JEWC: líder em número de empresas juniores, Brasil sedia encontro mundial em Florianópolis

Entre 20 e 24 de julho, cerca de três mil de empresários universitários de 17 países estarão em Florianópolis para o JEWC 2016. Trata-se da nova edição do Encontro Mundial de Empresas Juniores, que acontece a cada dois anos e alterna-se entre Europa e Brasil.

“O JEWC conecta uma geração de jovens que pode de fato alavancar novos negócios e instituições já existentes”, explica Pedro Rio, presidente da Brasil Júnior, a confederação nacional de empresas juniores. A escolha da cidade, um pólo empreendedor importante no país, foi feita pelo conselho da entidade.

Em seguida, a equipe, que tem em média 22 anos, se encarregou de organizar o evento em si. Das lições de liderança consciente da monja Coen Sensei aos desafios da gestão pública segundo Joice Toyota, passando por jogos cooperativo com Edgard Gouveia, noções de protagonismo com a equipe da Fundação Estudar, divulgação dos vencedores do Desafio Ambev e vários workshops, a programação é dinâmica.

“O objetivo é conectar as pessoas com a temática de liderança numa era de colaboração, para que a juventude saiba que os desafios só serão superados se estiver conectada e que exigirão um novo tipo de líder, que trabalhe num universo compartilhado”, diz Pedro. “Além de trazer ferramentas úteis para o dia a dia, o JEWC conecta jovens de todos os estados brasileiros e de diferentes países. Quando jogamos todo mundo numa sala, eles compartilham e se tornam melhores.”

Líder mundial Não é por acaso que os anfitriões são brasileiros. Entre 2014 e 2015, segundo dados da Brasil Júnior, as empresas juniores brasileiras deram dois saltos: o número de negócios cresceu de 222 para 320 e o faturamento, de R$ 5,7 milhões para cerca de R$ 10 milhões.

A pesquisa ouviu mais de 3 mil empresários universitários brasileiros e constatou que eles se tornaram líderes mundiais no setor, ultrapassando a Europa em quantidade de empresas. 

Aqui, nas 287 universidades em que estão presentes (mais de 90% delas públicas), as empresas se concentram principalmente nos cursos de engenharia (40%), ciências sociais (18%) e ciências humanas (14%). Para a Brasil Júnior, trata-se de um jeito de aprender na prática o que as universidades só ensinam na teoria e de crescer, profissional e pessoalmente.

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Pedro explica que o salto se deu tanto em virtude da extensão continental do país quanto do número de universidades presentes. É também relacionado à cultura empreendedora do brasileiro, que abraçou a ideia desde sua chegada em 1988. (O conceito em si surgiu nos anos 1960, na França.)

“De lá para cá, aprendemos muito sobre a utilidade desse modelo, que influencia muito positivamente a educação e o empreendedorismo”, diz Pedro, citando a conexão direta com o mercado e a capacidade de aprimorar produtividade.

Vale lembrar que as empresas júniores são totalmente compostas e geridas por estudantes de graduação, o que costuma significar uma experiência intensa em termos de liderança, gestão e aprendizado profissional.

Diego Gomes, sócio da empresa de marketing de conteúdo RockContent, destaca este aspecto em sua passagem pela CRIA, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Meu primeiro contato com clientes reais foi através da empresa júnior: gente de verdade com problemas de verdade”, lembra. “Acredito muito que essa vivência desperta a vontade de montar um negócio em todo aluno universitário.”

Além de servir como uma prévia do mercado de trabalho, tais negócios costumam ser bem vistos por recrutadores e empregadores. Segundo a Brasil Júnior, algumas empresas de peso, como Ambev e Itaú, chegam a fazer processos de seleção exclusivos para estes universitários, que somam 11 mil pelo país.

E o setor, que ganhou marco regulatório federal em abril de 2016, já se prepara para um novo pulo. A confederação assumiu o compromisso de elevar o número total de empresas júniores para 600 – nos próximos três anos. “Queremos ter também as melhores do mundo”, avisa Pedro. 

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