economia circular

A população no planeta aumenta em uma velocidade exponencial. 

Segundo dados da ONU, seremos mais de 9,8 bilhões de pessoas dividindo o espaço da Terra até 2050.

Isso significa que os recursos naturais estão cada vez mais escassos. Precisamos mudar a maneira como produzimos, consumimos e descartamos os produtos que fazem parte do nosso dia a dia. 

O modelo de consumo que vivenciamos atualmente foi eficaz especialmente durante a Revolução Industrial. Neste período, se acreditava que existiria um suprimento ilimitado de energia e matérias-primas. 

Teoricamente, o meio ambiente teria uma capacidade infinita de absorver poluição e desperdício, para suportar a chamada Economia Linear.

Com ela, os resultados são a escassez de recursos e o volume gigantesco de resíduos despejados no meio ambiente. Ou seja: um planeta insustentável. 

É diante desse contexto, que o conceito de Economia Circular vem ganhando cada vez mais força. 

Segundo a Ellen MacArthur Foundation, ela é um sistema industrial restaurativo e regenerativo por intenção e design. Não é apenas uma mudança nos produtos, serviços e negócios, mas uma nova economia como um todo. 

Um dos seus principais objetivos é fazer com que tudo que seja criado e consumido não gere lixo na hora do descarte. Ao invés disso, os resíduos podem se transformar em matéria-prima reciclada para uso de outra indústria, por exemplo. 

O foco é desenvolver produtos e negócios tendo em mente um reaproveitamento que mantenha os materiais no ciclo produtivo.

Leia também: Economia Solidária: você conhece este conceito?

Por que pensar em Economia Circular é tão importante? 

Em um TEDx sobre Economia Circular, o engenheiro e empreendedor social, Guilherme Brammer mostra dados que ressaltam a urgência dessa mudança de mindset:

  • Uma pessoa que vive 75 anos irá gerar 40 toneladas de lixo;
  • Até 2025, espera-se que 70% da população more em grandes cidades;
  • No Brasil, aproximadamente 8 bilhões de reais são desperdiçados em lixos, que vão para aterros ou lixões clandestinos;
  • Existem 3 mil de lixões espalhados por 1600 cidades no Brasil. 

“Com mais pessoas vivendo em grandes cidades, se mantermos a produção do jeito que é, a equação é óbvia. Vamos consumir muito mais produtos industrializados e produzir mais lixo.”

De acordo com Guilherme, o impacto negativo dessa realidade é previsível. São milhares de espécies de animais entrando em extinção pela má gestão de resíduos no mundo e países subdesenvolvidos virando lixões daqueles que tem país poder e dinheiro. 

“A natureza demora milhões de anos para nos dar recursos. Com a engenharia, os transformamos em matérias-primas: a madeira vira papel, a bauxita vira alumínio… Em alguns dias, embalamos e vendemos o produto. Consumimos em minutos e depois jogamos fora, ou seja: nada está sendo produzido para o pós uso.”

Foi para questionar a maneira linear como extraímos recursos, produzimos, consumimos, jogamos fora e desperdiçamos, que Guilherme criou a Boomera.

A empresa transforma resíduo em matéria-prima através de Engenharia Circular e Logística Reversa. 

“Eu trabalhava em grandes corporações mas não era feliz. Queria questionar o status quo, via muito desperdício e só era cada vez mais cobrado para vender mais. Óbvio que consumir é importante, mas produzir as coisas como produzimos desde a Revolução Industrial é o caminho?”

Com o seu negócio, ele vem mostrando que não. Quer ver um exemplo? 

Em parceria com uma marca de sucos, o projeto RECICLAR É SHOW foi implantado em escolas públicas de todo o Brasil, coletando embalagens de refrescos e transformando-as em instrumentos musicais.

Os pacotes reciclados foram transformados em resinas plásticas, que serviram de matéria-prima para a produção de 10 tipos de instrumentos musicais que foram doados às escolas participantes do projeto.

O resultado? Milhões de embalagens recicladas e milhares de crianças impactadas.

E de acordo com a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), essa é uma tendência crescente no país. 

Os dados mostram que 76,4% das indústrias já desenvolvem algum tipo de economia circular, por meio de ações que tem como objetivo aumentar a vida útil de produtos e dos materiais a partir do uso mais eficiente de recursos naturais.

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Economia circular pelo mundo

As redes de pesca descartadas resultam em grande poluição para os oceanos. 

Para combater esse problema com a economia circular, a italiana Econyl transforma os resíduos de nylon dos oceanos em nylon regenerado. 

Com isso, é possível criar produtos sem precisar utilizar novos recursos.

Feito de lixo, o nylon regenerado é infinitamente reciclável e representa muitas possibilidades para fabricantes, criadores e consumidores. Jaquetas e carpetes são alguns exemplos do que pode ser produzidos. 

Ao usar o nylon regenerado, as empresas mantêm os resíduos fora dos oceanos e aterros sanitários, diminuem o uso de combustíveis fósseis e reduzem pela metade a quantidade de emissões de carbono em comparação com a produção de nylon convencional.

Um outro exemplo é a Hewlett-Packard, que tem um grande histórico de foco em sustentabilidade. 

Em 2013, ela se comprometeu com a transição para a economia circular, liderando as práticas do seu setor para manter os produtos e materiais em circulação pelo maior tempo possível. 

Entre os destaques das suas ações, está a solução de impressão 3D, que permite aos clientes desenvolverem um inventário virtual ilimitado de peças. 

Isso elimina os resíduos por meio de uma produção rápida, localizada, personalizada e precisa, feita por encomenda. 

Já pensou em fazer parte dessa mudança e trabalhar com Economia Circular? Deixe a sua opinião sobre o tema nos comentários.

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