Geoff Ralston, sócio da YCombinator

Por Adriano Lira

Empreendedores iniciantes estão sempre em busca dos fatores que os levarão ao sucesso. No entanto, para um dos grandes empreendedores de startups dos Estados Unidos, a diferença entre o sucesso e o fracasso de um negócio está na importância de seu produto ou serviço para seu público-alvo. “É preciso criar algo que as pessoas realmente queiram”, diz Geoff Ralston.

O americano de 57 anos é sócio da YCombinator, uma das startups mais relevantes do mundo. “A criatividade pode ser usada para superar um cenário adverso”, diz.

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Antes de trabalhar na YCombinator, Ralston teve uma extensa carreira no mundo corporativo e no empreendedorismo. O americano trabalhou na IBM de 1982 a 1992. Ao sair da empresa, ele decidiu empreender: abriu a Four11, empresa que criou o RocketMail, um dos primeiros serviços de e-mail da internet. Em 1997, seu negócio foi comprado pelo Yahoo!.

Por nove anos, Ralston ocupou cargos executivos na empresa de tecnologia. Até que, em 2006, decidiu sair do negócio e voltar a empreender. Criou a Lala Media, uma startup pioneira no oferecimento de streaming de música. Em 2009, mais uma vez, Ralston consegue vender um negócio para uma grande empresa: no caso a Apple, que incorporou a Lala a seu portfólio.

Em 2011, uma mudança de ares. Ralston cria a Imagine K12, uma aceleradora de negócios do mercado de educação. Logo depois, é convidado para se tornar sócio da YCombinator.

Ralston vem ao Brasil para participar do Case, evento de empreendedorismo que ocorre entre os dias 26 e 27 de outubro, em São Paulo.

Em entrevista exclusiva, Ralston fala sobre o início da trajetória como empreendedor, dá dicas para empreendedores buscarem aceleradoras e fala sobre novidades tecnológicas que podem ser oportunidades de negócio para empreendedores. Confira:

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O que te levou a se tornar um empreendedor?

Eu comecei a sonhar em empreender desde o momento em que conheci o Vale do Silício, no começo da década de 1980. No entanto, demorei algum tempo para tomar coragem de ir atrás dos meus sonhos – só fiz isso com o surgimento da internet, anos depois. Depois que dei o primeiro passo, tornou-se natural a busca por sempre criar coisas novas, controlar meu próprio destino e mudar o mundo.

Você também trabalhou como executivo no Yahoo!. Quais são as principais diferenças entre trabalhar em um grande negócio e em uma startup?

No Yahoo!, tive a oportunidade de trabalhar em uma estrutura bastante grande, o que é interessante. Por outro lado, as restrições são grandes e a sua capacidade de mudar alguma coisa é bem menor. Para mim, é menos excitante – é “corporativo” demais. Pessoalmente, eu prefiro trabalhar em negócios menores. Numa startup, eu sempre sinto que estou 100% comprometido com o sucesso do projeto.

E quais foram as razões que te levaram a entrar na YCombinator?

Paul Graham, o fundador da aceleradora, me ajudou na criação da Imagine K12. Graham queria que eu também fosse sócio da YCombinator simultaneamente. Aliás, ele tinha certeza que eu poderia cuidar dos negócios – eu confesso que não tinha essa certeza, mas no fim tudo funcionou.

Aceitei o desafio, porque percebi que, na YCombinator, poderia aperfeiçoar meu trabalho com startups e diferenciar projetos bons de projetos incríveis.

Leia também: Um raio-x das startups brasileiras: como estão distribuídas e em que áreas atuam

O que leva uma startup a conquistar o sucesso?

Para mim, a coisa mais importante é criar algo que as pessoas realmente queiram.

No Brasil, temos muitas aceleradoras surgindo. Como escolher a melhor opção?

São dois os critérios principais. Primeiro, é importante que os fundadores da aceleradora tenham trabalhado com empreendedores e negócios de sucesso. Além disso, é fundamental falar com pessoas que já tenham passado pelo programa de aceleração e saber mais sobre suas experiências.

Qual a sua opinião sobre o ecossistema brasileiro e que tipos de negócio têm mais chance de florescer por aqui?

O ecossistema brasileiro está nascendo, começando agora, mas evoluindo de forma bem rápida. Eu acredito que as empresas de países desenvolvidos têm oportunidades diferentes das dos países em desenvolvimento. Isso acontece, por exemplo, porque países como o Brasil têm que lidar com uma série de problemas que não existem nas nações mais ricas. A criatividade pode superar esse cenário adverso. Por isso, fintechs e startups do mercado da saúde estão fazendo sucesso.

Quando uma startup deve crescer com recursos próprios e quando ela deve buscar um investimento?

Esta é uma resposta complicada. O melhor caminho depende de cada empresa. Mas normalmente, se você puder receber um aporte por sua startup, aceite. Você pode optar por não receber nenhum aporte por um bom tempo, mas isso só faz sentido se você estiver crescendo muito rápido e ganhando muito dinheiro. Do contrário, receber um investimento vai ajudar bastante.

Tecnologias como veículos autônomos, internet das coisas e realidade virtual serão grandes no futuro?

Para mim, sem dúvida. Entretanto, é difícil prever quando essas tecnologias vão se popularizar. Eu evito pensar em tendências, para ser sincero, e gasto mais tempo buscando pessoas brilhantes que estão criando produtos incríveis.

Artigo originalmente publicado pela Época Negócios

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