Egberto Santana
Publicado em 5 de novembro de 2025 às 18:29h.
Fazer um intercâmbio acadêmico supera o simples fato de estudar em outro país. Para além das fronteiras, a experiência se desdobra em autodescoberta, aprendizado e crescimento pessoal. Enriquecer o currículo é um objetivo, claro, mas essa vivência poderosa transforma a forma como você enxerga o mundo, a carreira e até a si mesmo.
Para entender melhor como tirar o máximo dessa oportunidade, conversamos com pessoas que viveram essa jornada e compartilharam suas histórias e aprendizados: Anne Julieti da Silva, 21, estudante de Economia no Insper, atualmente na IE Business School, em Madri, e Duda Vanzella, que fez intercâmbio na Universidade Católica Portuguesa, no Porto, enquanto cursava Psicologia da Pontíficia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Para Anne Julieti, estudar fora sempre foi um sonho cuidadosamente planejado. “Desde o início da graduação, eu tinha o objetivo de fazer um intercâmbio. Enxergava essa experiência como uma forma de expandir horizontes, aprender com outras culturas e desenvolver uma visão global sobre economia e sobre o papel que quero desempenhar profissionalmente”, conta.
Ela conquistou a vaga por meio de um programa bilateral do Insper e organizou uma campanha de arrecadação para custear a estadia — um processo que exigiu muito planejamento e apoio de familiares e amigos.
O resultado? Um semestre que marcou completamente a sua vida. “Muitas vezes precisei tomar decisões rápidas, resolver imprevistos e me adaptar a rotinas muito diferentes das que eu tinha no Brasil. Essas experiências me ajudaram a desenvolver um senso de protagonismo e confiança para enfrentar desafios, algo que levarei comigo em qualquer projeto ou oportunidade que venha pela frente.”
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Se tem algo que tanto Anne quanto Duda aprenderam, é que o maior aprendizado do intercâmbio vai muito além das salas de aula.
Duda, que passou um semestre no Porto, destaca o poder das conexões:
Sempre fui uma pessoa mais reservada e, por ter feito boa parte da graduação em formato híbrido, nunca tive muito contato com o que é, de fato, criar uma rede de conexões. No intercâmbio, isso ficou muito claro para mim. Estar sozinha, longe da minha família, dos amigos e de toda a minha rede de apoio me mostrou o quanto as relações são fundamentais em qualquer ambiente.
Ela lembra que, no início, foi desafiador se adaptar, mas aos poucos percebeu que o aprendizado vinha justamente desses encontros inesperados — com colegas de diferentes nacionalidades, professores e pessoas locais. “Hoje reconheço o networking como uma ferramenta poderosa de crescimento, algo que faz diferença tanto pessoal quanto profissionalmente.”
Anne complementa essa visão ao destacar a importância da diversidade cultural. “Convivendo com pessoas de diferentes origens, percebi como cada cultura traz formas únicas de pensar e enxergar o mundo. Essa convivência me ensinou a ser mais flexível, curiosa e receptiva a novas ideias, qualidades que considero essenciais para qualquer ambiente profissional dinâmico e global, comenta ela.
Tanto Anne quanto Duda concordam que a experiência fica muito mais rica quando você se envolve de verdade com o lugar onde está.
“Não encare o intercâmbio apenas como uma oportunidade acadêmica, mas como uma experiência de autodescoberta e crescimento”, recomenda Anne.
“Aproveite as aulas, mas também se envolva com a cultura local, com as pessoas e com o cotidiano do país, pois é nesses momentos que acontecem os maiores aprendizados. Participe de grupos, eventos, projetos e conversas. É fora da sala de aula que acontecem os maiores aprendizados.”
Duda reforça a importância de se abrir ao novo: “Aproveite tudo o que o país oferece — das aulas às caminhadas pela cidade. E, se puder, fique por um ano. Seis meses passam voando, e quando a gente começa a se adaptar, já é hora de voltar.”
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Para sempre lembrar e aprender com o processo, Anne recomenda documentar a jornada.
“Escrever, refletir, fotografar e revisar suas experiências ajuda a entender o quanto você evoluiu”, diz Anne. “O intercâmbio passa rápido, mas o impacto dele — se bem vivido — acompanha por toda a vida.”
Duda completa: “Nem tudo vai sair como planejado, mas cada desafio traz um aprendizado. Vá com o coração aberto e se permita viver de verdade para fazer do intercâmbio uma experiência que vale pela vida inteira.
O que é um intercâmbio acadêmico?
Fazer um intercâmbio acadêmico supera o simples fato de estudar em outro país. É uma experiência de autodescoberta, aprendizado e crescimento pessoal, que transforma a forma como você enxerga o mundo, a carreira e a si mesmo.
Como vejo o intercâmbio como um projeto de vida?
Enxergue o intercâmbio como uma forma de expandir horizontes, aprender com outras culturas e desenvolver uma visão global, não apenas como um semestre fora. O planejamento e a adaptação são essenciais para aproveitar ao máximo a vivência.
Qual o maior aprendizado do intercâmbio segundo alunos que já fizeram?
Além das salas de aula, o maior aprendizado vem das conexões criadas com pessoas de diferentes nacionalidades, professores e locais. Essas relações fortalecem o networking e o crescimento pessoal e profissional.
Como posso me envolver mais na cultura local durante o intercâmbio?
Envolva-se com a cultura local participando de grupos, eventos, projetos e conversas. Aproveite para conhecer o cotidiano do país, pois é fora da sala de aula que acontecem os maiores aprendizados.
Qual a importância de registrar a experiência do intercâmbio?
Escrever, fotografar e refletir sobre a experiência ajudam a compreender a evolução pessoal. Mesmo com imprevistos, cada desafio traz aprendizado e a documentação garante que o impacto do intercâmbio acompanhe você por toda a vida.