Egberto Santana
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 15:54h.
Participar de uma empresa júnior é uma das experiências mais enriquecedoras que um universitário pode ter. Além de proporcionar vivência prática e contato com o mercado, muitas vezes essa atuação pode ser validada como estágio — tanto no currículo profissional quanto na faculdade, dentro das exigências acadêmicas.
Neste guia completo, você vai entender o que é uma empresa júnior, quais são os critérios para a validação, como registrar essa experiência no seu histórico acadêmico e como apresentá-la de forma estratégica no currículo.
Uma empresa júnior (EJ) é uma associação sem fins lucrativos formada e gerida por estudantes universitários. Seu principal objetivo é proporcionar experiências reais de mercado, por meio da prestação de serviços ou consultorias para empresas e organizações externas.
Cada empresa júnior está vinculada a uma instituição de ensino e atua dentro de um curso específico — por exemplo, uma Empresa Júnior de Engenharia, Administração ou Comunicação.
Leia também: Como a atuação em empresas juniores destaca jovens no mercado de trabalho?
Hoje, segundo dados da Brasil Júnior, entidade que representa o Movimento Empresa Júnior no país, existem 1.612 empreses juniores com 32 mil colaboradores, distribuídas em mais de 361 uma universidades. A primeira empresa do tipo foi fundada no Brasil há 36 anos. Desde então, o movimento só cresceu.
A estrutura de uma empresa júnior é semelhante à de uma empresa convencional. Costuma incluir:
Área | Responsabilidades principais |
---|---|
Presidência e diretoria | Gestão estratégica, representação institucional |
Projetos | Execução de consultorias e entregas para clientes |
Recursos Humanos | Recrutamento, cultura e capacitação dos membros |
Marketing | Comunicação interna e externa |
Financeiro | Controle orçamentário e sustentabilidade financeira |
Essa divisão de funções ajuda o estudante a vivenciar o cotidiano empresarial e desenvolver competências de liderança, comunicação, planejamento e trabalho em equipe.
Nem toda participação em empresa júnior é automaticamente considerada um estágio. A validação acadêmica depende das regras da sua instituição de ensino e do cumprimento de requisitos formais.
Em geral, as faculdades exigem que o trabalho na EJ:
Esteja relacionado à área de formação do curso.
Seja acompanhado por um supervisor acadêmico ou professor orientador.
Tenha plano de atividades alinhado aos objetivos de aprendizado.
Possua documentação comprobatória, como declarações ou relatórios de desempenho.
Siga a legislação educacional vigente sobre estágios (Lei nº 11.788/2008).
Antes de iniciar o processo de validação, procure o coordenador de estágio do seu curso para confirmar os critérios da sua universidade.
Para formalizar a experiência, geralmente são solicitados os seguintes documentos:
Declaração da empresa júnior com carga horária e período de atuação.
Plano de atividades e descrição das funções desempenhadas.
Relatório final de estágio, elaborado pelo aluno.
Assinatura da coordenação acadêmica ou do professor orientador.
Esses documentos servem para comprovar o vínculo e as competências adquiridas, permitindo a inserção da atividade no histórico escolar ou no currículo Lattes.
Saiba mais: Qual a carga horária máxima permitida para estágio?
A vivência em uma empresa júnior deve ser tratada como experiência profissional — afinal, envolve responsabilidades, resultados e aprendizado prático.
Veja um modelo de como incluir no currículo:
Empresa Júnior de Administração – Universidade XYZ
Consultor de Projetos | 2023 – 2024
Atuação em projetos de consultoria empresarial para PMEs. Responsável por análise de mercado, planejamento financeiro e atendimento ao cliente. Desenvolvimento de habilidades em liderança, comunicação e gestão de equipes.
Use verbos de ação (“liderei”, “implementei”, “desenvolvi”) e destaque resultados concretos, como número de projetos entregues ou melhorias alcançadas.
Durante processos seletivos, saiba traduzir sua vivência em uma empresa júnior para competências valorizadas pelo mercado, como:
Gestão de tempo e prazos
Tomada de decisão sob pressão
Trabalho colaborativo
Comunicação com clientes e stakeholders
Fazer parte de uma empresa júnior vai muito além de validar horas de estágio. Essa experiência ajuda a construir um perfil profissional competitivo e abrir portas no mercado de trabalho.
Entre os principais benefícios estão:
Desenvolvimento de habilidades interpessoais (soft skills) e técnicas.
Networking com empresas, mentores e ex-membros.
Proximidade com desafios reais de mercado.
Reconhecimento em processos seletivos de trainee e estágio.
Ainda segundo o movimento Brasil Júnior, egressos de empresas juniores têm maior taxa de empregabilidade e costumam ocupar cargos de liderança mais rapidamente.
A Lei nº 11.788/2008 é conhecida como a Lei do Estágio no Brasil. Ela define que a experiência deve ter acompanhamento institucional e comprovação de atividades compatíveis com o curso.
Além disso, universidades podem criar regulamentos próprios que ampliam a validação, especialmente quando o aluno demonstra aprendizado e relevância prática.
Participar de uma empresa júnior é uma das formas mais eficazes de juntar teoria e prática durante a graduação.
Com o cumprimento das exigências legais e acadêmicas, a experiência pode valer como estágio e ainda turbinar o seu currículo, mostrando que você teve iniciativa, protagonismo e experiência real de mercado.
Antes de tudo, converse com sua coordenação, organize os documentos e aproveite para destacar essa trajetória como um diferencial em sua carreira.
Assim como a atuação em empresa júnior, a participação em projetos de pesquisa e extensão universitária também pode ser validada como estágio, dependendo das regras de cada instituição de ensino.
Essas atividades fazem parte da chamada formação prática supervisionada, prevista pelas diretrizes curriculares do Ministério da Educação (MEC), que estimulam o aluno a vivenciar situações reais de aplicação do conhecimento.
Normalmente, a faculdade permite a validação quando o projeto:
Está relacionado ao curso e à área profissional do estudante.
Possui orientação de um professor responsável.
Apresenta plano de atividades e objetivos de aprendizagem claros.
Conta com registro institucional (como editais, relatórios ou certificados).
Por exemplo: um aluno de Engenharia pode validar a atuação em um projeto de eficiência energética desenvolvido em parceria com a universidade; já um estudante de Administração pode contabilizar as horas de um projeto de consultoria social realizado como extensão comunitária.
Embora semelhantes no caráter prático, há diferenças importantes:
Aspecto | Empresa Júnior | Pesquisa / Extensão |
---|---|---|
Natureza | Experiência empresarial e de gestão | Atividade acadêmica e científica |
Finalidade | Aplicar conhecimentos em projetos reais | Produzir conhecimento e impacto social |
Supervisão | Geralmente feita por professores e ex-membros | Feita por docentes vinculados a grupos de pesquisa |
Validação | Segue regras da coordenação de estágio | Segue normas dos departamentos acadêmicos |
Se você participa de uma EJ e também atua em projetos de extensão, pode combinar as duas experiências para fortalecer ainda mais seu portfólio — especialmente se houver relatórios e comprovações oficiais.
Agora que você já sabe como colocar suas experiências no currículo, é hora de se preparar para a entrevista!
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