Os destinos preferidos dos talentos em tecnologia pelo mundo

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Ana Moraes

Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 15:59h.

O mercado global de talentos altamente qualificados, especialmente nas áreas de STEM e inteligência artificial, se tornou campo de disputa entre países e empresas. A partir do estudo “Who’s Winning the Global Race for STEM and AI Talent?“, conduzido pela consultoria Boston Consulting Group (BCG), é possível observar o movimento desses profissionais e entender mais sobre as tendências e desafios enfrentados por organizações e nações nessa questão.

O estudo mapeou as escolhas de localização de quase 200 milhões de pessoas altamente qualificadas em mais de 200 países, com atenção especial a 29 destinos estratégicos, como Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Emirados Árabes Unidos. A análise utiliza dados atualizados até setembro de 2024 e abrange profissionais com formação superior, concentrando-se em quem trabalha diretamente com pesquisa, engenharia, TI, e em tecnologias de fronteira em IA.

Tendências recentes

Nos últimos 12 meses, cerca de 2,4 milhões de profissionais altamente qualificados mudaram de país, representando 1,2% do total global. Apesar de expressiva, essa mobilidade vem desacelerando em relação a anos anteriores, quando a taxa chegava a 1,7%. Essa queda reflete fatores como taxas de juros mais altas e um crescimento mais lento na contratação em setores como software e serviços.

Por outro lado, talentos especializados em tecnologia continuam mais móveis que a média: 1,9% dos especialistas em STEM e 2,2% dos especialistas em IA mudaram de país no mesmo período. Profissionais de IA, em particular, são quase duas vezes mais propensos a migrar do que outros trabalhadores qualificados, o que reforça o valor estratégico desse grupo.

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Os destinos mais procurados

Os Estados Unidos seguem sendo o principal destino para talentos em STEM e IA, atraindo quase um terço dos especialistas em inteligência artificial que se deslocam globalmente. O país é seguido pelo Reino Unido e Canadá, que juntos representam 41% da atração total de talentos. Países como Emirados Árabes Unidos, Austrália e Alemanha também têm aumentado sua participação, respondendo por cerca de 20% desse fluxo.

Uma tendência emergente é o crescimento de países do Oriente Médio, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, que estão investindo pesadamente em tecnologia e infraestrutura para atrair profissionais qualificados, enquanto economias tradicionais enfrentam desafios para manter sua fatia no mercado global.

Os maiores desafios

Atrair e reter talentos em um mercado global exige estratégias sofisticadas. O estudo aponta que muitas empresas ainda carecem de experiência cultural e operacional para contratar de forma global. Além disso, governos enfrentam dificuldades para implementar políticas coesas de atração e retenção de talentos, muitas vezes por falta de coordenação entre diferentes setores.

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O relatório do BCG sugere uma abordagem holística, que combina estratégias de migração, programas de qualificação e incentivos à automação. Reformas em sistemas de imigração e processos de recrutamento também são cruciais para enfrentar gargalos e melhorar a competitividade.

Em um cenário em que a mobilidade dos talentos em tecnologia é altamente disputada, os países que investem em políticas proativas, infraestrutura robusta e ecossistemas colaborativos estão mais bem posicionados para atrair os melhores profissionais. O estudo destaca não apenas a importância desses talentos para a inovação, mas também o impacto econômico e social que eles podem trazer para as nações que conseguem conquistá-los.

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