Ana Moraes
Publicado em 21 de agosto de 2025 às 18:07h.
Nunca foi tão desafiador estar no comando. Em meio a mudanças aceleradas, crises globais e inovações tecnológicas que viram mercados do avesso, o perfil de liderança do século 21 passa por uma transformação sem precedentes.
Um relatório de 2025 da consultora McKinsey e do Fórum Econômico Mundial mostrou que 84% dos executivos se sentem despreparados para enfrentar a incerteza atual.
Liderar hoje é mais desafiador do que nunca, além de e exigir habilidades que vão muito além do comando e controle tradicional. É nesse contexto que a McKinsey aponta as competências essenciais para os líderes do futuro.
Há dez anos, um CEO lidava com quatro ou cinco questões críticas simultaneamente. Hoje, esse número dobrou.
A lista inclui desde a aceleração da inteligência artificial generativa até a transição energética e uma força de trabalho global que demanda mais autonomia, propósito e flexibilidade.
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Nesse contexto, as empresas mais bem-sucedidas tratam o desenvolvimento de líderes como competência central, criando o que a McKinsey chama de “fábricas de liderança”, ambientes onde talentos são identificados, treinados e inspirados para assumir posições estratégicas.
A pesquisa da McKinsey aponta seis atributos essenciais para quem quer se destacar:
Energia positiva e inspiração
Líderes que cuidam do equilíbrio físico, mental e emocional têm mais capacidade de motivar suas equipes e enfrentar pressões.
Liderança servidora
O foco está no sucesso do time e no impacto positivo da organização, não na autopromoção.
Aprendizado contínuo e humildade
Curiosidade constante e disposição para aprender com erros.
Garra e resiliência
Capacidade de manter a calma, tomar decisões difíceis e seguir em frente mesmo nas crises.
Senso de humor
Trazer leveza às interações fortalece vínculos, estimula a criatividade e reduz tensões.
Visão de longo prazo
Agir como guardião da cultura e sustentabilidade da organização para as próximas gerações.
A liderança do século 21 exige mais que estratégia: requer visão, colaboração e autenticidade. Entre as melhores práticas já adotadas por empresas de ponta, a McKinsey destaca:
Engajar stakeholders de forma consistente — criando espaços de diálogo e debate real antes de decisões críticas.
Engajar a equipe constantemente — garantindo alinhamento genuíno com a missão da empresa.
Operar com velocidade — simplificando estruturas e eliminando burocracias desnecessárias.
Cultivar confiança — baseando relações em credibilidade, confiabilidade e abertura.
O conceito, criado pela consultoria McKinsey nos anos 1980, segue atual: líderes formam líderes. Mais do que cursos formais, a aprendizagem acontece no dia a dia, com feedback, mentoria e desafios práticos.
Segundo o estudo da consultoria, se preparar para liderar hoje significa começar cedo, enfrentar desafios reais e buscar autoconhecimento. CEOs e executivos sêniores têm papel ativo nesse processo, atuando como mentores, protetores de talentos inovadores e guardiões da cultura.
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Se você está prestes a assumir um cargo de liderança, a mensagem é clara: o que é preciso para ser um líder vai muito além de expertise técnica.
O que é valorizado em um líder, hoje, é a capacidade de inspirar, aprender continuamente e construir confiança, mesmo em cenários de incerteza.
Como resume o relatório da McKinsey, o único cenário previsível para os próximos anos é a imprevisibilidade. E, nesse jogo, vence quem souber criar novas regras junto com sua equipe.