quanto maior a participação que negociamos nas companhias, maior a nossa influência na gestão. Na maioria dos casos, nosso o objetivo é de nos tornar controladores delas”, diz. Por isso, toda negociação é feita de forma estratégica e com discussões frequentes – sobre preço, estrutura, governança, responsabilidade pelos passivos etc. “Durante a negociação da aquisição do controle da Comgás (Companhia de gás de São Paulo), concluída em 2012, chegamos a ter reuniões que começavam às três da tarde e só terminavam às três da manhã”, exemplifica.

Rotina na Cosan
O dia de trabalho de Gustavo envolve desde pesquisas de mercado até modelagem de potenciais negócios – um momento mais introspectivo da rotina. “Esse estudo nos permite desenvolver caminhos para uma negociação interessante para ambos os lados”, diz. O próximo passo, então, é discutir o plano com a liderança da Cosan. “Uma vez aprovada a proposta, iniciamos a negociação, da qual toda a equipe participa de alguma forma. Aqui não se faz nada sozinho.”

Para Gustavo, as principais características para trabalhar na Cosan são: gostar do mundo dos negócios, ter capacidade analítica e saber trabalhar com pessoas, pois o conhecimento sobre os negócios partem das áreas operacionais das empresas do grupo. “É preciso saber olhar para uma empresa e pensar nas oportunidades de expansão, considerando fatores macroeconômicos e operacionais que podem influenciar no negócio. Além disso, ter a ética como prioridade em qualquer negociação é essencial”, conclui.

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

Os melhores conteúdos para impulsionar seu desenvolvimento pessoal e na carreira.

Junte-se a mais de 1 milhão de jovens!
Casdastro realizado, fique ligado para os conteúdos exclusivos!
Seu cadastro não foi realizado, tente novamente!

O que você achou desse post? Deixe um comentário ou marque seu amigo: