Após um ano de pandemia de Covid-19, o mundo segue tentando delinear o que deverá ser o “novo normal”. No universo corporativo, passado o momento da surpresa, muitas empresas não apenas têm se adaptado, como também revendo suas prioridades. Aliás, para além de retomada e expansão dos negócios, assuntos como formatos de trabalho (home office, presencial ou híbrido) e saúde mental dos colaboradores têm encabeçado entre as principais demandas dos gestores.

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Segundo a pesquisa Tendências de Gestão de Pessoas em 2021 da Great Place to Work (GPTW), flexibilizar a estrutura de trabalho foi o maior desafio enfrentado durante a pandemia em 2020 – representando 58% das respostas. Em seguida outros três desafios impostos pela pandemia foram: fazer uma comunicação interna eficiente (55%), criar uma mentalidade digital entre as lideranças (35%) e propor benefícios voltados à saúde mental (35%).

O estudo aponta que tais dificuldades sentidas justamente porque, via de regra, foi preciso repensar um modelo de trabalho que há anos era o padrão. Ao todo, 1.724 trabalhadores, sendo 358 representantes da alta liderança (C-level e diretoria), responderam a pesquisa. Dentre esse último grupo, muitos teriam revelado um sentido de desconexão.

“Um dos comentários deixados [por respondentes em cargo de alta liderança] por exemplo, explica que ‘o distanciamento impactou profundamente a qualidade dos relacionamentos, pois fundamentávamos a qualidade da interação na proximidade física com as pessoas’”.

O novo normal na gestão de pessoas

As pautas levantadas durante o último ano deverão ser aprofundadas também em 2021. Dentre os principais temas de gestão de pessoas, o top 5 da pesquisa é composto da seguinte maneira:

  1. Comunicação interna (54%)
  2. Mudança de mindset de liderança (53%)
  3. Flexibilização de trabalho (48%)
  4. Transformação digital (42%)
  5. Saúde mental (38%)

A necessidade de uma melhor comunicação interna embasa os relatos de maior dificuldade de transmitir uma mensagem à distância e de se conectar com as pessoas virtualmente. Um comentário revela que tal dificuldade não foi apenas da empresa para com os colaboradores ou da liderança para com seu time: houve impacto na própria liderança. “A pandemia expôs a divisão e a falta de diálogo entre os líderes”, relata um respondente.

Em tempos de flexibilização de trabalho

Especificamente sobre a flexibilização da estrutura de trabalho, ainda no ano passado a GTPW lançou em sua conta do LinkedIn algumas enquetes. De acordo com a consultoria, em uma pesquisa com 1.085 respondentes, 51% afirmaram que não havia previsão de retomada do trabalho presencial.

Por outro lado, em outra enquete, com 1.545 participantes, 64% apontaram preferir trabalhar no modelo híbrido – em que há revezamento de rotina entre o escritório e a modalidade remota. Regimes completamente home office e presencial representaram 32% e 4% das respostas, respectivamente.

A urgência do cuidado com a saúde mental

Embora a preocupação com a saúde mental de colaboradores já tenha sido apontada no relatório anterior da consultoria, o tema ganhou peso em 2020. Não é à toa. A pandemia e a necessidade da adoção do isolamento social, tem impactado de diferentes formas o bem-estar psicológico das pessoas – e o âmbito profissional não ficou de fora.

Considerando esse novo cenário, o GPTW também fez perguntas específicas sobre o assunto. Quando questionados se a saúde mental dos colaboradores é um ponto relevante para a gestão de pessoas na empresa, 71% responderam que sim. Inclusive, eles ainda apontaram que não apenas programas específicos são fundamentais para lidar com a questão, mas também o envolvimento da liderança na temática.

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Além disso, outro ponto que chama a atenção é o fato de que o assunto e a necessidade de ações por parte da empresa se deram justamente por conta dos efeitos da pandemia. A situação vai de encontro com outros levantamentos feitos sobre o assunto.

Em um estudo feito pela Vittude, empresa de psicologia online e saúde emocional corporativa, em parceria com a Opinion Box, quase a metade dos trabalhadores ouvidos relataram ter deixado de realizar atividades que lhe davam prazer, como as físicas ou de lazer. Para 33%, houve sobrecarga com o acúmulo de funções e 24% tiveram dificuldade de tocar a rotina da casa.

Além disso, para 41% dos entrevistados, os últimos meses foram permeados por um “medo intenso de que alguém próximo ficasse doente ou morresse”. Por fim, dos participantes, 33% apresentaram insônia e a mesma quantidade de pessoas sofreu crises de ansiedade após o início da pandemia.

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