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Um dos maiores advogados do país diz que você precisa descobrir o que te faz feliz no trabalho

Jorge Aragão palestra durante conferência de carreira Ene Jurídica

advogado Paulo Cezar Aragão gosta de fazer analogias. Ao falar sobre talentos, ele pede para que o interlocutor imagine uma visita ao supermercado. Você tem à disposição pelo menos uma dezena de marcas de ervilhas. O que leva em consideração na hora de escolher uma ou outra? O que faz com que uma se destaque completamente em relação às outras na prateleira? Aplique o mesmo modelo na sua carreira. Você é o produto. E as prateleiras estão lotadas. “Esse é o grande desafio”, diz o advogado, um dos maiores do país.

Cofundador do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão, o advogado participou de algumas das mais complexas operações de fusão e aquisição na América Latina. O escritório tem no currículo a união de Brahma e Antarctica, a compra da Sadia pela Perdigão, a fusão entre Itaú e Unibanco e a privatização da Telebrás. Nesta segunda-feira (26/10), o advogado falou sobre sua trajetória na conferência Ene Jurídico, voltada a estudantes de direito e recém-formados.

Ele afirmou reconhecer a preocupação dos jovens em se diferenciar no meio de tantos profissionais. Para Aragão, a chave está em investir em conhecimento. “Nossa profissão envolve uma série de áreas. Para qual vocês vão é o tempo que vai decidir. Mas nenhum grande maestro é bom se não domina um instrumento específico”, diz.

Certa vez em um ponto de gasolina nos Estados Unidos, ele leu algo que ficou marcado: “o sucesso não é o destino, mas a viagem”. E cita o empresário Jorge Paulo Lemann como exemplo para a frase — aos 76 anos e já muito bem sucedido, ele não parou. “Descubra quem você é. Tentar descobrir aquilo em que somos bons e que nos faz felizes é absolutamente fundamental”, afirmou. “Escolha um trabalho que você ame e não terás mais de trabalhar.”

Sobre o dilema de qual área seguir para quem está em início de carreira, ele garante que as coisas não saem exatamente como o planejado.

Leia também: Veja quais são as melhores faculdades de Direito do mundo

O advogado é filho de Cezar Garcia de Aragão, importante advogado de contencioso com quem trabalhou por dez anos. Pensou que seguiria a mesma área, mas sua carreira foi por outro caminho. Se você passa toda sua vida querendo ser ministro do STF, vai ser muito infeliz se não alcançar esse sonho, afirma. Ou seja, embora seja importante saber do que gosta, é essencial estar aberto para outras oportunidades. “As coisas não acontecem como planejamos. E seria bem monótono se acontecessem.”

Ainda assim, ela dá uma dica para quem quer buscar áreas pouco exploradas: se antigamente não era necessário fazer contas básicas para ser advogado, estudar também contabilidade e finanças atualmente é algo promissor. E diretamente ligado a direito societário. Ter conhecimentos acessórios que ajudam na relação com o cliente é fundamental.

Casamentos Nos nove primeiros meses de 2015, o número de fusões e aquisições acima de US$ 10 bilhões quase dobrou no mundo — foram 45, de acordo com relatório da Dealogic. “Existem alguns aspectos que vinculamos à crise econômica”, disse Aragão, em entrevista à NEGÓCIOS. “De um lado você tem algumas empresas em uma posição mais vulnerável, o que as tem levado a vender linhas de negócios ou vender subsidiárias para concentrar sua atividade no core business. Por outro, você tem visto também uma atividade não muito distinta de fusões e associações de empresas que buscam se unir como forma de atravessar esse momento mais difícil.”

Segundo ele, o maior desafio de uniões dessa magnitude está pouco ligado ao tamanho da empresa, mas à personalização da solução. “O difícil é que você não tem uma forma de bolo”, afirma.

A maioria das fusões não dão certo. Um relatório da KPMG revela que 83% das operações não são bem sucedidas. Para explicar, Aragão usa novamente uma analogia: o casamento. Diferenças que, em um primeiro momento, não parecem tão relevantes, acabam se mostrando problemáticas com o tempo. As expectativas podem não se realizar. “Não dão certo em muitos casos porque você tem empresas com culturas muito diferentes. Casos em que a reunião das duas empresas é feita muito mais pela empolgação do que pela reflexão. Ou seja, pela busca de uma escala que não necessariamente representa uma produção mais eficaz.”

 

Este artigo foi originalmente publicado em Época Negócios

Estudante que tirou 10 na OAB dá dicas para mandar bem na prova

pessoa respondendo prova de multipla escolha

Aestudante de direito Vicenza Sousa Santos é uma das aprovadas na XVII edição do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Mais: a jovem de 24 anos tirou nota máxima na segunda fase da prova.

O dez alcançado no teste com apenas questões dissertativas é resultado de cinco anos de estudo. Ela é aluna da Universidade São Judas, em São Paulo, onde está matriculada com auxílio de bolsa da própria instituição e também com o apoio do governo, pelo Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). Antes de entrar na graduação, estudou sempre em escolas públicas.

Vicenza estagiou durante a faculdade e, nos últimos seis meses, atua na área tributária — justamente a escolhida para o exame da Ordem. A área também é a que ela quer seguir na pós-graduação, que deve começar no próximo ano.

“Para a primeira fase [da OAB], que é só múltipla escolha, eu não estudei. Para a segunda, fiz um cursinho e foi suficiente.”

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Confira as dicas de Vicenza para mandar bem na OAB:

Não tenha medo
“Eu acredito que se a pessoa estudou durante cinco anos, fez uma faculdade boa e gosta do que faz, ela não precisa ter medo. Se prepare e vá tranquilo para a prova.”

Não desista
“Se você não passar de primeira, porque a prova foi muito difícil, a segunda virá mais fácil e você irá conseguir. Estará ainda mais preparado.”

Tenha o cursinho como uma opção…
“Se possível, acho muito bom fazer um cursinho, porque eles acabam te direcionando e falando onde a OAB corrige com mais rigor, dão dicas e ajudam bastante.”

…ou estude em casa
“Dá para estudar em casa. Se já tiver experiência em alguma área, compre um livro voltado para essa área de prática processual e estude.”

Aproveite a faculdade
“Estude durante os cinco anos. Não adianta você não estudar durante esse tempo, que será difícil passar. São matérias que você já deveria saber, conceitos básicos.”

Desenvolva sua escrita
“Escrever é básico pra quem faz direito e muitas pessoas não sabem, não conseguem desenvolver uma escrita legal. Por ser dissertativa [a segunda fase], se você se atrapalha com a escrita, fica complicado.”

 

Este artigo foi originalmente publicado em Época Negócios

Os diversos caminhos para quem quer empreender

grupo coloca mãos umas sobre as outras

Entre as definições trazidas pelos dicionários para a palavra “empreendedor” está a de alguém que realiza coisas difíceis, fora do comum ou arrojadas. Mas será que é preciso ser mesmo um destemido empresário, disposto a assumir riscos e que não para de ter ideias inovadoras para ser chamado de empreendedor? Segundo os especialistas, o conceito de empreendedorismo é mais amplo e existem diversas possibilidades para aqueles que pretendem atuar nessa área.

O boom das startups no Brasil nos últimos anos aumentou o chamado ecossistema empreendedor. Atualmente, existem diversos profissionais e entidades especializados em apoiar ou fornecer serviços para essas empresas. Aceleradoras, fundos de investimento, incubadoras, consultorias, núcleos de empreendedorismo nas universidades e até mesmo as vagas como funcionário em uma startup são exemplos de oportunidades para quem quer empreender sem estar disposto a correr os riscos de ter que abrir seu próprio negócio.

Segundo Cássio Spina, fundador da Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos de fomento ao investimento-anjo, empreender é muito mais do que abrir uma empresa.  “Existem diversas maneiras de se empreender. Pode ser com uma atitude empreendedora dentro da empresa onde você trabalha, desenvolver oportunidades de novos negócios, ou trabalhar nessas entidades que compõem o ecossistema das startups. Cada um escolhe o caminho de acordo com seu perfil”, avalia.

Participe do Imersão Empreendedorismo, programa de decisão de carreira da Fundação Estudar

E quem pensa que a ideia de empreender está sempre ligada ao lucro se engana. “Existem pessoas empreendedoras no terceiro setor que buscam melhorar a sociedade em que vivem. É o caso dos trabalhadores voluntários nas ONGs, que não recebem remuneração e agem de forma transformadora”, exemplifica Spina.

O sócio-fundador da Meliuz, startup mineira de e-commerce pioneira no país em cupons de descontos com cashback, Ofli Campos, concorda e acredita que possui vários empreendedores em sua empresa. “Empreender não significa ter uma empresa. Tem mais a ver com a maneira com a qual você lida com seus sonhos. Temos muitas pessoas trabalhando na Meliuz que são antigos donos de startups e hoje são funcionários. Não vejo diferenças nisso, empreender não significa abrir empresa ou ser funcionário. Buscar um sonho é empreendedorismo, não é necessário ter um CNPJ para isso”, afirma o empresário.

Habilidades necessárias Se você está disposto a trabalhar nessa área, mesmo que não seja como sócio ou dono de uma startup, algumas características são fundamentais. Apesar das diferenças peculiares à cada área, alguns traços são bem parecidos com os dos empresários que você terá de lidar diariamente. Dinamismo, disposição à inovação, criatividade, persistência, capacidade de execução e facilidade de comunicação são algumas apontadas pelos especialistas.

“As características são parecidas com as de um empreendedor que abre seu negócio.  Isso porque essas pessoas estão inseridas no mesmo cenário, influenciadas por quase todas as mesmas variáveis e em contato constante. Talvez a capacidade de gerenciar e calcular riscos seja mais evidente para os empresários, mas ela também está presente no dia a dia desses outros empregados em proporções e decisões diferentes”, afirma Cássio Spina.

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Realização Os depoimentos daqueles que ajudam na construção dos alicerces das diversas facetas do empreendedorismo revelam realização profissional. No caso de Artur Vilas Boas, presidente do Núcleo de Empreendedorismo da USP e pesquisador sobre o tema, aumentar as possibilidades de empreendedorismo no ambiente acadêmico se tornou uma verdadeira missão. “Eu empreendi no período da graduação. A empresa deu certo, formei sócios e hoje cuido apenas da parte estratégica. Mas isso despertou em mim o sonho de ajudar outros universitários a empreender também, foi o meu principal estímulo. Hoje, vejo meu futuro ligado a essa missão de fazer com que a universidade cada vez mais apoie jovens empreendedores em sua jornada. Sou extremamente realizado com o que faço e me considero empreendedor”, afirma.

No caso de Cássio Spina, que também trilhou diversos caminhos empreendedores, auxiliar as startups a buscarem recursos por meio dos investidores-anjos é uma maneira de fazer parte desses negócios. “Claro que um investidor busca retorno, mas dá um prazer enorme de ver aquelas ideias e serviços se tornando realidade, dando os primeiros passos e alcançando seus objetivos. Você acaba participando dos sonhos das pessoas e sonhando com elas. Todo negócio é construído em conjunto. Colocar um tijolinho ali é muito legal”, conclui.

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Onde estudaram os funcionários das maiores empresas de tecnologia do Brasil?

Foto de CPU do computador por dentro

Não é raro ver grandes empresas de tecnologia dizerem que, na hora de contratar, não se importam muito com a reputação da universidade frequentada pelo candidato. Em a exclusiva a EXAME.com, a responsável pelo RH do Google no Brasil disse que a multinacional prefere “um bom aluno de uma faculdade de segunda linha a um aluno medíocre de uma faculdade de primeira linha”.

Mas quais são, na prática, as faculdades com mais ex-alunos contratados pelas gigantes do mercado de TI?

Com a ajuda de uma ferramenta que cruza informações compartilhadas pelos usuários do LinkedIn, ficou mais fácil descobrir a resposta. Nesta galeria, reunimos as instituições brasileiras que mais aparecem no currículo de quem é contratado por empresas como IBM, Microsoft, HP e Facebook.

É importante notar que o ranking se refere apenas à amostra de usuários que divulgaram no LinkedIn tanto seu empregador atual quanto seu passado acadêmico. A seguir, veja o número de ex-alunos de cada universidade nas maiores empresas de tecnologia atuando no Brasil:

As faculdades preferidas de empresas de tecnologia

IBM
FGV (Fundação Getúlio Vargas): 1.235
Unip (Universidade Paulista): 887
PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas): 787
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas): 518
Universidade Presbiteriana Mackenzie: 490

HP (Hewlett-Packard)
FGV (Fundação Getúlio Vargas): 534
Unip (Universidade Paulista): 384
PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul): 212
Universidade Presbiteriana Mackenzie: 210
USP (Universidade de São Paulo): 187

Microsoft
FGV (Fundação Getúlio Vargas): 246
ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing): 133
USP (Universidade de São Paulo): 123
Universidade Presbiteriana Mackenzie: 123
Unip (Universidade Paulista): 83

Leia também: Veja os setores mais promissores para carreira em tecnologia

Google
ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing): 146
FGV (Fundação Getúlio Vargas): 131
USP (Universidade de São Paulo): 126
Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa): 48
PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo): 46

Oracle
FGV (Fundação Getúlio Vargas): 350
USP (Universidade de São Paulo): 138
Universidade Presbiteriana Mackenzie: 118
Unip (Universidade Paulista): 114
ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing): 89

Dell
PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul): 572
FGV (Fundação Getúlio Vargas): 334
UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul): 327
Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos): 314
Ulbra (Universidade Luterana do Brasil): 185

Ericsson
FGV (Fundação Getúlio Vargas): 251
Unip (Universidade Paulista): 140
Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações: 119
USP (Universidade de São Paulo): 118
Universidade Presbiteriana Mackenzie: 111

Apple
FGV (Fundação Getúlio Vargas): 50
USP (Universidade de São Paulo): 30
Universidade Anhembi Morumbi: 30
Unip (Universidade Paulista): 24
PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo): 16

Samsung
FGV (Fundação Getúlio Vargas): 76
Unip (Universidade Paulista): 59
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas): 52
ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing): 32
Uniban (Universidade Anhanguera): 26

 

Este artigo foi originalmente publicado em Exame.com

Getting Things Done: como funciona a metodologia de gestão de tempo?

Monte de papel empilhado

O Portal Draft continua a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é… getting things done (GTD):

O que acham que é: Pela sigla, um game para PlayStation. Pelo nome, um livro à la Marie Kondo.

O que realmente é: Uma metodologia de gerenciamento de tempo que visa a produtividade. “O GTD ajuda a pessoa a ter o controle de todas as suas coisas, ter foco e estar engajada no que faz sentido em sua vida. É uma metodologia para ter as coisas na porta da mente quando você precisa delas. Isso com tudo, com emails, reuniões, tarefas de casa, escritório etc. É o óbvio que a gente não vê porque complicamos demais”, diz Marcio Graf Welter, especialista em produtividade e gestão do tempo da Call Daniel!, empresa detentora da marca GTD no Brasil, e fundador e diretor da Lumen, empresa de treinamento e orientação profissional.

Basicamente, o GTD se divide em cinco grandes grupos (que também têm subdivisões): coleta de informações, processamento, organização das coisas, revisão e execução do trabalho semanal. Todo esse processo (que envolve ações bem pragmáticas como a organização sistemática de pastas de email), é, segundo Welter, para que tiremos o que está na mente e a deixemos livre. “A mente não foi feita para lembrar e sim para criar. A usamos de forma inadequada porque aprendemos, na escola, na faculdade, que temos que decorar para ativar a mente. Mas isso não é verdade, precisamos libertá-la de tudo o que precisamos lembrar a todo momento para que ela busque coisas novas ou acabamos buscando sempre as mesmas coisas”, diz Welter.

Neste fluxograma, é possível visualizar com mais detalhes cada passo do processo (em inglês, você pode saber mais sobre os passos aqui). O site da Call Daniel! também disponibiliza o link do e-book de introdução ao GTD e link para materiais utilizados nos treinamentos do método, tudo em português. Hoje, o GTD é também uma franquia internacional de workshops e coaching one-on-one.

Leia também: Livro “Essencialismo” explica como fazer mais trabalhando menos

Quem inventou: O americano David Allen, consultor de produtividade e faixa preta de karatê — maestria que destaca no Meet David do site oficial do método porque “a linguagem que David utiliza para ensinar sobre a experiência da produtividade revela a influência do tempo que levou conquistando a faixa preta no karatê”. Em um texto da Forbes intitulado “Why David Allen’s ‘Getting Things Done’ Remains An Entrepreneur’s Bible” (“Porque o GTD de David Allen ainda é a bíblia do empreendedorismo”, em tradução bem livre), de abril deste ano, Allen diz que um dos maiores erros que todos nós cometemos é pensar que precisamos de mais tempo do que realmente necessitamos. “Uma ressignificação disso é que você não precisa de tempo, você precisa de espaço. Empreendedores precisam de espaço para manter o foco. Eles precisam de espaço para falar com as pessoas certas sobre as coisas certas. Eles precisam de espaço para pensar”, diz Allen.

Quando foi inventado: O método se tornou mundialmente famoso quando Allen publicou, em 2002, o livro Getting Things Done (A Arte de Fazer Acontecer, na edição brasileira). Márcio Welter diz que o método é bem anterior. “David Allen começou a pensar sobre o assunto há mais de 25 anos. A ideia do GTD é de 1983. Ele é um eterno estudante de produtividade”, diz. Em 2007, a revista Time elegeu o livro o “oráculo da organização” e chamou David Allen de guru. Segue, em tradução livre, trecho do texto: “Cada década tem seu livro de autoajuda sobre negócios. Nos anos 40, foi ‘Como fazer amigos e influenciar pessoas’, nos anos 90, ‘Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes’. Nos dias de hoje, estamos preocupados com algo muito mais simples: como fazer as coisas acontecerem”. A segunda edição do livro de Allen foi lançada este ano e tem material novo sobre a tecnologia digital, que evoluiu muito desde 2002, e também uma recente pesquisa sobre ciência cognitiva que valida a metodologia GTD.

Para que serve: “Simplesmente para você ter mais produtividade com menos stress no seu dia a dia”, diz Welter. A “Regra dos dois minutos”, um dos passos que populariza o método, diz que se uma tarefa que atravessa sua mesa pode ser concluída em dois minutos, você deve fazê-la imediatamente. Se não, arquive de acordo com o contexto e o nível de prioridade. A ideia é simples: resolvendo na hora, limpa-se a mesa. Deixar para depois demanda olhar novamente, revisar, pensar de novo sobre ela e designar um tempo para fazê-la. Ou seja, algo que era simples se torna, de repente, algo maior e mais importante do que realmente era.

Quem usa: Tanto empresas como indivíduos que querem ter mais resultado e estão tralhando demais e querem fazer mais com menos. No Brasil, Bradesco, Itaú, Microsoft, Siemens, Nestlé, Natura, Boticário, Embraer, Metrô de São Paulo e o STJ (Superior Tribunal de Justiça) usam o método. Nos Estados Unidos, as empresas Sony e Novartis, o Banco Mundial e a Força Aérea americana são alguns exemplos.

Efeitos colaterais: “Os benefícios do método virarem conversa de corredor nas empresas. Quem faz o treinamento gosta tanto que quer contar para outras pessoas”, fala Welter.

Quem é contra: Marcio Welter diz desconhecer.

Para saber mais: Assista ao TEDx The Art of Stress-Free Productivity, de David Allen; ouça o podcast Entendendo o GTD: Introdução, Coleta e Processamento, de Ricardo Viana Vargas, diretor do Grupo de Práticas de Projetos do Escritório de Serviços de Projetos das Nações Unidas (UNOPS) com foco na melhoria da gestão dos projetos humanitários, de construção da paz e de desenvolvimento de infraestrutura em dezenas de países, como Haiti, Afeganistão, Iraque e Sudão do Sul; assista ao vídeo GTD explained in minutes, que leva pouco mais de seis minutos para explicar o método.

Este artigo foi originalmente publicado no Portal Draft

O dia a dia de um engenheiro agrônomo

Homem cultivando grama

Em outubro, no dia doze, foi comemorado o dia do engenheiro agrônomo. Foi nessa data, em 1933, que Getúlio Vargas sancionou o decreto-lei regulamentando pela primeira vez a atividade no Brasil. Segundo o Censo da Educação Superior, existem hoje 252 cursos de Agronomia ou Engenharia Agronômica reconhecidos pelo Ministério da Educação (o MEC acolhe as duas terminologias), oferecendo um total aproximado de 20 mil vagas em instituições públicas e privadas. Quem abraça essa opção de carreira precisa encarar cinco anos de faculdade e, depois de concluída a graduação, continuar sempre se atualizando sobre o que há de novo e melhor em relação às tecnologias e práticas agronômicas.

Os agrônomos vivem para o campo, mesmo quando mudam de função e passam a trabalhar no escritório. A paixão por ajudar os agricultores a produzir alimentos nutritivos e acessíveis é enorme. Com uma formação técnica bem ampla, esses profissionais são fundamentais para o desenvolvimento sustentável da agricultura no Brasil.

“No meu trabalho, tenho a missão de aproximar a empresa dos produtores, levando produtos e tecnologias aos nossos clientes”, afirma Luciano Ferronatto, 39 anos, um dos Representantes Técnicos de Vendas (RTVs) da Monsanto espalhados pelo país. “Acima de tudo, é preciso estar muito próximo do agricultor, entendendo as suas reais necessidades e levando informação de qualidade para ser reconhecido por ele e por toda a cadeia que cerca o nosso negócio”.

Esse pacote de “informação de qualidade” inclui tendências de mercado, dados sobre meteorologia, técnicas de manejo da lavoura e orientações de planejamento. Luciano enfatiza ainda que, para um representante técnico de vendas, é essencial conhecer a fundo sua região de atuação e ter um entendimento afiado sobre os produtos da empresa.

Leia também: Dez carreiras para quem se interesse por sustentabilidade

Relação com os produtores 

Natural de Três Palmeiras, no norte do Rio Grande do Sul, Luciano é engenheiro agrônomo formado pela Universidade de Passo Fundo (RS) e hoje reside em Chapecó (SC). Sua área de atuação é o Oeste catarinense, que tem como características a pequena propriedade e forte presença do sistema cooperativista.

A rotina de trabalho inclui visitas diárias a filiais de cooperativas e aos principais produtores locais, ajustando as recomendações às necessidades de cada um. “Como em nossa região predomina o plantio de milho verão, de agosto a fevereiro as visitas ocorrem no campo”, diz Luciano. “Já na entressafra (março a julho), as visitas têm o objetivo de planejamento com o produtor e definição de compra e venda de sementes”.

Casado e pai de dois filhos pequenos, ele reconhece que, às vezes, é difícil conciliar o trabalho e a família. “Quem escolhe essa função tem que abrir mão de certas coisas. Há períodos do ano em que a necessidade de estar com os produtores no campo é muito grande, o que faz com que eu esteja mais ausente. Mas a família entende muito bem, sabe que eu faço isso com entusiasmo – e essa alegria eu levo quando retorno para casa”.

A relação com os agricultores também é muito positiva. “Eles compreendem a nossa função, sabem que estamos ali para ajudá-los no desafio de produzir cada vez mais, com mais qualidade e respeito ao meio ambiente”. Respeito é o que define e fortalece a confiança entre as partes. Luciano explica que não só os produtores, mas também os técnicos e gerentes das cooperativas, veem os agrônomos como profissionais que levam informação e tecnologia ao homem do campo.

Estratégia e Gerenciamento 

A função de Representante Técnico de Vendas não é a única que pode ser exercida por um engenheiro agrônomo na Monsanto ou em outras empresas – longe disso. Funcionário da Monsanto há quase três décadas, o carioca Felipe Hasselmann, 58 anos, é formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e hoje é gerente da área de Estratégia e Gerenciamento de Produtos, encarregado do processo de avanço de novos produtos e gestão de portfólio.

“A minha rotina é cíclica”, diz Felipe, revelando que o ambiente do escritório, entre quatro paredes, também é um terreno fértil para o trabalho do profissional da área. “No primeiro ‘round’ sou responsável pela agenda de reuniões de consenso das áreas envolvidas ou impactadas pelo lançamento de novos produtos, como Melhoramento Genético, Manufatura e Marketing. O ‘segundo round’ é em campo, percorrendo regiões que cultivam milho, coletando dados de performance e posicionamento técnico”.

No escritório ou no campo, é de enorme importância manter o contato de perto com os clientes. “Contratamos e consultamos pesquisas de mercado para ouvir os nossos clientes, mas precisamos estar junto deles para ter empatia e entender seus anseios e necessidades”, afirma Felipe. “Uma leitura malfeita nos leva a caminhos errados e uma correção de rumo no nosso negócio pode tomar muito tempo”.

Veterano, ele chama a atenção para a necessidade de constante aperfeiçoamento. “Temos que estar sempre atualizados. Somos cobrados e incentivados a estudar, ler e aprimorar o conhecimento”.

 

Este artigo foi originalmente publicado no Projeto Draft

O que faz um intraempreendedor social?

Diversas mulheres subindo o morro

Ganhar muito dinheiro já não é sinônimo de sucesso para muita gente. Segundo a pesquisa “Millennial Survey”, organizada pela Deloitte, 83% dos brasileiros nascidos entre 1980 e 2000 — tidos como tecnológicos, multidisciplinares e imediatistas — não consideram estabilidade e benefícios, como plano de saúde, suficiente para mantê-los nas satisfeitos trabalhando numa grande empresa. Como reter esses talentos? Uma alternativa cada vez mais interessante é possibilitar que empreendam dentro da empresa em que trabalham, o chamado intraempreendedorismo: gerar inovação no local de trabalho, seja criando de novos processos, negócios, produtos, serviços ou estratégias.

Assim se pode enxergar a carreira de Taciana Abreu, 33, que desde o seu primeiro emprego desbrava novas possibilidades dentro da organização, qualquer que fosse ela. Desde abrir um novo departamento num escritório de design até capitanear o negócio social de uma agência de propaganda, Taciana faz do intraempreendedorismo social a sua bandeira e sua motivação. Sem tempo para mimimi.

Formada em design pela PUC-Rio, em 2004 ela começou a estagiar na Tátil, escritório criativo de design, onde foi efetivada como designer júnior. Percebendo que os processos internos poderiam ser melhores, começou a, silenciosamente, mexer nas estruturas, melhorando a maneira como o briefing chegava até o departamento de criação. A mudança foi tão bem recebida que acabou resultando na criação do Núcleo de Inspiração e Estratégia da Tátil. A área, responsável pelo planejamento criativo, existe até hoje. Começava, assim, sua carreira como intraempreendedora.

O que é preciso para mudar empresas por dentro? Taciana acredita que, para empreender dentro de uma empresa, é necessário muita resiliência. “O ambiente interno muitas vezes é hostil e tenta te boicotar”, diz, e menciona que para enfrentar isso é preciso contaminar as pessoas à sua volta. “Os mais jovens chegam com a mente mais aberta e gostam das ideias inovadoras. Mas é importante que os cargos de gerência comprem a proposta. Por isso é preciso pensar na empresa como um potencial investidor. É preciso saber para quem você está vendendo a sua ideia dentro da empresa, mapear todos os stakeholders.” Além de não perder a motivação, o intraempreendedor precisa também de muita paciência, “porque o jogo não vira do dia para a noite”. Taciana foi aprendendo sobre a arte de intraempreender à medida em que sua carreira avançava.

Taciana com Yunus

Em 2007, ainda na Tátil, já como gerente do núcleo de inovação e estratégia, ela foi convidada para trabalhar na NBS, uma das grandes agências cariocas, como gerente de planejamento. Mudou de emprego e, por três anos, atendeu contas como Coca-Cola e Oi, até que a gravidez a levou à licença maternidade. Ao voltar, tinha uma clareza sobre sua carreira: queria gerar alguma transformação social para que sua filha pudesse viver num ambiente mais saudável. Sincronicamente, a agência estava buscando caminhos para se aumentar sua relevância na publicidade e Taciana tomou para si a responsabilidade de tocar o projeto. As pesquisas feitas na cidade apontaram que a segurança pública era o que mais afligia os cariocas. O Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, havia sido ocupado pela polícia e os resultados positivos foram percebidos na cidade. Para Taciana estava claro: se a NBS queria se posicionar como uma agência carioca, esse tema precisava estar em foco. Mas… como?

Leia também: É possível conciliar impacto social com uma carreira de sucesso no mercado financeiro?

Durante mais de um ano, Taciana e uma equipe da NBS visitaram todas as comunidades pacificadas, promovendo mesas redondas com os comandantes das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e líderes comunitários. Também entrevistaram jovens formadores de opinião das favelas, sociólogos e antropólogos e chegaram até a Secretaria de Segurança. Ela lembra desse momento: “Ao me sentar com os comandantes da polícia, me senti idiota pela vida que levava até aquele momento. Eu precisava desembestar e aquela era minha chance”

Concluída a fase de pesquisas, ficou claro que o papel da NBS era, em parceria com seus clientes, desmistificar as favelas cariocas e mostrar que todos poderiam participar da construção de uma nova cidade gerando valor compartilhado tanto para as comunidades como para os clientes da agência. Nascia a NBS Rio+Rio, o primeiro negócio social de uma agência de propaganda, uma ponte entre a iniciativa privada, o poder público e as comunidades pacificadas.

De repente, Yunus e escala No processo de desenvolvimento do modelo de negócios da Rio+Rio, Taciana conheceu Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, pai do microcrédito e dos negócios sociais (ou seja, empresas que têm como missão de solucionar um problema social, ser autossustentáveis financeiramente e não distribuir dividendos). Foi durante a Rio+20, em 2012, em um workshop com o indiano, que o modelo de negócios do projeto da NBS foi decidido. Os sócios da agência abriram mão do lucro para que todo o excedente financeiro fosse reinvestido no projeto.

Com isso, um escritório foi montado no morro Santa Marta, em Botafogo, e se desdobrou em projetos para marcas, como o “A Beleza que Transforma Vidas” para O Boticário. Este, em parceria com a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), formou cerca de 300 maquiadores profissionais, com informações sobre estratégias e oportunidades de emprego na área da beleza.

A identificação de Taciana com esse universo foi tamanha que ela se tornou voluntária no Yunus Negócios Sociais Brasil, que tem como objetivo desenvolver negócios sociais pelo país através de seu fundo de investimentos e aceleradora. Ela começou como coordenadora dos projetos no Rio e, com o crescimento do time, hoje se envolve em projetos pontuais, estrutura cursos e é embaixadora do movimento.

Taciana seguiu por este caminho. Depois de desenhar projetos como uma colônia de férias no Santa Marta com o apoio do Gloob, o canal infantil da Globo, e alçar o cargo de diretora de planejamento, Taciana deixou a NBS e foi para a WMcCann, uma das maiores agências de publicidade do Brasil. “Abrir mão do meu filhote não foi nada fácil”, ela diz, referindo-se à Rio+Rio. Mas, no seu entender, era hora de aceitar novos desafios e a proposta era tentadora, pois além do salário maior ela também teria mais autonomia — o que era essencial já que, além de ser voluntária no Yunus Negócios Sociais Brasil, Taciana faz também parte da Liga de Intraempreendedores, um movimento global de agentes de mudança do mundo corporativo que atuam para transformar negócios de dentro para fora. A Liga entende o empreendedorismo social e a mudança no paradigma de atuação das grandes corporações inovação como chave na criação de uma nova economia. “Quando um transatlântico vira (se referindo a grandes empresas), a gente ganha escala”, diz Taciana.

Hoje em dia ela enxerga o panorama de sua área de atuação com um misto de otimismo e descrença. Por um lado, diz ela, crescem as formas de apoio aos empreendedores: editais, aceleradoras, cursos e espaços de coworking. Mas, apesar disso, os intraempreendedores estão, em geral, sozinhos e desmotivados. A Liga vem para apoiá-los na organização de uma rede de pessoas que querem transformar e gerar valor dentro dos ecossistemas onde trabalham. Taciana conta que há hubs ativos no Canadá, Reino Unido, Austrália, México, Alemanha e Brasil, bem como seminários globais. No Rio de Janeiro, o movimento é representado pela Liga OP, que se reúne periodicamente para trocar experiências reais e gerar de soluções a partir da inteligência coletiva.

Em seu cargo na WMcCann há um ano, Taciana vem atendendo clientes como L’Oréal, TIM e Coca-Cola. Se elajá estruturou algum projeto social ali dentro? Ainda não. “Estou tecendo a rede e descobrindo como trazer impacto. Preciso de paciência se quero fazer transformações com os clientes, vejo potencial neles e estou caminhando para isso”, conta ela, que acredita que a mudança é escalável, em menor medida, também no individual. “Para quem está no impacto negativo, qualquer avanço é avanço. E à medida que se caminha nesse universo de negócios sociais, você vai se encantando por ver que está transformando pra melhor a vida de outro ser humano. A transformação nasce no um para um.”

 

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT

Novas aceleradoras selecionam startups para investimentos de até 500 mil reais

Homem ouvindo música no fone trabalhando

O Sevna Seed, aceleradora recém criada pela desenvolvedora de softwares Consinco, e o MundiLab, programa da resseguradora Munich Re, estão com inscrições abertas para programas de aceleração de startups, segundo relata a Folha de São Paulo. Veja mais a seguir:

Sevna Seed
O Sevna Seed, aceleradora recém criada pela Consinco em Ribeirão Preto (SP), seleciona nove startups de base tecnológica em estágio inicial que poderão receber aportes de até 500 mil reais. O foco são empresas que trabalhem nas áreas de educação, e-commerce, saúde, corporativa, agronegócio, mídia, mobilidade urbana, internet das coisas e sociedade da informação.

Inscrições: Até 30 de novembro por aqui
Duração: Até 20 meses, a partir de janeiro de 2016
Local: Ribeirão Preto (SP)

Conheça o Imersão Empreendedorismo, veja as datas e participe!

Mundi Lab
A multinacional Munich Re busca startups que atuem na área de seguros e resseguros na América Latina e Península Ibérica para participarem do programa Mundi Lab, também estreante entre as aceleradoras. Serão selecionadas dez startups, em estágio avançado, que participarão de um processo dividido em duas fases: a primeira, de cinco semanas, acontece em Madri (Espanha) e é eliminatória. A segunda será feita remotamente.

Inscrições: Até 22 de novembro por aqui
Duração: 29 de fevereiro a 8 de abril de 2016 (primeira fase), seguidas por 12 meses (segunda fase)
Local: Madri (Espanha), na primeira etapa, e remotamente, durante a segunda

‘Para conquistar sonhos, é preciso metas e objetivos’

Livro e cubo mágico

Nascida no interior de Minas Gerais, Inaê Leandro descobriu sua vocação na escrita. Aos 19 anos, ela já tem três livros no currículo — os dois primeiros formam uma sequência entitulada Eu Construtor de Mim, e o terceiro ainda não foi divulgado.

Ele também é membro do Núcleo, a comunidade alumni dos programas presenciais do Na Prática. A seguir, deixa o seu relato sobre as importância de se tornar protagonista de sua trajetória e correr atrás de seus sonhos:

Eu sou mineira, do interior de Minas Gerais. Assim como muitos nesse país, vim de uma família simples, de um bairro pobre, de uma cidade do interior.

Perdi minha mãe quando eu tinha 12 anos, e isso acabou determinando muito quem eu sou agora. Meu pai é um pedreiro que, apesar da idade avançada, até hoje exerce a profissão. Sempre pude contar com o apoio dele e de minha irmã mais velha, que para mim é como uma segunda mãe. Na minha casa, sou a primeira universitária.

A perda de minha mãe me deixou uma lacuna imensa, e a forma que encontrei de aliviar tudo isso foi continuar a escrever. Aos 10 anos, já tinha ganhado meu primeiro concurso de redação. Aos 16 veio o segundo concurso, dessa vez de crônicas. Aos 17 conquistei o Prêmio Jovem Senador, do Senado Federal, ficando em terceiro lugar no meu estado.

Quanto aos estudos, apesar de ter passado em algumas faculdades federais, não optei por nenhum delas, e hoje curso Administração em uma universidade com sistema semipresencial. As aulas presenciais ocorrem uma vez por semana, e o restante é por minha conta. Fiz essa opção para poder estar mais em casa, ajudar minha irmã com as tarefas e a cuidar da família, que é grande e com três crianças.  

Inae Leandro 2
Inaê recorreu à rede para produzir o livro [AcervoPessoal]

Ano passado, muito por acaso, encontrei a Fundação Estudar. Fiquei sabendo do LabX, programa que é multiplicado pelo Brasil todo formando jovens lideranças, e fiz minha inscrição. Tive que mobilizar um batalhão para ter condições, principalmente financeiras, para chegar até Ouro Preto, onde seria o encontro. A viagem de onde eu moro, Campo Belo, até lá leva mais ou menos seis horas de ônibus, e não há qualquer linha que faça o trajeto direto entre as duas cidades. Custou muito, mas foi o início desse mundo incrível que vivo hoje.

Com o LabX aprendi a maior lição de minha vida até agora: o protagonismo. Vi que eu não era a coitadinha e que não adiantava nada só me lamentar das circunstâncias; muito pelo contrário, eu poderia assumir as rédeas e o controle da minha trajetória.

No LabX, me deram o desafio de dar um salto rumo ao meu sonho grande. O que eu queria era escrever, queria ajudar as pessoas e queria que elas soubessem o que eu tinha aprendido ali: que nós somos construtores de nós mesmos! O prazo, no entanto, era curto. Esse ‘salto’ deveria ser cumprido no tempo entre o primeiro e o segundo módulo do programa, um intervalo de pouco mais de vinte dias.

Achei que não era possível fazer um livro nesse meio tempo, mas aproveitei a longa viagem de volta para casa e escrevi os primeiros capítulos no trajeto. O salto ia tomando forma.

Não tinha dinheiro para pagar alguém para fazer edições de imagens, montagens ou corrigir os erros do texto. Para contornar esse problema, ativei minha rede de contatos, chamei uma antiga professora para fazer a correção e um amigo para fazer as artes. O projeto teria que ser 0800, mas mesmo assim eu coloquei prazos para todo mundo! Quanta ousadia!

O livro ficou pronto a tempo do segundo módulo do LabX e, desde então, não parei mais de escrever. Impulsionada pelo falecimento de uma bebê em minha família, escrevo anonimamente para um site destinado a pessoas que passaram por situações semelhantes. Também fui convidada para escrever periodicamente para o Nova Liberdade.

Em 2015 dei uma “fugida” para São Paulo e participei do Laboratório, versão mais aprofundada do que é apresentado no LabX. Novamente tinha um salto para cumprir e, dessa vez, repeti o desafio: escrever mais um livro. Esse segundo livro eu escrevi em um pouco mais de tempo, com uma meta definida para 30 dias. Depois disso, bater metas se tornou meu sobrenome.

Sei que ter metas não é fácil, mas sem elas as coisas não acontecem. Conquistar sonhos não é simples. São os objetivos que você estabelece que te impulsionam a ir além, a trazer esses sonhos mais para perto.

No final das contas, não há um único caminho para o sucesso pessoal. Nem todo mundo precisa ser engenheiro ou médico ou arquiteto. Nem todos precisam ter uma experiência internacional e falar inglês com muita facilidade. Felicidade pode ser algo muito diferente para mim e para você.

O importante é sempre ousar se questionar: “Se eu continuar vivendo como estou vivendo, meus sonhos vão se realizar?” Nunca se esqueça, você é construtor de si mesmo!

 

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O Núcleo é a maior comunidade de jovens transformadores do Brasil, formada por ex-participantes dos programas presenciais do Na Prática. Os membros do Núcleo também têm essa coluna quinzenal no portal Na Prática, espaço exclusivo para contar suas histórias e inspirar mais jovens brasileiros! Saiba mais aqui.

Competição vai premiar projetos sociais de saúde com 50 mil dólares

jaleco de médico com canetas no bolso, representando uma profissional de nutrição

O desafio internacional Making More Health — parceria do programa Changemakers, da Ashoka, com a farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim — vai premiar empreendedores sociais da área da saúde que criarem as melhores propostas de acesso à serviços no setor com até 50 mil dólares, segundo relata a Folha de São Paulo.

Na competição, aberta a empreendedores do mundo todo, os participantes deverão desenvolver projetos ao lado de colaboradores da empresa, buscando inovações que respondam às áreas mais desafiadoras para a farmacêutica alemã: melhoria a acessibilidade dos cuidados de saúde, soluções de cuidados remotos para a gestão da saúde, tratamento e diagnóstico, aumento do acesso físico aos cuidados de saúde, soluções holísticas que trabalham em todo o cuidado, e outros modelos da indústria, como, por exemplo, nutrição, atléticos, organizações de mobilidade.

Leia também: Conheça Daniel Branco, um empreendedor social da área da saúde

Assim, enquanto as fases iniciais da competição, como a co-criação da proposta de projeto, acontecem no Brasil e em diversos outros países, a fase final será realizada na Alemanha, sede da Boehringer Ingelheim. As ideias vencedoras receberão prêmios em dinheiro que totalizam 50 mil dólares, além de terem a oportunidade de realizar um pitching para investimento adicional da farmacêutica.

As inscrições, feitas em inglês, estão abertas até o dia 28 de outubro pelo site do desafio.

Prêmio dará 100 mil euros para projetos sociais inovadores da indústria têxtil

cabides com roupa

Projetos inovadores sociais e sustentáveis da indústria têxtil podem concorrer a prêmio de até 100 mil euros no desafio on-line Tecendo a mudança: inovações para uma indústria têxtil sustentável, aberto a participantes do mundo todo. O concurso é uma parceria entre a C&A Foundation e a Ashoka, organização mundial de patrocínio à inovação social.

Podem participar jovens de 18 a 24 anos com inovações para criar e mapear uma indústria da moda mais justa. As inscrições vão até o dia 18 de novembro e são realizadas pelo site da Ashoka.

“O desafio convoca diversos atores a propor soluções para promovermos uma mudança sistêmica e construirmos um setor têxtil mais sustentável”, explica a diretora executiva do Instituto C&A, Giuliana Ortega. “O Brasil possui muitos talentos em diversas áreas de atuação que devem criar metodologias e técnicas motivadoras. Temos grandes expectativas”, enfatiza.

Assista ao bate-papo do Na Prática com Flávio Rocha, presidente da rede Riachuelo

O primeiro lugar da competição levará 50 mil euros, e o segundo e o terceiro receberão 20 mil cada. Além disso, todos os candidatos que se inscreverem até a próxima quarta-feira e que se enquadrarem no perfil do concurso serão premiados com 1.000 euros cada.

Outro benefício dado aos finalistas também diz respeito à visibilidade para o projeto, já que poderão apresentar suas ideias durante a Conferência Fabric of Change, em 2016, cujo local ainda será anunciado.

Negócios inclusivos são oportunidade de economia voltar a crescer, diz ONU

mulher no barco velejando

Segundo o relatório Mercados Inclusivos no Brasil, os negócios inclusivos são alternativa para a economia brasileira voltar a crescer nos próximos anos. O documento foi lançado em setembro pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), em parceria com a Fundação Dom Cabral, e tem como objetivo apresentar os principais desafios, estratégias e oportunidades para o desenvolvimento dos mercados inclusivos no País.

“Nos últimos doze anos, o Brasil conseguiu reduzir a pobreza extrema em 75% e elevou para a classe média 45 milhões de pessoas”, lê-se na introdução ao relatório escrita por Jorge Chediek, coordenador do sistema da ONU no Brasil. Ele cita medidas governamentais como principais propulsoras dessas mudanças. “Estamos no momento de dar um passo adiante com maior participação do setor privado para inclusão das pessoas de menor renda pela via do mercado. A situação presente da economia brasileira não é confortável, mas é em momentos de crise que se fazem os ajustes e inovações que permitem transformações para a economia voltar a crescer”, continua.

Na realidade de crise, “os negócios inclusivos respondem às demandas da sociedade complementando e qualificando a oferta dos serviços públicos”, diz Luciana Aguiar, coordenadora do Pnud responsável pelo relatório, em entrevista para a Folha de São Paulo. “Eles preenchem as lacunas e as necessidades desse momento”, complementa.

Segundo o relatório, o ecossistema de negócios inclusivos no Brasil ainda é pouco desenvolvido, e há potencial para desenvolver inovações nas esferas pública e privada. Defende ainda que a articulação entre diversos atores será essencial para o desenvolvimento de mercados inclusivos no país.

Leia também: Veja as oportunidades para quem quer empreender com impacto social

Conceito e definição Para alcançar esse objetivo, a ideia não é que as empresas realizem ações filantrópicas ou de responsabilidade social, mas sim inovações economicamente sustentáveis. “Políticas públicas governamentais são a principal ferramenta de que os países lançam mão para perseguir a eliminação da pobreza em suas múltiplas dimensões, mas é inegável que cabe à iniciativa privada um papel central nessa luta”, lê-se no estudo. “O PNUD reconhece que o verdadeiro poder do setor privado vai muito além da filantropia e da responsabilidade social, entendendo que as empresas podem inovar e desenvolver soluções sustentáveis, inclusivas e economicamente viáveis a favor das comunidades nas quais atuam”, continua.

Os negócios inclusivos podem se dividir em três nichos: iniciativas de empreendedorismo social, que usam estratégias de mercado para melhorar o bem-estar humano; atividades de negócios inclusivos, cujos modelos integram a base da pirâmide em seu core business; e os modelos de negócios inclusivos, que têm a viabilidade comercial como aspecto central.

Conheça o programa de carreiras Imersão Impacto Social, veja as datas e participe!

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