pessoas sorrindo para uma planilha

Ao se graduar, o desejo de muitos jovens profissionais é de trabalhar com algo que realmente “faça a diferença” no mundo, certo? Foi pensando nisso que José Frederico Lyra Netto, 30, criou com dois sócios, Joice Toyota e Rafael Martines (além de Tiago Mitraud, da Fundação Estudar), o Vetor, um projeto que pretende unir este interesse profissional à gestão pública em municípios brasileiros.

A ideia surgiu quando José, que hoje faz mestrado em políticas públicas em Harvard, Estados Unidos, ainda cursava a faculdade de engenharia mecatrônica na Unicamp. Com Joice e Rafael, pesquisou possibilidades de participar da gestão pública do País. “Nós nos perguntamos: como, enquanto jovens, conseguimos agir para provocar mudanças no Brasil auxiliando no curto prazo?”, conta José Frederico.

Em uma primeira experiência, o grupo selecionou alguns pequenos municípios e ofereceu projetos que levassem orientações técnicas interessantes para aquelas cidades. Esta vivência os fez perceber que desenhar um plano não garante que ele vá ser implementado com sucesso. “Então em vez de focar em planejar e oferecer projetos autônomos, buscamos jovens profissionais para efetivar projetos que as prefeituras já tivessem interesse.”

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Jovens e prefeituras
Diante deste novo direcionamento, a busca passou a ser por prefeituras que precisam de ajuda e têm líderes que querem efetivar mudanças, o que quer dizer lugares em que os jovens selecionados pelo Vetor encontrarão espaço para trabalhar. O contato foi feito por meio de entidades parceiras, que já conheciam algumas lideranças.

Já a busca pelos jovens profissionais se deu em parceria com a Fundação Estudar e algumas universidades brasileiras. A ideia é dar oportunidade de trabalho para jovens que querem ter uma experiência de gerar impacto no setor público, mesmo que eles não queiram continuar na área depois. “Por um lado abrimos caminho aos jovens e por outro oferecemos a estas cidades profissionais capacitados”, diz.

Como funciona
Para esta edição piloto do Vetor, as seleções começaram no segundo semestre de 2014 e o objetivo é que o trabalho seja iniciado em janeiro de 2015. A escolha de prefeituras e jovens aconteceu paralelamente e deve permanecer desta maneira e na mesma época nos próximos anos.

Foram mais de 1 700 jovens profissionais inscritos, o que, para José, demonstra uma demanda alta por este tipo de trabalho. “Sabíamos que há jovens que querem ter uma experiência com o setor público e ir além do discurso de ‘fazer a diferença’, só faltava um ‘como’ colocar a mão na massa”. Ele acredita que um dos resultados do programa será, também, um fortalecimento da gestão local. O trabalho nas cidades escolhidas (entre três e cinco para 2015) deve durar um ano e as equipes enviadas serão de até três pessoas.

Antes de partirem para o projeto, os jovens profissionais selecionados receberão um treinamento com conteúdo analítico (como lidar com dados), de gestão pública geral, conteúdo específico de gestão para a cidade em questão e de ética.

Além do treinamento, o Vetor oferecerá suporte em três frentes: contato com mentor que dará apoio à distância para a equipe; consultoria com especialistas de temas específicos (para projetos desafiadores de educação, por exemplo, um profissional da área); coaching de carreira no segundo semestre de projeto para pensar nos próximos passos.

“Esse mesmo suporte será oferecido para as outras pessoas locais envolvidas no projeto, o que ajuda a qualificar a mão de obra local”, diz José Frederico. Ao final do período de um ano, há a possibilidade de levar novas pessoas para dar continuidade aos projetos nas mesmas cidades.

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Perfil do candidato
Não há exigência por um curso específico para os jovens que se interessem pelo Vetor. A seleção envolve teste lógico, prova de inglês, entrevistas (com equipe do Vetor e da Fundação Estudar) e, por último, entrevistas com as prefeituras. “Na verdade não tem muito segredo, buscamos quem queira gerar mudança”, explica José. A capacidade de resiliência e a vontade de fazer a transformação acontecer é que são as grandes qualidades aqui.

Para quem tem grande preocupação com a carreira, participar do programa pode ser interessante para se manter no setor público, mas é também vantajoso pela experiência. E há um auxilio de recolocação no mercado, se for caso, pela Fundação Estudar.

“Queremos que esse projeto gere impacto de curto prazo, mas principalmente a longo prazo, criando uma rede de transformadores com uma experiência rica e profunda”, finaliza José Frederico.

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