mulher executiva fazendo apresentacao

Com apenas 26 anos, Isadora Cohen é diretora e única mulher da equipe de desenvolvimento de projetos da Companhia São Paulo de Desenvolvimento e Mobilização de Ativos (SPDA) – uma sociedade de economia mista ligada à Secretaria Municipal de Finanças da capital paulista. Formada em Direito há apenas 3 anos, a trajetória de Isadora no setor público é marcada por uma atuação de destaque, que lhe rendeu ascensão rápida a cargos importantes. Fazer carreira nos quadros do governo, no entanto, nunca fez parte de seus planos.

Quando começou o curso na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Isadora não tinha certeza se queria mesmo ser advogada. Começou a estagiar na área de Direito Ambiental já no primeiro ano de faculdade. Como lidava bastante com aprovação e viabilização de grandes obras, acabou enveredando para a área de infraestrutura e fez uma iniciação científica sobre esse tema na Sociedade Brasileira de Direito Público (SBDP).

Um ano depois de formada, e já trabalhando como advogada em um dos maiores escritórios brasileiros – o Machado Meyer –, foi convidada para trabalhar no setor público, em um cargo de confiança ligado à diretoria geral da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). A razão da proposta? A então diretora da agência tinha entrado em contato com a monografia desenvolvida por Isadora, por indicação de um dos professores participantes da banca avaliadora da pesquisa – e adorado!

A pesquisa de Isadora questionava o postulado do Direito que diz haver supremacia do interesse público, propondo uma análise individual e concreta de conflitos e ponderação dos interesses contrapostos em face das particularidades de cada caso. Essa postura interessou a agência, que lidava com concessões e parcerias público-privadas (PPPs). “Eles acharam que eu poderia trazer novos ares, oxigenar o setor público”, conta.

Isadora Cohen [foto: Cecília Araújo]

Artesp Isadora aceitou a proposta e logo de início assumiu a coordenação de diversos projetos envolvendo grandes obras de infraestrutura. Era a mais jovem de sua equipe e, para compensar a pouca experiência, recorreu aos funcionários mais velhos. “Tive que bater na porta de profissionais que já tinham tido responsabilidades parecidas. E aprendi muita coisa com eles”, aponta.

Nesse começo, ela investiu a maior parte do seu tempo em reuniões com diferentes áreas, para entender melhor o funcionamento da agência e, ao mesmo tempo, engajar e integrar a equipe nos projetos. “É preciso saber os seus pontos fortes e reconhecer suas limitações. Para lidar com os desafios que eu tinha e superar minhas dificuldades, resolvi potencializar uma característica minha, que é ser colaborativa”, diz Isadora.

Ao conversar com tantas pessoas, percebeu que o que sabia até então não dava conta de todas as demandas do setor público. “Ao lidar com grandes obras, além de saber de leis, você precisa entender um pouco de economia, administração, gestão… Fora o lado técnico, que é próprio de cada situação”, explica. Para aprofundar seu conhecimento, fez uma especialização em infraestrutura na Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP).

SPDA Sua atuação na Artesp lhe rendeu um novo convite, dessa vez para assumir a diretoria da SPDA. A função da companhia é auxiliar a prefeitura paulistana na otimização do fluxo de receitas do município e na obtenção de recursos financeiros, além da realização de investimentos para viabilizar suas inciativas de maior prioridade – mesmo diante de um cenário em que a prefeitura lida com a administração e necessidade de pagamento da dívida com a União. Para se ter uma ideia, hoje São Paulo deve 57 bilhões de reais aos cofres federais, o que compromete grande parte do orçamento da cidade e impacta a realização de projetos de infraestrutura prioritários.

Isadora destaca que o cenário da administração pública municipal é completamente diferente da estadual. “Enquanto o estado ainda tem saúde financeira para realizar certas empreitadas, no município a situação é de alto endividamento. A minha missão é pensar fora da caixa, criar modos de trazer investimento que viabilize a realização dos projetos, mesmo em meio às restrições orçamentárias”, afirma.

Resiliência Para Isadora, quem ocupa cargos públicos precisa saber lidar com frustrações. Dos seis projetos em que trabalhou na Artesp, por exemplo, apenas um saiu do papel – a PPP Nova Tamoios, de ampliação da rodovia paulista. Outros, embora concluídos, acabaram sendo arquivados. “Isso poderia me desmotivar, mas prefiro focar nas conquistas (mesmo nas pequenas)”, diz.

O desempenho nos outros projetos também contribuiu para aumentar sua visibilidade, lhe rendendo um cargo de consultora na própria FGV e a atuação como mentora de trainees do programa de imersão na Gestão Pública do Vetor Brasil. “Tudo o que fiz até hoje faz parte da bagagem que carrego comigo, independentemente de ter sido efetivamente implementado ou não.”

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