O “Mito”: carreira em tecnologia da informação em uma startup mineira

Por trás dos códigos complexos de programação envolvidos nas soluções em vídeos oferecidas pela SambaTech, empresa mineira de internet, está uma equipe de Tecnologia de Informação (TI) qualificada e diversa. Um dos membros desse time chama a atenção por sua simplicidade e competência: Felipe Maia, de 29 anos. Com uma trajetória marcada pela determinação, conquistou seu espaço no mercado — tanto que tem rejeitado propostas de trabalho sonhadas por muitos — e, hoje, se encontrou profissionalmente na startup que respira inovação.  

Felipe começou a trabalhar na área de Tecnologia de Informação aos 16 anos, como técnico de informática. “Fiz um curso básico no Senac sobre montagem e manutenção de computadores. O resto eu aprendi na prática, só com a curiosidade”, explica. Simultaneamente, estudou o ensino médio em uma escola pública e conseguiu entrar na faculdade por meio de uma bolsa integral do Prouni, no curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

Aos 19 anos já era administrador de sistemas do Hospital das Clínicas, um dos maiores de Belo Horizonte.  Mas seu caminho profissional ainda não estava no rumo almejado. “Eu estudava desenvolvimento na faculdade e trabalhava com infraestrutura de informática. Aprendi muito com infraestrutura e carrego até hoje boas experiências dessa época, mas sentia a necessidade de trabalhar com desenvolvimento, algo que me fascinava”, explica.

Mudança de direção definida, passou por duas empresas no setor de desenvolvimento até chegar a SambaTech em 2012. E ele soube esperar pela sua oportunidade na empresa. “Já tinha enviado um currículo três anos antes. Vi que tinha uma empresa com a cultura bem interessante e mandei o currículo, mas não fui chamado”, conta.

E a espera valeu a pena. Hoje, Felipe se sente realizado e identificado com a empresa, que está entre as 40 melhores do país para se trabalhar na categoria Tecnologia da Informação segundo o prêmio GPTW – Great Place to Work (Melhores Empresas para Trabalhar) em 2015. “A Samba é uma empresa completamente diferente das outras que trabalhei. Escolhi trabalhar aqui por dois motivos: sou movido a desafios e pela cultura da empresa. A valorização pessoal é enorme aqui, a empresa te dá toda a estrutura possível para você desempenhar seu melhor. As pessoas não medem esforços nesse sentido aqui. Lá fora, às vezes, é muito burocrático até para conseguir uma caneta”, exemplifica.

Leia também: Por que trabalhar em uma startup antes de começar a sua?

A identificação é tão grande que recentemente ele recusou uma proposta para trabalhar em um dos maiores portais de comunicação do país “Sondagens acontecem, até pelas empresas que acham meu perfil no LinkedIn. Mas, posso dizer que trabalhando na Samba tenho grandes desafios na área de tecnologia, além de ser uma empresa que fomenta a inovação ”. Pelo visto, os duelos no videogame contra o CEO da empresa, Gustavo Caetano, irão prosseguir. “Ele (Gustavo) perde a maioria no FIFA, mas são bons jogos”, brinca.  

Simplicidade Por sua capacidade, Felipe Maia é conhecido internamente na Samba como “Mito” (apelido revelado pelos colegas). Calmo, se veste de maneira simples e costuma falar baixo. Mas quando está à frente de um computador se transforma em um gigante, comandando projetos de destaque na Samba (como o Moony, uma espécie de Netflix da Samsung).

“Para falar a verdade é difícil resumir o que fazemos, tamanha a amplitude de tarefas.  O melhor resumo da minha responsabilidade talvez seja: potencializar a produtividade dos times e o padrão de qualidade dos produtos desenvolvidos pela área de tecnologia da empresa. Considero a tecnologia uma extensão do corpo humano, deve ser usada para facilitar nossas vidas. Tenho paixão pelo que faço, nenhum dia é igual ao outro. Isso é bem característico de uma rotina de startup. Conseguimos aprender muita coisa diferente a cada dia”, ressalta.

Nas horas de lazer (ele afirma que tem tentado diminuir a frequência de noites viradas trabalhando), curte sair com sua filha de 10 anos e procura ficar longe das máquinas. “Não sou um cara que gosta de ficar no computador nas horas vagas. Gosto de passear com minha filha, ir relaxar em uma cachoeira. Desligo totalmente e quando volto para o trabalho chego com a bateria recarregada. Acho que fujo do estereótipo de TI. Pensam que TI é para nerds que gostam de filme de super-herói. Eu sigo minha vida de uma maneira bem simples”, afirma.  

Um dos hobbies é escutar música. Curte rap, soul e funk dos anos 80. “Sou tão curioso que quando gosto de uma música eu investigo de onde veio aquele beat (batida), procuro saber a história daquele ritmo”, conta o desenvolvedor.

Quando perguntado sobre o futuro, evita projetos a longo prazo. Mas, deixa algo bem claro: quer sempre se sentir desafiado. “O ser humano está sempre evoluindo. Independentemente de onde eu chegar, sempre terei que dar um passo a mais. Sou um cara inquieto. Ouvi uma frase que mexe comigo: a comodidade é arqui-inimiga da evolução”, conclui.

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