Guilherme Junqueira, CEO da Gama Academy

“Na tentativa e erro você vai fazendo seu mestrado, doutorado e seu MBA em empreendedorismo – e nunca você estará pronto, porque sempre será um desafio diferente”. Por isso, para Guilherme Junqueira, fundador da Gama Academy e atualmente em seu quarto CNPJ diferente, o maior segredo para uma vida de empreendedor de sucesso aprender com o erro para que ele não seja cometido de novo.

Formado em Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, empreendeu pela primeira vez em 2010, lançando seu próprio site. Não deu certo. “Quebrar minha empresa valeu muito mais do que fazer um MBA e foi muito mais barato”, ri ele.

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Os maiores aprendizados

O maior desafio ao quebrar uma empresa, segundo ele, é o desapego de assumir que não deu certo e seguir em frente. “No Brasil a gente tem uma cultura muito fraca de fracasso – o fracasso ainda é visto como inaceitável.” Para ele, em outros países de cultura mais empreendedora têm mais tolerância ao erro, e os investidores justamente procuram por empreendedores que já tentaram e com isso acumularam experiências.

As dicas que ele dá para lidar com este momento difícil, e também para recomeçar em um novo empreendimento, são pedir muita ajuda, se cercar de boas pessoas “porque pelo menos assim você vai ter um colchão se você cair”.

Depois dessa experiência, Guilherme foi trabalhar na área de relações públicas de uma organização, onde teve contato direto com programadores e se aprofundou no tema. Quando empreendeu novamente, já mais ambientado ao mercado, mudou-se para São Paulo e fundou com sócios a Jera, uma bem-sucedida empresa de design e desenvolvimento de aplicativos mobile.

Em seguida, sempre trabalhando na área de negócios e marketing, cocriou da Associação Brasileira de Startups, hoje com cerca de quatro mil empresas participantes, e o CASE, considerado o maior evento para startups da América Latina.

Dentro dessa construção, Guilherme notou que havia uma demanda muito grande por parte de startups para contratar as pessoas capacitadas e habituadas à mentalidade do setor – mais horizontal, flexível e autônoma que em empresas tradicionais.

Após fazer um benchmark do que existia dentro e fora do país nesse campo, a Gama Academy, que preza pelo baixo custo para o aluno, foi tomando forma.

No final do dia as pessoas são julgadas pelos resultados que elas geram, e não pelo diploma. O diploma é só para entrar.

A Gama surgiu para suprir justamente uma necessidade de formação que não era contemplada pela educação formal. “A formação universitária não está acompanhando as demandas do mercado”, argumenta.

Para ele, isso se deve a um conjunto de fatores: primeiro, o jovem tem que decidir sua carreira muito cedo e, muitas vezes, baseia sua decisão em expectativas externas à sua vontade.

A segunda é a limitação de opções – as habilidades exigidas pelo mercado, especialmente no ramo de serviços, indústria criativa e tecnologia –  não estão “no cardápio de opções da universidade”. Por fim, mesmo quem supera essas duas limitações e acaba concluindo a graduação em alguma área do seu interesse acaba necessitando de uma formação extra na prática. Por isso, as melhores pessoas que chegam ao mercado são aquelas que desde o início da faculdade já começaram a se preparar, mesmo que de forma paralela à universidade.

“A mudança deve vir dos lados – ou seja, os RHs precisam perceber que o diploma significa pouco perto da experiência e os alunos devem entender que quem faz sua carreira é ele mesmo. Porque no final do dia as pessoas são julgadas pelos resultados que elas geram, e não pelo diploma. O diploma é só para entrar”, afirma.

Como é a vida de empreendedor – em outros aspectos

Guilherme chegou à entrevista para o Na Prática com uma mochila para bebê que tinha ganhado de presente. O empreendedor, que trabalha em média 16 horas por dia, tem um filho com dois meses de idade e ainda se vê fazendo malabarismos para conciliar tudo o que tem que fazer (e todas as pessoas que são importantes para ele) dentro da sua rotina apertada.

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Ele afirma que há uma mística muito grande em torno da carreira de um empreendedor – o mito de fazer o que se quer, de flexibilidade, de liderança. “Mas aí quando você vai pra prática toda a ilusão do ‘não vou ter chefe’ e ‘faço meu próprio horário’ desaparece”.

A sua forma de lidar com estas demandas passam por acordos que ele faz consigo mesmo – de priorizar, saber dizer não e ter muita disciplina para “parar de dar desculpas que você não tem tempo”.

 

 

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